sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O PERIGO DO CULTO À PERSONALIDADE EM REGIMES DITATORIAIS DE ÁFRICA

O PERIGO DO CULTO À PERSONALIDADE EM REGIMES DITATORIAIS DE ÁFRICA


O culto de personalidade ou culto à personalidade é uma estratégia de propaganda política baseada na exaltação das virtudes - reais e/ou supostas - do governante, sobretudo dos Presidentes ditadores com regimes totalitários, bem como da divulgação positivista de sua figura. Cultos de personalidade são frequentemente encontrados em ditaduras, embora também existam em democracias. O termo culto à personalidade foi utilizado pela primeira vez por Nkita Khrushchov no " Discurso secreto" para denunciar Josef Stalin.


 Khrushchov citou uma carta de Karl Marx, que critica o "culto do indivíduo". Um culto da personalidade é semelhante a apoteose, excepto que ele é criado especificamente para os líderes políticos.


O culto inclui cartazes gigantescos com a imagem do líder, constante bajulação do mesmo por parte de meios de comunicação social, Rádio, TV, Jornais etc., e muitas vezes perseguição aos dissidentes do mesmo. Além de Stalin, pode-se dizer de outros ditadores, anteriores ao discurso de Khrushchov, como Adolf Hitler, Benito Mussolini, Mao Tsé-Tung, tomaram medidas que levaram ao culto de sua personalidade, assim como Saddam Hussein, Nicolae Ceausescu, Rafael Trujillo, Kim Il-sung e Kim Jong-il.


Na história, monarcas sempre procuraram ser cultuados, de diversas maneiras. Os reis europeus afirmavam governar por vontade de Deus, exercendo o direito divino dos reis, principalmente no Absolutismo, onde os reis tinham que justificar porque deveriam ter poderes totais.


Na China Imperial (por meio do Mandado do Céu), Antigo Egipto, Japão, os Incas, Astecas, o Tibete e o Império Romano, os monarcas eram considerados deuses-reis.


Com o posterior desenvolvimento da fotografia, a gravação sonora, o cinema e Comunicação de massa, bem como da educação pública e das técnicas da publicidade, os líderes políticos puderam projectar uma imagem positiva de si próprios, como nunca antes fora possível. Nessas circunstâncias, no século XX, surgiram os recentes cultos à personalidade.


Também nas sociedades democráticas há exemplos de figuras políticas que provocaram no povo um culto espontâneo. O antigo presidente filipino Ferdinando Marcos também instituiu, em seu governo, o culto à sua personalidade, e muitos dos seus partidários continuam esse "culto" de até a hoje. Exemplos incluem o Presidente dos Estados Unidos John F Kennedy.


Existem outras formas de culto à personalidade que não são os estabelecidos por um Estado, mas pelo indivíduo. A forma mais usual de culto à personalidade pode ser observada no comportamento das pessoas comuns diante de celebridades, sejam estas do mundo da arte ou política.


A idolatria de todo político que cultiva e incentiva essa prática concentra, em sua órbita, todas as honras e glórias. Todos os holofotes são para ele; todos os flashs estão em sua direcção; todos os aplausos lhes são endereçados, puro personalismo e adoração interesseira… o cumulo de fazer festas solenes, num pais onde a pobreza extrema faz morada com a morte prematura e permanente da desgraça do povo.


Posturas assim, trazem dificuldades em fazer um sucessor, pois todos os aliados e/ou correlegionários, que poderiam ter chances de sucedê-lo ficaram à sua sombra, foram apagados como meros coadjuvantes das cenas políticas vividas. E aí, ninguém do seu lado terá força política para dar-lhe sequência aos projectos governativos, a não ser que seja uma marionete, que enfrente o pleito como um candidato imposto pelo ventríloquo (o cacique do grupo) na intenção de apenas servir-lhe de ponte para a próxima eleição.



Os fiéis seguidores de tais políticos deveriam fazer a eles um favor: parar com a idolatria. Ela faz mal ao político e a seu futuro político. Faz mal ao país e a sociedade.