PARTIDOS ANGOLANOS EM CAMPANHA ELEITORAL IGNORAM
A QUESTÃO DA LUNDA TCHOKWE
Estou
há muitos anos na Espanha, tenho acompanhado de perto, sobretudo na imprensa
internacional e em jornais online, a voz de América, a DW e a BBC, páginas de internet,
nas vulgarmente chamadas redes sociais como Facebook, Twitter, e outros,
noticias e informações bem dinâmicas sobre os conflitos em Cabinda lideradas
pela FLEC e a reivindicação da questão da Lunda que espoletou a bem pouco tempo
mas que já ganhou o seu lugar, no meu entender.
Eu
esperava que os Partidos da oposição, devessem aproveitar a questão da FLEC em CABINDA
e da QUESTÃO LUNDA para irem retirar votos da maioria das pessoas
destas duas regiões de Angola que reivindicam os seus direitos e retirarem o favoritismo
do MPLA.
O
que vi nos manifestos e do pronunciamento dos líderes políticos da oposição foi
totalmente diferente, ignoraram estas regiões, sem uma palavra de consolo nem
referência, esperava mais da CASA-CE, da
UNITA, do PRS embora esta formação politica
continua a defender o federalismo, até quando lá chegar para implementar o seu
projecto de governação, ainda vai precisar de voto destas populações e da FNLA.
Em
2011, estive nas Lundas pela primeira vez, em preparação da minha tese de Engenharia
para a Industria Mineira, visitei muitos projectos de exploração de diamantes,
falei com jovens mineiros e alguns dirigentes locais, todos eles eram a favor
da reivindicação de Autonomia das Lundas, não escondiam isso.
Estive
na localidade do LUZAMBA e falei com SECULOS
ou Sobas como se diz em Angola,
estavam maus, diziam eles que vão nos dar o nosso país, porque os nossos filhos
que estudaram estão a reivindicar com o governo.
Esperava
mais do Abel Chivukuvuku com o seu projecto CASA-CE, que deveria aproveitar as LUNDAS
e fazer passar uma mensagem mais forte se dissesse alguma palavra de consolo
para aquela região, porque ali o MPLA tem garras bem assentes no chão, ou será que com
a presença do senhor Lindo
Bernardo Tito, na CASA-CE
esta tudo ganho nas LUNDAS?
Ontem
vi no TPA Internacional, um outro partido novíssimo tal como nasceu a ND, o FUMA
de António Muachicungo, antigo deputado do PRS e era um dos
Vice-Presidente daquele Partido, mas agora nas vestes do novel Partido, ainda
não li o seu manifesto, visitei o Club-k, Angola24horas e outros sites que
falam das eleições em Angola não encontrei nada sobre o manifesto do FUMA.
Neste
momento seria a hora da verdadeira reconciliação, momento de falar tudo e sem tabus,
momento de se evitar conflitos no futuro, momentos de reconhecer qualquer
anomalia por muito pequena que seja que o MPLA teria ignorado, a oposição é aqui que deveria
aproveitar e dizer que irão Governar o país ouvindo a todos e que vão resolver
qualquer diferendo, esta é a convergência que o povo quer.
Como
é que vão convencer os CABINDAS e
os LUNDAS para votarem nos
vossos partidos se os vossos manifestos os ignoraram?
Por
Ernesto Kadiamuniko Sebastião em Espanha