quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Mensagem de fim do ano de 2018 do Presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe


Mensagem de fim do ano de 2018 do Presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe



ü Caros membros do Comité Politico do Protectorado Lunda Tchokwe!
ü Caros membros da União da Mulher Lunda Tchokwe – UMULE!
ü Caros membros da Juventude Patriótica Lunda Tchokwe – JUPLE!
ü Caros membros e Activistas do MPLT!
ü Grande dignidade do povo Lunda Tchokwe!


O ano de 2018, esta no fim, daqui algumas horas bem-vindo a chegada de 2019, quão rápido passaram 12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8760 horas, muita coisa foi feita, muito ainda por fazer que o ano vindouro será o responsável das novas realizações no seio da nossa população.

No interior do nosso Reino Lunda Tchokwe: Nossas Aldeias, Sanzalas, Bairros, Comunas, Municípios e Cidades desde o Menongue, Luena, Saurimo e Dundo, as populações euforiadas estão em pleno período de festas do final de 2018 que começaram dia 24 de Dezembro com termino dia 1 de Janeiro de 2019.


Os desafios para o próximo ano de 2019 serão inúmeros, para cada cidadão da nossa linda terra, do nosso Reino Lunda Tchokwe que é o nosso orgulho ao lado dos povos que lutam para a justiça, liberdade, igualdade social e política.


Este período festivo representa paz e reconciliação, unidade, solidariedade, simplicidade que são valores que defendemos desde o inicio da nossa luta pacifica há 12 anos para cá, devemos continuar a seguir neste caminho longo, tortuoso com sentido de vencer, por isso que Jesus Cristo denunciou a violência e a vingança e apenas as mensagens pregadas de arrependimento e de salvação, tanto espiritual como físico.


São estes valores de interesse intrínseco para todos nós, com que podemos exigir dignidade com dignidade, a fim de que podemos servir unidos a luta para a emancipação da nossa usurpada Nação Lunda Tchokwe, desde o Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Norte, com todos os seus povos; Luimbi, Ambuela, Nganguela, Bângalas, Mbunda, Lutchaze, Minungu, Xinge, Tchokwe, Lunda, Muluba, Pende, Minungo e tantos outros que compõe o nosso mosaico multicultural e étnicolínguisticos.


Gostaria aqui de abrir um parêntesis para caracterizar a submissão e a cultura de medo de muitos dos filhos Lunda Tchokwe, vezes fogem com vergonha de assumir publicamente e diante de outros povos a causa nobre do resgate da nossa autodeterminação, que é um orgulho de qualquer povo de se sentir independente, liberto de subjugação colonial, muitos dos nossos irmãos até o Bilhete de Identidade mudaram para não serem conhecidos como filhos daquele povo.


Outros ainda dizem, “Eu nasci por casualidade na Lunda, meu pai é de Malanje e minha mãe dizem que é da Lunda, mas não tenho nada haver com este movimento separatista” – Filhos de Portugueses ou de Franceses cujo pais e avos eram originários da Europa e eles nasceram aqui em Angola, defendem a sua natalidade, como é que você, vai se envergonhar de ser Lunda Tchokwe?


Como caracterizar a submissão e cultura de medo?


Submissão é o acto ou acção de se submeter a algo ou alguma coisa; deixar-se  dominar passivamente; uma forma de subordinação, vassalagem ou servidão. A submissão é baseada na condição de obedecer ordens de um superior, sem o direito de tomar decisões livres ou de se expressar da forma que bem entender. Um indivíduo que vive em estado de submissão é chamado de  submisso  e é caracterizado pelo excesso de humildade e servilismo. Normalmente, a submissão é marcada pela espontaneidade do submisso perante algo ou alguém, ou seja, uma obediência voluntária.


A submissão pode ser uma acção pejorativa, quando o indivíduo submisso é vítima de humilhação devido a sua condição de extrema humildade ou servidão; a submissão pode ser classificada como uma das características da escravidão.


