quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Mensagem de fim do ano de 2018 do Presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe


Mensagem de fim do ano de 2018 do Presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe



ü Caros membros do Comité Politico do Protectorado Lunda Tchokwe!
ü Caros membros da União da Mulher Lunda Tchokwe – UMULE!
ü Caros membros da Juventude Patriótica Lunda Tchokwe – JUPLE!
ü Caros membros e Activistas do MPLT!
ü Grande dignidade do povo Lunda Tchokwe!


O ano de 2018, esta no fim, daqui algumas horas bem-vindo a chegada de 2019, quão rápido passaram 12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8760 horas, muita coisa foi feita, muito ainda por fazer que o ano vindouro será o responsável das novas realizações no seio da nossa população.

No interior do nosso Reino Lunda Tchokwe: Nossas Aldeias, Sanzalas, Bairros, Comunas, Municípios e Cidades desde o Menongue, Luena, Saurimo e Dundo, as populações euforiadas estão em pleno período de festas do final de 2018 que começaram dia 24 de Dezembro com termino dia 1 de Janeiro de 2019.


Os desafios para o próximo ano de 2019 serão inúmeros, para cada cidadão da nossa linda terra, do nosso Reino Lunda Tchokwe que é o nosso orgulho ao lado dos povos que lutam para a justiça, liberdade, igualdade social e política.


Este período festivo representa paz e reconciliação, unidade, solidariedade, simplicidade que são valores que defendemos desde o inicio da nossa luta pacifica há 12 anos para cá, devemos continuar a seguir neste caminho longo, tortuoso com sentido de vencer, por isso que Jesus Cristo denunciou a violência e a vingança e apenas as mensagens pregadas de arrependimento e de salvação, tanto espiritual como físico.


São estes valores de interesse intrínseco para todos nós, com que podemos exigir dignidade com dignidade, a fim de que podemos servir unidos a luta para a emancipação da nossa usurpada Nação Lunda Tchokwe, desde o Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Norte, com todos os seus povos; Luimbi, Ambuela, Nganguela, Bângalas, Mbunda, Lutchaze, Minungu, Xinge, Tchokwe, Lunda, Muluba, Pende, Minungo e tantos outros que compõe o nosso mosaico multicultural e étnicolínguisticos.


Gostaria aqui de abrir um parêntesis para caracterizar a submissão e a cultura de medo de muitos dos filhos Lunda Tchokwe, vezes fogem com vergonha de assumir publicamente e diante de outros povos a causa nobre do resgate da nossa autodeterminação, que é um orgulho de qualquer povo de se sentir independente, liberto de subjugação colonial, muitos dos nossos irmãos até o Bilhete de Identidade mudaram para não serem conhecidos como filhos daquele povo.


Outros ainda dizem, “Eu nasci por casualidade na Lunda, meu pai é de Malanje e minha mãe dizem que é da Lunda, mas não tenho nada haver com este movimento separatista” – Filhos de Portugueses ou de Franceses cujo pais e avos eram originários da Europa e eles nasceram aqui em Angola, defendem a sua natalidade, como é que você, vai se envergonhar de ser Lunda Tchokwe?


Como caracterizar a submissão e cultura de medo?


Submissão é o acto ou acção de se submeter a algo ou alguma coisa; deixar-se  dominar passivamente; uma forma de subordinação, vassalagem ou servidão. A submissão é baseada na condição de obedecer ordens de um superior, sem o direito de tomar decisões livres ou de se expressar da forma que bem entender. Um indivíduo que vive em estado de submissão é chamado de  submisso  e é caracterizado pelo excesso de humildade e servilismo. Normalmente, a submissão é marcada pela espontaneidade do submisso perante algo ou alguém, ou seja, uma obediência voluntária.


A submissão pode ser uma acção pejorativa, quando o indivíduo submisso é vítima de humilhação devido a sua condição de extrema humildade ou servidão; a submissão pode ser classificada como uma das características da escravidão.


