WORKSHOP SOBRE
HISTÓRIA, ARTE E CULTURA LUNDA TCHOKWE
O 1.º Workshop sobre a “História, Arte e
Cultura Lunda Tchokwe – impacto e influência cultural nas Nações Étnico
linguístico Bantu da Àfrica Austral”, sob organização e responsabilidade do
Movimento do Protectorado terá lugar nos dias 23 e 24 de Fevereiro de 2019 em
Luanda.
O
vazio de informações por insuficiente utilização das ferramentas de comunicação
que dominam a globalização, infelizmente, não se consegue ainda, completados
quase 43 anos de independência de Angola e da dependência do Reino Lunda
Tchokwe, aceder a qualquer site criado pelo Ministério da Cultura, da Educação ou
organismos de tutela que nos permita a consulta de estudos sobre a história
geral de Angola e em particular a história da Lunda Tchokwe ou do império, o
Reino da Lunda do Muatiânvua, parte importante dos povos que habitam
actualmente o espaço denominado Africa Austral do continente berço da
Humanidade.
Sobre
isso, o Ministério da Cultura de Angola tem sido opaco; as universidades
públicas ou privadas também, e o que se produziu em termos de estudo no período
colonial continua a ser o principal suporte de sustentação das diferentes
abordagens, incluindo académicas sobre aquilo que poderia ser a história dos
povos e reinos no espaço criado pelos Portugueses em 1482 que o denominaram de
Angola: Congo, Ndongo, Umbundu, Kwanhama e os Povos Lunda Tchokwe.
Aquilo
que se fez na pós-independência é ínfimo, tem pouca divulgação, basta dizer
que, os manuais de história para o ensino de base, secundário e mesmo o
superior, nada tem com a historia do Reino Lunda Tchokwe que dizem ser Angola
também e, continuamos a ter cultura portuguesa e aculturação europeia no geral
e subaculturação dos povos do médio oriente ou Asiáticos.
O
pouco que se faz deve-se a iniciativas individuais que, contudo, não têm grande
profundidade.
Uma
das saídas pode ser a constituição de bolsas para ajudar a pesquisa, contando
com fundos de mecenas nacionais e estrangeiros. O processo da pesquisa, estudo
e divulgação da história, da arte e da cultura Lunda Tchokwe, deve começar com
a organização de seminários, palestras, workshops e conferências
internacionais, com o objectivo de abordar com maior profundidade ao tema,
desmistificando tabús políticos da questão em causa.
Desde
logo, foram projectados para este 1.º Workshop sobre a Historia, Arte e Cultura
Lunda Tchokwe, um conjunto de acções tendentes a concretização acertada e a
breve trecho das inquietações históricas como aqui plasmadas.
Compreendemos
que só existe uma raça, e ela surgiu na África, nem branca, nem negra, amarela
ou vermelha.
Na
face da Terra existe uma única raça: a humana. Todos nós fazemos parte dela.
A história da África é conhecida por escritos que datam da antiguidade
clássica. O homem passou a estar presente na África durante os primeiros
anos da era quaternárias os últimos anos da era terciária. A maioria dos restos
de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram: australopitecos, atlantropos,
homens de Neandertal de Cro-Magnon, em lugares diferenciados da África é
a demonstração de que essa parte do mundo é importante no processo
evolutivo da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens
do homem nesse continente.
As
semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o paleolítico e
o neolítico são iguais às das demais áreas dos continentes
europeu e asiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas.
A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em
contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período
paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em
10.000 A.C., com uma diversidade de graus acelerados.
Por
isso e antes de tudo; precisamos de afirmar que: se África é o berço da
humanidade, então a região austral e central constituem a alma/coração da
humanidade onde o Reino Lunda Tchokwe se situa.
Como
provas: é aqui onde nasceram, existiram os primeiros rastos humanos, ossos do
homem moderno HOMO SAPIEN, a existência
dos Bantu na região é a mais antiga dos seres na terra.
A
expansão deles a partir da bacia do Kongo, lago Tanganhika, descendo da fonte
do Nilo para o norte fundaram nações mais antigas tais como: Etiópia e o
Egipto; esses acontecimentos marcam o surgimento das religiões baseadas em três
pilares principais:
a)Religião Judaica;
b)Religião Crista;
c) Religião Islamica
Todas
estas religiões foram obras de negros oriundos do espaço denominado berço da
humanidade ou seja a África. BANTU: quais são e quem são? Povos oriundos em um
ancestral comum; com a mesma raiz linguística, que lhes identificavam e
continuamos “NTU”, sendo família, sempre coabitavam através das relações
sociais, em razão de:
|
|
Kongo
|
LUNDA TCHOKWE
|
|
Luba
|
Grau
parentesco
|
|
Mbunda
|
|
|
Nganguela
|
A
chegada dos Europeus em África e a presença portuguesa na bacia do Kongo com
falsas amizades, permitiram a invasão ocidental de Africa desde o século XIV,
fez das nações fortes do berço, territórios de interesses económicos no
contexto de minimizar a crise e a pobreza que invadiu a Europa durante os
século IX à XIV. A captura dos melhores filhos do continente como mão de obra
barada para as Américas, particularmente a da bacia do Kongo, mudaram
drasticamente o cenário na correlação social com a destruição parcial do
património histórico cultural dos povos e das soberanias originárias e
indigenas do nosso continente.
Os
mais de 400 anos de escravatura dos povos africanos, submetidos a uma cultura
alheia, destruíram as suas origens, confundiram a sua história e a África foi
partilhada sem o consentimento dos referidos povos, como de um “bolo de aniversario”, trata-se da
conferência de Berlim de 1884 – 1885, cujo objectivo principal, o apropriar-se
das riquezas minerais, mas também destruir para sempre estas nações, povos e a
civilização milenar.
O
Workshop proposto, surge como uma janela aberta para o debate a volta do
assunto, o aprofundamento e despertar do interesse público, académico,
científico e inacabado da nossa história colectiva em pleno século XXI da nossa
era.
O
Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, espera a civilidade do Governo e do
Ministério do Interior de Angola de que o Workshop não será uma manifestação ou
rebelião e tentativa de Golpe de Estado, mais sim uma questão cultural e do
conhecimento da historia verdadeira do povo LUNDA TCHOKWE.