Na doutrina religiosa, de acordo com a bíblia sagrada cristã, o conceito de submissão faz referência ao temor e obediência que o crente deve ter perante Deus.


Em algumas doutrinas religiosas e culturais ainda existe a ideia de "submissão feminina", onde a mulher deve ser submissa às vontades e ordens do homem (seu marido, pai ou irmão mais velho, por exemplo) para garantir a "felicidade" e "estabilidade" de uma família.


A submissão e dominação também são acções que estão intimamente relacionadas com o  “sadomasoquismo”, quando um indivíduo se submete a outro de livre e espontânea vontade para obedecer regras e ordens de conotação sexual. Na maioria dos casos, o uso de um discurso severo e ditatorial é utilizado de forma teatral pelo dominante sob o submisso, a fim de estimular a excitação sexual entre os praticantes do sadomasoquismo.


A obediência é um substantivo que define acção de quem obedece, de quem é dócil ou submisso. Uma pessoa que segue, cumpre ou cede às vontades e  ordens  de alguém acima dele, acto passivo de submissão cega pelo medo (fútil), culto de veneração de conferir honras e dedicação servil, temor ou receio das possíveis consequências ao desobedecer o dominador.


Pessoa submissa caracteriza-se por ser chulo, medíocre, imbecil por revelar tolice ou fraqueza de espírito, tonto, débil e ignorante, incapaz de defender seus direitos, a mediocridade pela ausência de mérito, pobre do ponto de vista intelectual, covardes que não tem coragem e medrosos com atrasos mentais.


O que fizemos e o que deixamos de fazer em 2018?



No ano de 2018, tivemos muitas vitorias no campo politico, pela primeira a Presidência da Republica de Angola, reconhece implicitamente o nosso Movimento, a media estatal reconheceu a nossa existência e pela primeira vez dignou-se a anunciar matérias do movimento, a coesão do movimento é um facto inegável, a comunidade internacional compreendeu melhor a nossa causa, o poder tradicional Lunda Tchokwe, aproximou-se mais, Lideres religiosos da nossa terra compreenderam bem a nossa causa, a imprensa internacional esteve lado a lado com a causa do nosso povo, em fim, muitos membros do Governo Angolano também compreenderam que o caminho da AUTONOMIA exigido é o mais certo e alguns Partidos da oposição Angolana e Personalidades particulares estiveram do nosso lado, aos quais agradecemos o seu apoio e desejamos muita saúde e festas felizes…


Lamentamos os nosso activistas detidos na manifestação na Lunda Sul, continuam na cadeia e acusados aos crimes de rebelião e acto de preparação de manifestação ou tentativa de Golpe de Estado, acto vergonhoso da Presidência considerada transparente do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, que parece no fundo quer optar aos “modus operandi” do Governo longínquo (1979 – 2017) de José Eduardo dos Santos, seu antecessor e militante de seu Partido o MPLA.


Ao senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, pedimos que liberte estes Activistas Políticos do MPLT e filhos Lunda Tchokwe que se manifestaram pacificamente no dia 17 de Novembro, exigindo autonomia, um direito natural do nosso povo.


Ao senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, as operações “Transparência e Resgate”, na Lunda Tchokwe tem sido um desastre, com elas as violações aos Direitos Humanos e outros males que devem de imediato serem revistos, pois mais de 200 nacionais Tchokwe foram deportados para a RDCongo, acusados de serem Lundas e Tchokwes de “KAHEMBA”, acompanhado de saque, prisões arbitrarias e torturas que já custaram vida a uma dezena de cidadãos honestos.


Nesta batalha da transparência e do resgate do Governo Angolano, muita “Autoridade do Poder Tradicional” ou de Igrejas legalmente instituídas, também sofre com os efeitos nefastos de muitos agentes desonestos na Lunda Tchokwe…


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, visitou a Europa durante o ano de 2018, privilegiou o povo da França, Bélgica, Alemanha e de Portugal, esteve no Parlamento Europeu em Bruxelas e esteve na TV Euronews, teve encontros com a imprensa Mundial, disse nelas que não existia violações aos Direitos Humanos em Angola, porque é que, membros do Protectorado estão presos na Lunda Sul, se o vosso Gabinete recebeu dia 24 de Setembro a nossa comunicação nos termos do N.º2 do artigo 47.º da CR de Angola sobre a realização da referida manifestação para o dia 17 de novembro, porque prender os manifestantes?