Na doutrina religiosa, de acordo com a bíblia sagrada cristã, o conceito de submissão faz referência ao temor e obediência que o crente deve ter perante Deus.


Em algumas doutrinas religiosas e culturais ainda existe a ideia de "submissão feminina", onde a mulher deve ser submissa às vontades e ordens do homem (seu marido, pai ou irmão mais velho, por exemplo) para garantir a "felicidade" e "estabilidade" de uma família.


A submissão e dominação também são acções que estão intimamente relacionadas com o  “sadomasoquismo”, quando um indivíduo se submete a outro de livre e espontânea vontade para obedecer regras e ordens de conotação sexual. Na maioria dos casos, o uso de um discurso severo e ditatorial é utilizado de forma teatral pelo dominante sob o submisso, a fim de estimular a excitação sexual entre os praticantes do sadomasoquismo.


A obediência é um substantivo que define acção de quem obedece, de quem é dócil ou submisso. Uma pessoa que segue, cumpre ou cede às vontades e  ordens  de alguém acima dele, acto passivo de submissão cega pelo medo (fútil), culto de veneração de conferir honras e dedicação servil, temor ou receio das possíveis consequências ao desobedecer o dominador.


Pessoa submissa caracteriza-se por ser chulo, medíocre, imbecil por revelar tolice ou fraqueza de espírito, tonto, débil e ignorante, incapaz de defender seus direitos, a mediocridade pela ausência de mérito, pobre do ponto de vista intelectual, covardes que não tem coragem e medrosos com atrasos mentais.


O que fizemos e o que deixamos de fazer em 2018?



No ano de 2018, tivemos muitas vitorias no campo politico, pela primeira a Presidência da Republica de Angola, reconhece implicitamente o nosso Movimento, a media estatal reconheceu a nossa existência e pela primeira vez dignou-se a anunciar matérias do movimento, a coesão do movimento é um facto inegável, a comunidade internacional compreendeu melhor a nossa causa, o poder tradicional Lunda Tchokwe, aproximou-se mais, Lideres religiosos da nossa terra compreenderam bem a nossa causa, a imprensa internacional esteve lado a lado com a causa do nosso povo, em fim, muitos membros do Governo Angolano também compreenderam que o caminho da AUTONOMIA exigido é o mais certo e alguns Partidos da oposição Angolana e Personalidades particulares estiveram do nosso lado, aos quais agradecemos o seu apoio e desejamos muita saúde e festas felizes…


Lamentamos os nosso activistas detidos na manifestação na Lunda Sul, continuam na cadeia e acusados aos crimes de rebelião e acto de preparação de manifestação ou tentativa de Golpe de Estado, acto vergonhoso da Presidência considerada transparente do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, que parece no fundo quer optar aos “modus operandi” do Governo longínquo (1979 – 2017) de José Eduardo dos Santos, seu antecessor e militante de seu Partido o MPLA.


Ao senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, pedimos que liberte estes Activistas Políticos do MPLT e filhos Lunda Tchokwe que se manifestaram pacificamente no dia 17 de Novembro, exigindo autonomia, um direito natural do nosso povo.


Ao senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, as operações “Transparência e Resgate”, na Lunda Tchokwe tem sido um desastre, com elas as violações aos Direitos Humanos e outros males que devem de imediato serem revistos, pois mais de 200 nacionais Tchokwe foram deportados para a RDCongo, acusados de serem Lundas e Tchokwes de “KAHEMBA”, acompanhado de saque, prisões arbitrarias e torturas que já custaram vida a uma dezena de cidadãos honestos.


