O MITO DA BATALHA DO KUITO KUANAVALE POR
KAMALATA NUMA
Luanda -
O editorialista do Jornal de Angola sob anonimato, na edição Ano 37 nº 13282,
Sábado 26 de Abril de 2014, na edição Ano 37 nº 13286, Quarta-Feira, 30 de
Abril de 2014, na edição Ano 37 nº 13289, Sábado, 3 de Maio de 2014 e na
edição Ano 37 nº 13293, Quarta-Feira, 7 de Maio de 2014, colocou-se
afirmativamente alinhado com o ADN da instituição que serve, alicerçado na
arrogância e na falsificação permanente dos factos.
Fonte: Club-k.net
É agora a batalha do Jornal de Angola
O
que escreveu este editorialista representa o pensamento central do MPLA. “De
Alvor a Bicesse” título do editorial de Sábado na sua lógica sobrevive apenas à
vontade dos vencedores e os vencidos (o povo angolano) juntamente com a
democracia, o Estado de direito e suas victórias conquistadas com o seu sangue,
que se curvem diante deles e ponto final.
O actual posicionamento dos ditos vencedores de hoje, fez-me vir à memória o facto de Angola até 1975 ter sido concepção e construção de Portugal. Por esta razão, durante os processos de descolonização, o governo português foi levado a entregar Angola (por si construída) a pessoas de sua confiança e não aos indígenas atrasados que mataram brancos em 1961.
Afinal, Angola que temos hoje é esta continuação, leiam com cuidado o livro de Jorge Costa, João Teixeira Lopes e Francisco Louçã “OS DONOS ANGOLANOS DE PORTUGAL” e perceberão para onde se encaminha Angola e porque voltamos para a línguagem dos tempos de triste memória; a guerra. Perceberão o que significou aquela história de fim da cooperação estratégica, senão areia nas vistas dos indígenas.
No outro editorial com o título “A batalha de Magnus Malam” o editorialista também sob anonimato, diz que o Deputado Kamalata Numa foi capturado. Informe-se melhor por se tratar de outra pessoa e não de Abílio José Augusto Kamalata Numa que nunca foi capturado, invente um clone que possa desmentir essa verdade.
Quanto aos argumentos rasteiros que utiliza, faça algum esforço acadêmico que ajuste de forma defensável a sua causa, pelo facto de que tudo quanto tem vindo a escrever representar muita parra com pouca uva. Na sua lógica, você como vencedor o seu papel é humilhar, espezinhar tudo e todos. Amanhã como perdedor o que quer esperar dos futuros vencedores? Aqui reside a preocupação da maioria dos angolanos que percebe o actual Regime nada fazer para uma verdadeira reconciliação nacional. A reconciliação que se faz é entre vencedores que beneficiaram de pedaços esquartejados da presa chamada Angola.
Com
o editorial de dia 3 de Maio de 2014 “Do Tumpo a Nova Iorque”, o puzzle começa
a ficar esclarecido, infelizmente por falta de memória este editorialista
esqueceu-se de forma propositada que quando se inicia a aplicar a resolução
435, o exército mercenário de Cuba foi obrigado a retirar-se do sul de Angola
até ao paralelo 11º. Será que esta atitude também foi assumida pela magnimidade
do Camarada Comandante em Chefe, quando temos ainda frescas as declarações de
alguns ministros dos negócios estrangeiros de Angola a dizerem que os camaradas
cubanos nunca se retirariam de Angola? Afinal, porque o victorioso Comandante
em Chefe foi obrigado a cair assim tão baixo assinando o Acordo de Bicesse com
o Comandante de um batalhão o Dr. Jonas Malheiro Savimbi a quem teve de apertar
a mão, foi outra vez magnanimidade? Parabéns!
O editorial com o título “Inconciliável e reconciliação”, o editorialista anónimo volta atordoado e sem rumo ao ataque contra tudo e todos. Não sabendo o que é reconciliação e assegura que tudo já foi feito. Para ele não existiu o genocídio de 27 de Maio, o genocício eleitoral e a Sexta-Feira Sangrenta em 1992. Só para lhe recordar e avivar a memória há os casos dos cidadãos inocentes atirados aos jacares, o jovem Nganga assassínado por nada e tantos outros que têm sido abatidos como animais já em tempo de paz, aqueles que suas casas são destruidas por serem casebres que destoam a paisagem dos vencedores, os ex-ELNA, ex-FAPLA e ex-FALA que tudo deram por Angola e levam para casa os bolsos vazios, enquanto os verdadeiros vencedores ficam com tudo.
Num futuro breve terão de dar respostas magnânimas sobre o cancro da corrupção em Angola por esta ser uma das razões do actual discurso que perspectiva a vontade de quererem voltar para o sistema de partido único, onde ninguém vos questionará. E onde não havera mais necessidade em se falar sobre a reconciliação nem liberdade em se discordar, quando para muitos como nós a terra é sagrada e quando no-la tiram expressamos nossa discordia como o fizemos com a actual Constituição da República de Angola.
A resposta da UNITA a deturpação dos factos da guerra que deram origem ao mito da batalha do Kuito Kuanavale é outra razão que reflete a importância que damos a liberdade. Foi por esta liberdade que partimos para se dar um basta ao falseamento dos factos Históricos.
Por esta liberdade eis o repto, se tiver alguma coragem, mande organizar uma mesa redonda internacional onde deverão estar representados todos envolvidos daquela conjuntura (russos, portugueses, americanos, cubanos, sul africanos, angolanos das FAPLA e das FALA e não das FAA) para se falar desta temática, de contrário será a vossa lógica que querem impor pela força porque saudosamente querem reanimar o fantasma de Partido Único. Não é por acaso que os aliados já iniciaram com o projecto de reanimação do fantasma da antiga URSS, invandindo países soberanos.
Deixem de ser bobos com o mito da dita Batalha do Kuito Kuanavale, uns até já lhe chamam a mãe de todas as batalhas ou ainda a maior batalha dos anais de África, ignorando que a guerra de Ogaden no Corno de África chegou a ter frentes com mais de 600 kms, porque não se informam junto dos vossos aliados cubanos que lutaram nesta guerra?
Porque não se preocupam com a banalização que as chuvas fazem a competência dos governantes aqui em Luanda? Porque a ponte molhada continua molhada durante semanas e os cidadãos que pagam a taxa de circulação passam o tempo a mergulhar seus carros nessa ponte? Onde andam os vencedores na solução de problemas ligados ao ensino, saúde, emprego, bons salários, zungueiras, juventude, etc., etc., etc.
Por favor, não desviem o país do maior interesse do povo que é por uma verdadeira democracia, verdadeiro Estado de Direito, verdadeira reconciliação nacional, verdadeiro combate a pobreza e não este bla, bla, bla de vencedores gananciosos e péssimos governantes que apenas se preocupam com o bem estar de uma minoria.