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, admites que o Povo Lunda Tchokwe, na verdade quer te fazer golpe de Estado, quer te tirar do poder em Angola?


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, como vamos chamar estas detenções e prisões anárquicas ou arbitrárias? Violação ou não aos direitos humanos, condenados pela ONU de que Angola é membro de plenos direitos?


Senhor João Manuel Gonçalves Lourenço, são estas e outras perguntas que gostaríamos ouvir respondidas na sua qualidade de Presidente da Republica de Angola, “Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte de acordo com as Escrituras Sagradas”.


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, as escrituras sagradas dizem que “Nem se acende a candeia para alumiar e se coloca debaixo do alquire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas para cumprir. Porque, em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”.


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, a Educação e Saúde continuam a ser os piores de Africa Austral no Reino Lunda Tchokwe, queremos formar o nosso Governo de autodeterminação com as suas Instituições para responder a ansiedade do nosso povo, não precisamos mais de governos alheios para nos governar…Queremos sim, manter os laços de amizade e comercio…

É, esse teu juramento para com o povo Lunda Tchokwe!..

O que vamos fazer em 2019!..


Em 2019 a luta vai continuar, será sempre uma luta pacífica, Jurídica e diplomático, enquanto estamos a espera do pronunciamento dos Órgãos de Soberania de Angola; a Presidência da Assembleia Nacional, os Tribunais que são o Poder Judiciário; Tribunal Supremo, Tribunal Constitucional, Procuradoria-geral da Republica e o Provedor de Justiça aos quais o nosso movimento ao longo dos 12 anos tem estado a escrever insesantemente.


Que o ano de 2019 será definitivamente o ano da Nação Lunda Tchokwe para que as Instituições de um Governo AUTONOMO COMO NA ESCOCIA funcione, dentro dos parâmetros que o nosso movimento esta a exigir do Governo Angolano e da comunidade internacional que já compreenderam a causa da nossa luta ao longo destes mais de 12 anos de existência pacifica.


Continuaremos a bater em todas as portas nacionais do Executivo Angolano e da Comunidade Internacional para uma solução de “DIALOGO”, pacífico e imediato da “Questão do Conflito da Lunda Tchokwe”, mostrando deste modo ao Senhor Presidente da Republica de Angola e do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, que só dialogando os homens se entendem.


As soluções só aparecem com “DIÁLOGO INCLUSIVO E EXTENSIVO”, porque sem estes valores humanos, continuaremos assistindo conflitos intermináveis. Todos os conflitos pequenos ou grandes, terminaram sempre na mesa de conversações e não por uma derrota militar, exemplos são muitos em África e no Mundo inteiro, incluindo Angola.


…O DIÁLOGO SERÁ A NOSSA BANDEIRA DE LUTA NO ANO QUE SE APROXÍMA DE 2019!..


Aos membros do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, UMULE e JUPLE o ano de 2019, será de muitos desafios, de mobilização generalizada e da procura de novas vitórias políticas, será o ano de entrega profundo a causa por todos e o nosso povo, por isso desejamo-vos empenho com disciplina e organização.


Abençoamos todas as famílias de Angola, que DEUS esteja connosco em sabedoria na sua graças, que a prosperidades venha para todos no ano de 2019.