Nesta batalha da transparência e do resgate do Governo Angolano, muita “Autoridade do Poder Tradicional” ou de Igrejas legalmente instituídas, também sofre com os efeitos nefastos de muitos agentes desonestos na Lunda Tchokwe…


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, visitou a Europa durante o ano de 2018, privilegiou o povo da França, Bélgica, Alemanha e de Portugal, esteve no Parlamento Europeu em Bruxelas e esteve na TV Euronews, teve encontros com a imprensa Mundial, disse nelas que não existia violações aos Direitos Humanos em Angola, porque é que, membros do Protectorado estão presos na Lunda Sul, se o vosso Gabinete recebeu dia 24 de Setembro a nossa comunicação nos termos do N.º2 do artigo 47.º da CR de Angola sobre a realização da referida manifestação para o dia 17 de novembro, porque prender os manifestantes?


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, admites que o Povo Lunda Tchokwe, na verdade quer te fazer golpe de Estado, quer te tirar do poder em Angola?


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, como vamos chamar estas detenções e prisões anárquicas ou arbitrárias? Violação ou não aos direitos humanos, condenados pela ONU de que Angola é membro de plenos direitos?


Senhor João Manuel Gonçalves Lourenço, são estas e outras perguntas que gostaríamos ouvir respondidas na sua qualidade de Presidente da Republica de Angola, “Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte de acordo com as Escrituras Sagradas”.


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, as escrituras sagradas dizem que “Nem se acende a candeia para alumiar e se coloca debaixo do alquire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas para cumprir. Porque, em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”.


Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, a Educação e Saúde continuam a ser os piores de Africa Austral no Reino Lunda Tchokwe, queremos formar o nosso Governo de autodeterminação com as suas Instituições para responder a ansiedade do nosso povo, não precisamos mais de governos alheios para nos governar…Queremos sim, manter os laços de amizade e comercio…

É, esse teu juramento para com o povo Lunda Tchokwe!..

O que vamos fazer em 2019!..


Em 2019 a luta vai continuar, será sempre uma luta pacífica, Jurídica e diplomático, enquanto estamos a espera do pronunciamento dos Órgãos de Soberania de Angola; a Presidência da Assembleia Nacional, os Tribunais que são o Poder Judiciário; Tribunal Supremo, Tribunal Constitucional, Procuradoria-geral da Republica e o Provedor de Justiça aos quais o nosso movimento ao longo dos 12 anos tem estado a escrever insesantemente.


Que o ano de 2019 será definitivamente o ano da Nação Lunda Tchokwe para que as Instituições de um Governo AUTONOMO COMO NA ESCOCIA funcione, dentro dos parâmetros que o nosso movimento esta a exigir do Governo Angolano e da comunidade internacional que já compreenderam a causa da nossa luta ao longo destes mais de 12 anos de existência pacifica.


Continuaremos a bater em todas as portas nacionais do Executivo Angolano e da Comunidade Internacional para uma solução de “DIALOGO”, pacífico e imediato da “Questão do Conflito da Lunda Tchokwe”, mostrando deste modo ao Senhor Presidente da Republica de Angola e do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, que só dialogando os homens se entendem.


As soluções só aparecem com “DIÁLOGO INCLUSIVO E EXTENSIVO”, porque sem estes valores humanos, continuaremos assistindo conflitos intermináveis. Todos os conflitos pequenos ou grandes, terminaram sempre na mesa de conversações e não por uma derrota militar, exemplos são muitos em África e no Mundo inteiro, incluindo Angola.


…O DIÁLOGO SERÁ A NOSSA BANDEIRA DE LUTA NO ANO QUE SE APROXÍMA DE 2019!..


Aos membros do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, UMULE e JUPLE o ano de 2019, será de muitos desafios, de mobilização generalizada e da procura de novas vitórias políticas, será o ano de entrega profundo a causa por todos e o nosso povo, por isso desejamo-vos empenho com disciplina e organização.


Abençoamos todas as famílias de Angola, que DEUS esteja connosco em sabedoria na sua graças, que a prosperidades venha para todos no ano de 2019.

Gabinete do Presidente do MPLT em Luanda, aos 26 de Dezembro de 2018. -

O Presidente

José Mateus Zecamutchima