quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

WORKSHOP SOBRE HISTÓRIA, ARTE E CULTURA LUNDA TCHOKWE


WORKSHOP SOBRE HISTÓRIA, ARTE E CULTURA LUNDA TCHOKWE



 O 1.º Workshop sobre a “História, Arte e Cultura Lunda Tchokwe – impacto e influência cultural nas Nações Étnico linguístico Bantu da Àfrica Austral”, sob organização e responsabilidade do Movimento do Protectorado terá lugar nos dias 23 e 24 de Fevereiro de 2019 em Luanda.


O vazio de informações por insuficiente utilização das ferramentas de comunicação que dominam a globalização, infelizmente, não se consegue ainda, completados quase 43 anos de independência de Angola e da dependência do Reino Lunda Tchokwe, aceder a qualquer site criado pelo Ministério da Cultura, da Educação ou organismos de tutela que nos permita a consulta de estudos sobre a história geral de Angola e em particular a história da Lunda Tchokwe ou do império, o Reino da Lunda do Muatiânvua, parte importante dos povos que habitam actualmente o espaço denominado Africa Austral do continente berço da Humanidade.


Sobre isso, o Ministério da Cultura de Angola tem sido opaco; as universidades públicas ou privadas também, e o que se produziu em termos de estudo no período colonial continua a ser o principal suporte de sustentação das diferentes abordagens, incluindo académicas sobre aquilo que poderia ser a história dos povos e reinos no espaço criado pelos Portugueses em 1482 que o denominaram de Angola: Congo, Ndongo, Umbundu, Kwanhama e os Povos Lunda Tchokwe.


Aquilo que se fez na pós-independência é ínfimo, tem pouca divulgação, basta dizer que, os manuais de história para o ensino de base, secundário e mesmo o superior, nada tem com a historia do Reino Lunda Tchokwe que dizem ser Angola também e, continuamos a ter cultura portuguesa e aculturação europeia no geral e subaculturação dos povos do médio oriente ou Asiáticos.


O pouco que se faz deve-se a iniciativas individuais que, contudo, não têm grande profundidade.


Uma das saídas pode ser a constituição de bolsas para ajudar a pesquisa, contando com fundos de mecenas nacionais e estrangeiros. O processo da pesquisa, estudo e divulgação da história, da arte e da cultura Lunda Tchokwe, deve começar com a organização de seminários, palestras, workshops e conferências internacionais, com o objectivo de abordar com maior profundidade ao tema, desmistificando tabús políticos da questão em causa.


Desde logo, foram projectados para este 1.º Workshop sobre a Historia, Arte e Cultura Lunda Tchokwe, um conjunto de acções tendentes a concretização acertada e a breve trecho das inquietações históricas como aqui plasmadas.


Compreendemos que só existe uma raça, e ela surgiu na África, nem branca, nem negra, amarela ou vermelha.


Na face da Terra existe uma única raça: a humana. Todos nós fazemos parte dela. A  história da África é conhecida  por escritos que datam da  antiguidade clássica. O  homem passou a estar presente na África durante os primeiros anos da era quaternárias os últimos anos da era terciária. A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram: australopitecos, atlantropos, homens de  Neandertal de Cro-Magnon, em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no  processo evolutivo  da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente.


As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o paleolítico  e o  neolítico  são iguais às das demais áreas dos continentes europeu  e asiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em  10.000 A.C., com uma diversidade de graus acelerados.


Por isso e antes de tudo; precisamos de afirmar que: se África é o berço da humanidade, então a região austral e central constituem a alma/coração da humanidade onde o Reino Lunda Tchokwe se situa.


Como provas: é aqui onde nasceram, existiram os primeiros rastos humanos, ossos do homem moderno HOMO SAPIEN, a existência dos Bantu na região é a mais antiga dos seres na terra.


A expansão deles a partir da bacia do Kongo, lago Tanganhika, descendo da fonte do Nilo para o norte fundaram nações mais antigas tais como: Etiópia e o Egipto; esses acontecimentos marcam o surgimento das religiões baseadas em três pilares principais:


a)Religião Judaica;
b)Religião Crista;
c) Religião Islamica


Todas estas religiões foram obras de negros oriundos do espaço denominado berço da humanidade ou seja a África. BANTU: quais são e quem são? Povos oriundos em um ancestral comum; com a mesma raiz linguística, que lhes identificavam e continuamos “NTU”, sendo família, sempre coabitavam através das relações sociais, em razão de:




Kongo
LUNDA TCHOKWE

Luba
Grau parentesco

Mbunda


Nganguela


A chegada dos Europeus em África e a presença portuguesa na bacia do Kongo com falsas amizades, permitiram a invasão ocidental de Africa desde o século XIV, fez das nações fortes do berço, territórios de interesses económicos no contexto de minimizar a crise e a pobreza que invadiu a Europa durante os século IX à XIV. A captura dos melhores filhos do continente como mão de obra barada para as Américas, particularmente a da bacia do Kongo, mudaram drasticamente o cenário na correlação social com a destruição parcial do património histórico cultural dos povos e das soberanias originárias e indigenas do nosso continente.


Os mais de 400 anos de escravatura dos povos africanos, submetidos a uma cultura alheia, destruíram as suas origens, confundiram a sua história e a África foi partilhada sem o consentimento dos referidos povos, como de um “bolo de aniversario”, trata-se da conferência de Berlim de 1884 – 1885, cujo objectivo principal, o apropriar-se das riquezas minerais, mas também destruir para sempre estas nações, povos e a civilização milenar.


O Workshop proposto, surge como uma janela aberta para o debate a volta do assunto, o aprofundamento e despertar do interesse público, académico, científico e inacabado da nossa história colectiva em pleno século XXI da nossa era.


O Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, espera a civilidade do Governo e do Ministério do Interior de Angola de que o Workshop não será uma manifestação ou rebelião e tentativa de Golpe de Estado, mais sim uma questão cultural e do conhecimento da historia verdadeira do povo LUNDA TCHOKWE.