Gabinete do Presidente do MPLT em Luanda, aos 26 de Dezembro de 2018. -

O Presidente

José Mateus Zecamutchima

sábado, 22 de dezembro de 2018

COMUNICADO DE IMPRENSA Apelo aos filhos Lunda Tchokwe para uma frente comum do resgate da nossa Autodeterminação


COMUNICADO DE IMPRENSA

Apelo aos filhos Lunda Tchokwe para uma frente comum do resgate da nossa Autodeterminação


Apesar da integridade do Reino Lunda ter sido ameaçada e inclusive alguns dos seus territórios caído sob domínio colonial, o certo é que depois da partilha de África consumada através da conferência de Berlim realizada pelas potências colonizadoras em Novembro de 1884 a Fevereiro de 1885, uma parte do Reino Lunda do além Kassai, a colonizada por Angola actualmente, permaneceu livre, independente e soberana e por isso não submetida ao domínio de nenhuma potência estrangeira da época.


No entanto, a politica de cooperação e entendimento entre o Reino Lunda com outros estados estrangeiros passou a ser presidida por uma forte componente jurídica baseada em Convenções e Tratados de Protectorados, a exemplo de:


CONVENÇÂO DE 14 DE FEVEREIRO DE 1885 (Sobre os limites de Angola)
Esta Convenção estabelecia que, nem Portugal nem os Estados Independentes do Congo, tinham ambições na Lunda Tchokwe, terra não Angolana.
O artigo 3º desta convenção conclui que nenhuma das partes contraentes (Portugal e Estado Independente do Congo) chamava a si os territórios da Lunda Tchokwe do além Kassai ou seja entre a Lunda – Norte até o Kuando Kubango, a Oeste nos limites com a Huila, Bié e Malange.



TRATADO DE PROTECTORADO DE 23 DE FEVEREIRO DE 1885 (Entre Muana Samba e Portugal)

Este tratado foi celebrado no domínio da autorização de estabelecimento do comércio fora da Província de Angola, ou seja permitir que os Angolanos – Portugueses pudessem fazer negócios ou transitarem no território da Lunda Tchokwe.


TRATADO DE PROTECTORADO DE 31 DE OUTUBRO DE 1885 (Entre Portugal e Kaungula Xa-Muteba)

Em termos dos artigos 1 a 11, nota-se que a Soberania do Reino Lunda Tchokwe não era parte integrante de Portugal ou de sua Província ultramarina Angola. Também os Povos de Angola eram estrangeiros nas terras de Kaungula.


TRATADO DE PROTECTORADO DE 2 DE SETEMBRO DE 1886 (Entre Portugal e Tchissengue e os Miananganas Tchokwes)

Os artigos de 1 a 11 referem-se a Paz de Muatxissengue e os negociantes ou comitivas de comércio das terras de Angola para as de Muatxissengue que desejassem transitar, permanecer provisoriamente ou estabelecer-se definitivamente, Portugal chamava para si a protecção do Reino contra invasores estrangeiros, mormente os Belgas e outros.


Estas referências jurídicas históricas, demonstram de forma tão categórica que só um povo verdadeiramente poderoso e politicamente organizado, teria sido tão capaz de submeter o poder dos invasores europeus a trivialidade, impondo-os a celebração de acordos com base normativa para legitimar as relações políticas, sociais e comerciais com estrangeiros,  tais bases normativas foram as que se segue:


1.-Henrique Augusto Dias de Carvalho celebrou com o potentado Lunda MWENE SAMBA CAPENDA, MWENE MAHANGO, MWENE BUIZO (Muana Cafunfo), o tratado de Protectorado n.º 2, o representante do Soba Ambango, sr Augusto Jayme subscreveu também.

2.- Henrique Augusto Dias de Carvalho, celebrou com o potentado MWENE CAUNGULA DE MUATIÂNVUA XÁ-MUTEBA e demais famílias o tratado de Protectorado n.º 3, Augusto Jayme também subscreveu o tratado.

3.- Henrique Augusto Dias de Carvalho, celebrou com Sua Majestade o Rei Tchokwe MUATCHISSENGUE WATEMBO, e demais Muananganas e famílias: Xa-Cazanga, Quicotongo, Muana Muene, Quinvunguila, Camba Andua, Canzaca, Quibongue, o tratado de Protectorado n.º 5, Augusto Jayme também subscreveu o tratado, testemunhando a favor da pertença da Nação Lunda.

