ADULTERAÇÃO DE RELATÓRIOS ECONÓMICOS VS
ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DE CAPITAL – Prof. Ngola Kiluange
Washington
D.C – A adulteração de relatórios económicos e financeiros do
país tem sido uma cultura constante e sistemática usada pelo regime
de José Eduardo dos Santos.
Fonte:
Ponto-final.net
Convenhamos
que somente a Presidência da República detém os maiores dados estatísticos de
todas as nossas fontes de riquezas minerais, recursos humanos e naturais,
etc...logo, as possibilidades de "manipulação dos factos" tornam-se
ainda mais fáceis!?
Aliás,
a própria conduta injusta, desleal e até enganadora de Dos Santos devia
foçar-nos a supervisionar regularmente a sua forma de administração do nosso
erário público.
É
que ...por além de nos açambarcar os cofres públicos, o sr. Presidente da
República tem o distinto descaramento de ordenar quadros nacionais e
estrangeiros para falsificar relatórios sobre a nossa economia e finanças!
Essa
adulteração de documentos oficias tem-se tornado um negócio lucrativo dentro e
fora do país...
Por
exemplo, entre 1990 e 1992, Aguinaldo Jaime foi Ministro das Finanças. De 1997
à 2002 esteve envolvido no desaparecimento de mais de quatro mil e 220
milhões de dólares … quando exercia o cargo de Director Geral do Banco Nacional
de Angola e Vice-primeiro-ministro, indica um relatório de Arvind Ganesan
da Human Rights Watch.
Aguinaldo
Jaime ocupou também o cargo de presidente do BAD Banco Africano de
Desenvolvimento, presidente do Conselho de Administração da Agência Reguladora
de Supervisão de Seguros (ARSEG) de Angola, etc.
Foi
precisamente nesse período de tempo que Jaime teve contactos com várias figuras
públicas de Instituições Financeiras Internacionais, providenciando-lhes
informações adulteradas sobre a nossa economia e finanças públicas, incluindo a
gestão financeira do sector petrolífero e diamantífero!
Assim,
a táctica da deslealdade de Aguinaldo Jaime servia para esconder
informações dos negócios escuros de José Eduardo dos Santos e Xu Jinghua (Sam
Pa), nomeadamente – a venda do nosso “crude” ao $100 por
barril...Dos Santos e Jinghua compravam da Sonangol "cada barril" $50
e revendiam-no ao Governo Chinês $100 por barril.
De
igual modo, o Presidente da República tinha negócios lucrativos de diamantes
com Pierre Falcone, Arcadi Aleksandrovich Gaydamak e Lev Leviev...
Com
essas informações fora dos olhos de potenciais investidores ocidentais, o
regime de Dos Santos pretendia granjear uma imagem de transparência da gestão
da receita proveniente da exploração dos recursos naturais...
Infelizmente,
o ocidente não caiu na armadilha e a conferência internacional de doadores que
o governo pretendia organizar para recolher fundos para a reconstrução do país
–fracassou!
De
acordo com o relatório da conferência da British-Angola Fórum realizada em
Setembro de 2001, muitos analistas achavam que os governos ocidentais
mostravam-se reticentes em investir projectos em Angola devidos as suas
relações com o então chamado “governo de Luanda.”
Desiludido
com as acções do Ocidente, Dos Santos refugiou-se na China, hipoteca aí grande
parte do nossos recursos naturais (através da concessão de empréstimos) e
inunda o nosso país com mais de 500 mil cidadão chinêses, resultante de um
contrato que só Deus sabe!
Com
os empréstimos chinês, o Presidente da República conseguiu pagar muitas
dívidas externas, subtrair grandes valores do erário público angolano a seu
favor…
Contudo,
hoje, a adulteração dos nossos relatórios económicos e financeiros são feitos
não só dentro da nossa Presidência da República, mas também pelos
próprios familiares e comparsas mais directos de José Eduardo dos
Santos...
Maria
Luísa Perdigão Abrantes, Presidente do Conselho de Administração da ANIP
- Agenda de investimento privado, é talvez uma das maiores falsificadores
da nossa realidade e situação económica e financeira …
Grande
parte dos nossos relatórios económicos e financeiros coloridos maldosamente por
quadros nacionais e estrangeiros, pertencentes a grandes instituições
financeiras mundiais... têm as pegadas de Maria Abrantes...
Sem
dúvida alguma, as intenções da contínua flagrante e desprestigiada falsificação
do nosso quotidiano económico e financeiro serve um só objectivo – acumulação
primitiva de capital ,ou seja açambarcamento desenfreado do nosso erário
público!
Enquanto
não tivermos instituições financeiras credíveis e independentes nacionais
– o negócio de adulteração dos nossos relatórios económicos e financeiros
continuarão a serem lucrativos.
Afinal
de contas, o Presidente da República tem muito que esconder quando impede o
nosso Parlamento de "controlar e fiscalizar politicamente o
Executivo."
Aliás,
seria legítimo perguntar se José Eduardo dos Santos ainda consegue dar conta
das responsabilidades incumbidas exclusivamente à nossa Presidência da
República? Obs.: anormais isentos de comentários !
A
maior tristeza aqui é que ninguém sabe de certo quanto Dos Santos terá
açambarcado do nosso erário público desde 1979 até o presente momento... e sem
dúvida alguma que levará para a sua própria cova todo segredo dessa roubalheira
vergonhosa.
A
melhor solução seria convocarmos uma conferência nacional com a participação de
todas as forças vivas da nossa terra. É perca de tempo depositarmos falsas
esperanças nos pleitos eleitorais autárquicos, porque partindo dos princípios
morais e cívicos os cadastros criminais de José Eduardo dos Santos e seus
comparsas mais directos deveriam os proibir de participar em qualquer vida
política nacional.
Prof.NgolaKiluange
Washington
D.C