Nito Alves é
o mais jovem preso político angolano. Aos 17 anos o activista contra o regime
de José Eduardo dos Santos encontra-se em total isolamento à guarda da polícia.
Um menor de
17 anos, Manuel Chivonde Baptista Nito Alves (na foto), encontra-se detido há
mais de um mês pela polícia angolana, sem direito a advogado nem culpa formada.
O jovem está ainda privado de ter visitas de familiares.
A denúncia
foi feita pela Associação Mãos Livres (AML), apostada na defesa do menor, e que
considera tratar-se de um caso de absoluta ilegalidade. “Os advogados que estão
acompanhar o processo Nito Alves contactaram a PGR [Procuradoria Geral da
República] e lamentavelmente, o processo foi remetido para um órgão superior
não identificado, por isso, não foi decidido o requerimento dos advogados”,
pode ler-se num comunicado assinado pelo presidente da associação, Salvador
Freire.
Ainda
segundo a AML, o menor foi por várias vezes sujeito a ameaças de morte por
parte de agentes da Direcção Provincial de Investigação Criminal de Luanda
(DPIC) que tem mantido Nito Alves em regime de total isolamento.
O jovem foi
detido por policiais por, alegadamente, ter mandado imprimir 20 t-shirts onde
se podia ler “José Eduardo Fora! Ditador nojento” e “Povo angolano, quando a
Guerra é necessária e urgente”, o que foi considerado insultuoso para o
presidente angolano.
Não é a
primeira vez que Nito Alves tem problemas com a polícia. Desde os 15 anos que o
menor tem vindo a expressar abertamente críticas ao regime de Eduardo dos Santos,
o que faz através de um jornal mural que anima no bairro do Chimuco, no
município de Viana, onde reside.