4.- Henrique Augusto Dias de Carvalho, celebrou com o potentado AMBINJI INFANA SUANA CALENGA, Muatiânvua Honorário, o tratado de Protectorado n.º 7, com a presença de sua irmã Camina, os Calamba: Cacunco tio de Ambinje, Andundo, Xá Nhanve, Cassombo, Xá Muana, Chiaca, Angueji, Ambumba Bala, Mulaje, Quissamba, Xanda, Augusto Jayme também subscreveu o tratado, testemunhando a favor da pertença da Nação Lunda.

5.- Henrique Augusto Dias de Carvalho, celebrou o último tratado com a CORTE DO MUATIANVUA na Mussumba na localidade de Kalanhi, o Protectorado n.º8, na presença de Suana Mulopo Umbala, Lucuoquexe Palanga, Muari Camina, Suana Murunda, Muene Dinhinga, Canapumba Andunda, Calala Catembo, Muitia, Muene Panda, Cabatalata, Paulo, Adolpho, Paulino de Loanda, António Martins, Domingos Simão de Ambaca, e assignaram António da Rocha, José Rodrigues da Cruz, António Bezerra de Lisboa, Agostinho Alexandre Bezerra, João Pedro da Silva, Henrique Augusto Dias de Carvalho o Chefe da Expedição Portugueza ao Muatiânvua, e por último José Faustino Samuel que secretariou o acto.


POR OUTRO LADO, O CONTECIOSO DA QUESTÃO DA LUNDA 1885 – 1894, entre Portugal e Bélgica ou Estado Independente do Congo, a conclusão fora a de que, a Lunda Tchokwe é um protectorado Português. Como na altura a Lunda Tchokwe não tinha o desenvolvimento científico que lhe permitisse, produzir a constituição formal ou Lei constitucional e formar o governo, então, foram protegidos todos os seus direitos naturais por intermédio da celebração dos referidos tratados conhecidos como Protectorados.


Pelo facto, de Portugal que celebrou os tratados de Protectorado a 13 de Julho de 1895 ter colocado o seu Governo na Lunda, com a nomeação do senhor Henrique Augusto Dias de Carvalho o Primeiro Governador, este facto por si só, representa para já uma flagrante violação a soberania do Povo Lunda Tchokwe e ultraje a sua história e cultura.


Contudo durante o processo da descolonização, Portugal a exemplo do que fez com as suas ex-colónias, deveria ter considerado e decidido sem quaisquer ambiguidades pela independência do Reino Lunda Tchokwe separada de Angola.


O Reino Lunda Tchokwe e Angola têm uma longa fronteira e por condicionalismos históricos, conheceram o mesmo contraente como jugo colonial para Angola e Protector da Lunda Tchokwe, mas não constituem um mesmo país. A presença da administração de Angola no Reino Lunda Tchokwe é colonização (1975 – 2018).


PORTUGAL foi simplesmente imponente e incapaz de equacionar o problema do Reino Lunda Tchokwe e assumiu ao longo dos últimos 123 anos uma opção politica desastrosa e a todos os títulos condenável ao transferir os poderes do Reino Tchokwe a 11 de Novembro de 1975 para a ex-provincia ultramarina e colónia sua de Angola.


Por isso a anexação do Território Lunda Tchokwe a Angola merece não só um olhar Jurídico Histórico incisivo mas também clama dos filhos desta Nação Tchokwe pela tomada de consciência e de atitude para a reconquista da dignidade do nosso povo e sua libertação total e imediata a todas formas de exploração, humilhação e de colonização.


A cultura de medo enraizado na mente de muitos filhos Lunda Tchokwe, intelectuais, militares, médicos, Juristas, Professores, Estudantes, incluindo as autoridades do poder tradicional ou membros de igrejas é a causa da nossa submissão colectiva, consagrou-nos como meros instrumentos do regime colonizador e com isso aceitamos a humilhação e a miséria.


O Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe não vai aqui clamar os ganhos obtidos em 2018 ou avançar com anunciar qual é a estratégia para o ano de 2019, desejar ao nosso povo uma quadra festiva de reflectir conscientemente qual será o nosso rumo, o que afinal todos queremos, não se enganem com a Politica gratuita do Regime do MPLA, dos Políticos Angolanos, das promessas invalidas ou Autarquias graduais que nada de novo vai trazer na Lunda.


O Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, considera que a prometida fabrica de lapidação de diamantes a ser construída na Lunda – Sul e um Hospital na Lunda – Norte, serão sempre propriedades da colonização, tal como acontece com o Kimberlite de Catoca, cujo quadros Seniores 99% não são jovens ou naturais da Lunda, mas sim vindos de outras localidades, quantos jovens do Reino Lunda Tchokwe estão no Israel ou no outro pais a frequentar o curso de lapidação, quantos jovens médicos estão a se formar para virem ocuparem o futuro Hospital de Dundo?..


Esta aonde a Capital da Lunda – Norte que havia sido projectada para Lukapa? Quantos anos já passaram e quantos kilates de diamantes foram extraídos desde 1975 a 2018?


As operações “Transparência e Resgate” têm sido usadas pelo regime Angolano para a discriminação social, desde a ocupação indevida ou usurpação de terras, económico, a deportação de mais de 200 cidadãos Tchokwes para a RDCongo, violação aos Direitos Humanos, assassinados praticados pelas empresas de segurança privada sob cobertura do governo, crimes cruéis contra o povo Lunda Tchokwe, que identificados seus autores, nunca conhecemos julgamento algum dos últimos 18 anos sobre os assinados das Lundas, ou seja desde 2010 a 2018.


O Movimento do Protectorado, é um património de luta de todos os filhos Lunda Tchokwe, não é uma propriedade privada de um grupo de pessoas, não precisamos de convite para dela fazer parte, todos fomos chamados a fazer parte dela com a responsabilidade, confiança, consciência e atitude vencedora.


O ano de 2018, termina com um saldo negativo para o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, mais de 11 Activistas estão presos na Comarca de Luzia em Saurimo, acusados aos crimes de rebelião e actos preparatórios de manifestação, consagrados pelo artigo 47.º da CRA e da Lei N.º16/91, hoje considerados artigos para cometimento de crimes pela PGR.


O Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, não vai usar método leonino, o da resolução de conflito por via armada condenado pelo mundo civilizado, a nossa luta pacifica é com o Governo de Angola, o da exigência do dialogo de negociação directa, ou a intermediação por via da diplomacia e das Instituições da ONU, da União Europeia e Africanas.


Durante o ano de 2018, alguns passos, não relevantes, mas com significado histórico importante e anunciados por media privada e estatal mostraram que é possível haver coabitação e dialogo entre o Governo Angolano e o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, se o poder politico do MPLA assim o quiser.


Nós, representantes do mosaico etnolinguistico do povo Lunda Tchokwe, reunidos em torno dos ideais do movimento de luta libertador secular “O PROTECTORADO”, e, nos termos do direito natural e divino estamos decididos a consentir todos os sacrifícios de manter a chama a cessa, como valores supremos para o alcance da nossa autodeterminação que prometemos ao nosso povo, nem que fiquemos a navegar a deriva o “Barco perdido no alto mar” com paciência e a esperança de vencer em 5, 10 ou 20 anos de luta. Reconhecemos que todas as lutas têm os seus sacrifícios, as liberdades custam caro.


PROMETEMOS o nosso apego aos princípios da liberdade, da democracia, do respeito pelos direitos Humanos e do Homem, pelas diversas tradições das várias etnias e povos do nosso Reino Lunda Tchokwe.


Finalmente para os nossos valorosos companheiros e a nossa heroína Domingas Fuliela presos na Comarca de Luzia em Saurimo desde o dia 17 de Novembro, estamos convosco e com os vossos entes queridos nesta passagem das festividades natalícias e do fim de Ano.


