O PERIGO DO CULTO À PERSONALIDADE EM REGIMES
DITATORIAIS DE ÁFRICA
O
culto de personalidade ou culto à personalidade é uma estratégia de propaganda
política baseada na exaltação das virtudes - reais e/ou supostas - do
governante, sobretudo dos Presidentes ditadores com regimes totalitários, bem
como da divulgação positivista de sua figura. Cultos de personalidade são frequentemente
encontrados em ditaduras, embora também existam em democracias. O termo culto à
personalidade foi utilizado pela primeira vez por Nkita Khrushchov no " Discurso secreto"
para denunciar Josef Stalin.
Khrushchov citou uma carta de Karl Marx, que
critica o "culto do indivíduo". Um culto da personalidade é
semelhante a apoteose, excepto que ele é criado especificamente para os líderes
políticos.
O
culto inclui cartazes gigantescos com a imagem do líder, constante bajulação do
mesmo por parte de meios de comunicação social, Rádio, TV, Jornais etc., e
muitas vezes perseguição aos dissidentes do mesmo. Além de Stalin, pode-se
dizer de outros ditadores, anteriores ao discurso de Khrushchov, como Adolf
Hitler, Benito Mussolini, Mao Tsé-Tung, tomaram medidas que levaram ao culto de
sua personalidade, assim como Saddam Hussein, Nicolae Ceausescu, Rafael
Trujillo, Kim Il-sung e Kim Jong-il.
Na
história, monarcas sempre procuraram ser cultuados, de diversas maneiras. Os
reis europeus afirmavam governar por vontade de Deus, exercendo o direito
divino dos reis, principalmente no Absolutismo, onde os reis tinham que
justificar porque deveriam ter poderes totais.
Na
China Imperial (por meio do Mandado do Céu), Antigo Egipto, Japão, os Incas, Astecas,
o Tibete e o Império Romano, os monarcas eram considerados deuses-reis.
Com
o posterior desenvolvimento da fotografia, a gravação sonora, o cinema e
Comunicação de massa, bem como da educação pública e das técnicas da
publicidade, os líderes políticos puderam projectar uma imagem positiva de si
próprios, como nunca antes fora possível. Nessas circunstâncias, no século XX,
surgiram os recentes cultos à personalidade.
Também
nas sociedades democráticas há exemplos de figuras políticas que provocaram no
povo um culto espontâneo. O antigo presidente filipino Ferdinando Marcos também
instituiu, em seu governo, o culto à sua personalidade, e muitos dos seus
partidários continuam esse "culto" de até a hoje. Exemplos incluem o Presidente
dos Estados Unidos John F Kennedy.
Existem
outras formas de culto à personalidade que não são os estabelecidos por um
Estado, mas pelo indivíduo. A forma mais usual de culto à personalidade pode
ser observada no comportamento das pessoas comuns diante de celebridades, sejam
estas do mundo da arte ou política.
A
idolatria de todo político que cultiva e incentiva essa prática concentra, em
sua órbita, todas as honras e glórias. Todos os holofotes são para ele; todos
os flashs estão em sua direcção; todos os aplausos lhes são endereçados, puro
personalismo e adoração interesseira… o cumulo de fazer festas solenes, num
pais onde a pobreza extrema faz morada com a morte prematura e permanente da
desgraça do povo.
Posturas
assim, trazem dificuldades em fazer um sucessor, pois todos os aliados e/ou correlegionários, que poderiam ter chances de sucedê-lo ficaram à sua sombra,
foram apagados como meros coadjuvantes das cenas políticas vividas. E aí,
ninguém do seu lado terá força política para dar-lhe sequência aos projectos
governativos, a não ser que seja uma marionete, que enfrente o pleito como um
candidato imposto pelo ventríloquo (o cacique do grupo) na intenção de apenas
servir-lhe de ponte para a próxima eleição.
Os
fiéis seguidores de tais políticos deveriam fazer a eles um favor: parar com a
idolatria. Ela faz mal ao político e a seu futuro político. Faz mal ao país e a
sociedade.