PUIDEMONT DEIXA PRISÃO: “É UMA
VERGONHA PARA A EUROPA TER PRESOS POLITICOS”
O ex-presidente
catalão Carles Puigdemont saiu esta sexta-feira (06.04) da cadeia de
Neumünster, no norte da Alemanha, onde estava detido desde 25 de março. E
voltou a apelar ao diálogo de Madrid com a Catalunha.
Depois de pagar a
fiança de 75 mil euros, o líder independentista catalão foi libertado pouco
antes das 14:00 (hora alemã), depois de mais de dez dias atrás das grades.
"É uma vergonha para a Europa ter presos políticos", disse à saída da
prisão, apelando à libertação dos companheiros que ainda se encontram
detidos.
O ex-presidente do
governo regional da Catalunha (Generalitat) agradeceu todas as
demonstrações de "apoio" e "solidariedade" recebidas
enquanto esteve na prisão de Neumünster, no norte da Alemanha e apelou mais uma
vez ao diálogo do Governo espanhol com a Catalunha.
Puigdemont tinha
sido detido pela policia alemã a 25 de março, após ter entrado de carro
na Alemanha quando regressava da Dinamarca, em cumprimento de uma ordem
europeia de detenção emitida pela justiça espanhola.
Extradição
Carles Puigdemont
fica a residir na Alemanha enquanto aguarda uma decisão da justiça alemã sobre
o processo da sua extradição.
O Tribunal Supremo
do estado alemão de Schleswig-Holstein, no norte do país, não concordou com o
Ministério Público (PGR), que tinha pedido a extradição de Puigdemont pelos
crimes de rebelião e peculato (uso fraudulento de fundos públicos).
O Ministério Público
alemão também tinha pedido que o líder separatista ficasse na prisão enquanto
decorre o processo de extradição, por considerar que existia risco de fuga.
A justiça espanhola
acusou Puigdemont de crimes de rebelião, sedição e peculato por este ter
declarado unilateralmente a independência da Catalunha e organizado um
referendo considerado ilegal, a 1 de outubro de 2017, com o mesmo objetivo.
O ministro da
Justiça espanhol, Rafael Catalá, afirmou que o Governo respeita e acata a
decisão do tribunal alemão de retirar o delito de rebelião do pedido de
extradição. "É a comprovação do funcionamento da justiça
independente, aqui em Espanha, na Alemanha e em todos os países da UE",
disse em declarações aos jornalistas.