Aos membros, activistas e amigos do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, desejamos igualmente boas festas e um ano novo vindouro


“DEUS ABENÇÕE TODOS  E FESTAS FELIZES”



Comité Politico do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe em Luanda, aos 21 de Dezembro de 2018.-



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

ACTIVISTAS DO PROTECTORADO PRESOS EM SAURIMO ILEGALMENTE PROIBIDOS DE RECEBEREM VISITAS DE SEUS ENTES QUERIDOS E FAMILIARES


ACTIVISTAS DO PROTECTORADO PRESOS EM SAURIMO ILEGALMENTE PROIBIDOS DE RECEBEREM VISITAS DE SEUS ENTES QUERIDOS E FAMILIARES




Uma fonte da Comarca Penitenciaria de Luzia na Lunda – Sul, denuncia Ordens Superiores das entidades do Governo da Província de terem ordenado que os Membros do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe presos naquela unidade de não serem autorizados de receberem visitas dos seus entes queridos e de familiares.


Em causa, de acordo com a fonte, possível invasão de informações da vida diária dos reclusos que poderão chegar a Comunidade Internacional, sobretudo a AMNISTIA INTERNACIONAL, a HRW e ao Alto Comissariado da ONU dos Direitos Humanos e as ONGs de defesa dos direitos dos reclusos em conformidade com a Lei.


Quem é esta ordem superior? Governador Daniel Félix Neto ou Luanda.


Por outro lado, três dos onze membros detidos ilegalmente desde o dia 17 de Novembro, encontram-se doentes e sem os cuidados médicos nem a possibilidade de serem submetidos as consultas no Hospital.


Últimas informações dão conta da situação degradante, exige muitos cuidados com a saúde destes cidadãos.


A Proibição abrange também os alimentos que tem direito vinda dos seus familiares que não esta sendo permitida a entrar na Comarca de Saurimo por alegadas Ordens Superiores.


Voltaremos a notícia com mais informações…


Por Ng


quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

WORKSHOP SOBRE HISTÓRIA, ARTE E CULTURA LUNDA TCHOKWE


WORKSHOP SOBRE HISTÓRIA, ARTE E CULTURA LUNDA TCHOKWE



 O 1.º Workshop sobre a “História, Arte e Cultura Lunda Tchokwe – impacto e influência cultural nas Nações Étnico linguístico Bantu da Àfrica Austral”, sob organização e responsabilidade do Movimento do Protectorado terá lugar nos dias 23 e 24 de Fevereiro de 2019 em Luanda.


O vazio de informações por insuficiente utilização das ferramentas de comunicação que dominam a globalização, infelizmente, não se consegue ainda, completados quase 43 anos de independência de Angola e da dependência do Reino Lunda Tchokwe, aceder a qualquer site criado pelo Ministério da Cultura, da Educação ou organismos de tutela que nos permita a consulta de estudos sobre a história geral de Angola e em particular a história da Lunda Tchokwe ou do império, o Reino da Lunda do Muatiânvua, parte importante dos povos que habitam actualmente o espaço denominado Africa Austral do continente berço da Humanidade.


Sobre isso, o Ministério da Cultura de Angola tem sido opaco; as universidades públicas ou privadas também, e o que se produziu em termos de estudo no período colonial continua a ser o principal suporte de sustentação das diferentes abordagens, incluindo académicas sobre aquilo que poderia ser a história dos povos e reinos no espaço criado pelos Portugueses em 1482 que o denominaram de Angola: Congo, Ndongo, Umbundu, Kwanhama e os Povos Lunda Tchokwe.


Aquilo que se fez na pós-independência é ínfimo, tem pouca divulgação, basta dizer que, os manuais de história para o ensino de base, secundário e mesmo o superior, nada tem com a historia do Reino Lunda Tchokwe que dizem ser Angola também e, continuamos a ter cultura portuguesa e aculturação europeia no geral e subaculturação dos povos do médio oriente ou Asiáticos.


O pouco que se faz deve-se a iniciativas individuais que, contudo, não têm grande profundidade.


