domingo, 21 de setembro de 2014

Eduardo Kuangana Presidente do PRS defende referendo para Cabinda e a Nação Lunda Tchokwe

Eduardo Kuangana Presidente do PRS defende referendo para Cabinda e a Nação Lunda Tchokwe



Apesar de defender o federalismo não é a favor da independência ou da fragmentação política de Angola.


O federalismo é a solução para se resolver as assimetrias e discriminação de que muitas regiões de Angola se queixam, defendeu o presidente do Partido da Renovação Social, Eduardo Kuangana.


Falando no “Angola Fala Só” Kuangana  fez notar, quando questionado por alguns ouvintes, que isso não significa que o PRS seja a favor da independência ou da fragmentação política de Angola.


“Nós não defendemos em nenhuma altura a divisão do país”, disse o líder do PRS que aventou a possibilidade de referendos para que regiões como Cabinda ou as Lundas decidam o seu futuro.


“Defendemos um estado federal em que todos tenham as mesmas regalias sem distinção de cor, etnia ou língua”, disse.


O presidente do PRS realçou que hoje os angolanos estão ligados entre diversas etnias, raças e línguas tornando difícil a divisão do país mas o federalismo, com o aumento dos poderes locais é uma resposta aos sentimentos de discriminação que existem.


“Os que falam na divisão do país fazem-no porque têm os seus próprios interesses nisso”, disse Kuangana que afirmou ainda que as autarquias poderão ser o primeiro passo para o aumento do poder local.


Para isso o dirigente do PRS defendeu que todos os dirigentes locais devem ser eleitos, desde o município ao governador.


"35 anos de poder do Presidente de Angola não é problema do homem mas do regime".


Eduardo Kuangana iniciou o programa comentando os 35 anos de poder do Presidente José Eduardo dos Santos, afirmando que isso é um reflexo da “falta de democracia” no país. 


Contudo, disse, o  problema “não é do homem mas sim do regime”. O dirigente do PRS defendeu a este propósito que Angola precisa de instituições que funcionem livre e independentemente do poder, como o sistema judicial.


“O problema está no regime não na pessoa”, afirmou ainda que “ a corrupção está generalizada em todos os sectores” da vida angolana. “Não há nenhum sector que não se queixe (da corrupção)”, disse afirmando ainda que ”a exclusão” de largos sectores da população continua a existir. O sistema judicial tem que ser independente com juízes independentes.


“Os juízes não podem ser nomeados pelo Presidente”, disse Kuangana que afirmou que a razão porque muitos casos em tribunal não avançam ( “como o caso de Cassule e Kamulingue”) é precisamente porque o sistema judicial não funciona independentemente do poder político.



Neste momento em Angola, disse “não há quem controle, quem fiscalize, quem  verifica quem funciona ou não”. A pobreza tornou muitos angolanos em “pedintes de favores” e isso beneficia o poder. Muitos, disse, para terem pão precisam de aceitar as cacetadas.