Uma das saídas pode ser a constituição de bolsas para ajudar a pesquisa, contando com fundos de mecenas nacionais e estrangeiros. O processo da pesquisa, estudo e divulgação da história, da arte e da cultura Lunda Tchokwe, deve começar com a organização de seminários, palestras, workshops e conferências internacionais, com o objectivo de abordar com maior profundidade ao tema, desmistificando tabús políticos da questão em causa.


Desde logo, foram projectados para este 1.º Workshop sobre a Historia, Arte e Cultura Lunda Tchokwe, um conjunto de acções tendentes a concretização acertada e a breve trecho das inquietações históricas como aqui plasmadas.


Compreendemos que só existe uma raça, e ela surgiu na África, nem branca, nem negra, amarela ou vermelha.


Na face da Terra existe uma única raça: a humana. Todos nós fazemos parte dela. A  história da África é conhecida  por escritos que datam da  antiguidade clássica. O  homem passou a estar presente na África durante os primeiros anos da era quaternárias os últimos anos da era terciária. A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram: australopitecos, atlantropos, homens de  Neandertal de Cro-Magnon, em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no  processo evolutivo  da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente.


As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o paleolítico  e o  neolítico  são iguais às das demais áreas dos continentes europeu  e asiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em  10.000 A.C., com uma diversidade de graus acelerados.


Por isso e antes de tudo; precisamos de afirmar que: se África é o berço da humanidade, então a região austral e central constituem a alma/coração da humanidade onde o Reino Lunda Tchokwe se situa.


Como provas: é aqui onde nasceram, existiram os primeiros rastos humanos, ossos do homem moderno HOMO SAPIEN, a existência dos Bantu na região é a mais antiga dos seres na terra.


A expansão deles a partir da bacia do Kongo, lago Tanganhika, descendo da fonte do Nilo para o norte fundaram nações mais antigas tais como: Etiópia e o Egipto; esses acontecimentos marcam o surgimento das religiões baseadas em três pilares principais:


a)Religião Judaica;
b)Religião Crista;
c) Religião Islamica


Todas estas religiões foram obras de negros oriundos do espaço denominado berço da humanidade ou seja a África. BANTU: quais são e quem são? Povos oriundos em um ancestral comum; com a mesma raiz linguística, que lhes identificavam e continuamos “NTU”, sendo família, sempre coabitavam através das relações sociais, em razão de:




Kongo
LUNDA TCHOKWE

Luba
Grau parentesco

Mbunda


Nganguela


A chegada dos Europeus em África e a presença portuguesa na bacia do Kongo com falsas amizades, permitiram a invasão ocidental de Africa desde o século XIV, fez das nações fortes do berço, territórios de interesses económicos no contexto de minimizar a crise e a pobreza que invadiu a Europa durante os século IX à XIV. A captura dos melhores filhos do continente como mão de obra barada para as Américas, particularmente a da bacia do Kongo, mudaram drasticamente o cenário na correlação social com a destruição parcial do património histórico cultural dos povos e das soberanias originárias e indigenas do nosso continente.


Os mais de 400 anos de escravatura dos povos africanos, submetidos a uma cultura alheia, destruíram as suas origens, confundiram a sua história e a África foi partilhada sem o consentimento dos referidos povos, como de um “bolo de aniversario”, trata-se da conferência de Berlim de 1884 – 1885, cujo objectivo principal, o apropriar-se das riquezas minerais, mas também destruir para sempre estas nações, povos e a civilização milenar.


O Workshop proposto, surge como uma janela aberta para o debate a volta do assunto, o aprofundamento e despertar do interesse público, académico, científico e inacabado da nossa história colectiva em pleno século XXI da nossa era.


O Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, espera a civilidade do Governo e do Ministério do Interior de Angola de que o Workshop não será uma manifestação ou rebelião e tentativa de Golpe de Estado, mais sim uma questão cultural e do conhecimento da historia verdadeira do povo LUNDA TCHOKWE.