GREVE
A VISTA NO 4º MAIOR KIMBERLITE DO MUNDO CATOCA SITUADO NO TERRITÓRIO DA NAÇÃO
LUNDA TCHOKWE
Trabalhadores da
empresa mineira de diamante, o quarto kimberlite do mundo, Catoca a escassos Km
a norte da cidade de Saurimo na Lunda-Sul, podem entrar em greve a qualquer
hora.
Toda a história a
narrar, teve inicia aos 5 de Novembro de 2012, quando os trabalhadores fizeram
entrada de um “Dossiers” de 65 páginas ao PCA – Ganga Júnior, que é também o
Director geral há mais de 20 anos nesta empresa por ser pessoa de total
confiança e por causa da sua fidelidade absoluta ao Chefe José Eduardo dos
Santos para o manter fora dos prazos estabelecidos por lei, numa empresa
considerada Pública Estatal á exemplo da TAAG, ENSA, RNA, TPA,
SONANGOL, ENDIAMA, etc que já teve a rotatividade dos seus conselhos
de Administração excepto Catoca que nunca é esclarecida se é direito duma
empresa publico ou não do estado angolano; mais que rendem receitais
fabuloso aos cofres dos concessionários é um facto.
Catoca vende 78,2%
dos diamantes produzidos em Angola, mas nunca publicou um único relatório para
explicar onde vai os 10% das receitas que o regime do Presidente José Eduardo
dos Santos, diz que seriam afectados ao desenvolvimento das 4 províncias;
Kuando Kubango, Moxico, Lunda-Sul e Lunda-Norte. Estranho é que nem mesmo a própria
Assembleia Nacional que legislou e aprovou tal diploma, veio a publico alguma
vez para questionar o destino dos tais propalados 10%.
No referido
dossiers, os trabalhadores solicitam melhorias sociais e laborais, sobretudo
nos sectores de Raio X, Metalurgia e outras bem como a revisão salarial sobre a
abismal diferença entre Angolanos e os seus colegas expatriados. As questões
ligadas ao seguro, assistência médica e outros benefícios entre o trabalhador.
Das várias questões
expostas no dossier com as seguintes perguntas, que não foram respondidas:
relativamente a isso, o sector de raio X em particular e o da Metalurgia, porque
é que a maioria dos directores são estrangeiros? E se esses quadros são capazes
mais deixam à desejar, importam leis e regras dos seus países de origem que não
tem nada a ver com a Lei Geral de Trabalho de Angola nem com a nossa
constituição atípica, implantam forçoso e empiricamente nas empresas
de Angola, sobretudo do tal absentismo que foi implantado pelo chefe brasileiro
José Carlos que considera a ausência dum trabalhador por morte de um pai ou
avó; consulta médica do trabalhador que é parte do seu direito, como absentismo.
Será que estes
quadros estão devidamente abalizados e consciencializado do que
fazem? Essas políticas não incentivam aquilo que amanhã poderá incentivar a
chamada Xenofobia? Será que a palavra expatriada ou proveniente não é a mesma
coisa? Porque essa diferença entre os estrangeiros técnicos e angolanos? Quem
são os responsáveis ou Directores na Terciarização de Serviços e que poderes
tem sobre os trabalhadores de Catoca? Porque se o Angolano vai estudar ou
trabalhar na Rússia, é obrigado à aprender o russo, porque não se faz o mesmo
neles no aprendizado do Português em Angola?
O dossier considerado
revelador do que se passa no interior do 4º kimberlito do mundo, menciona os
conflitos laborais como o pão de cada dia e a prostituição como
cartão-de-visita de Catoca que os trabalhadores consideram como festas de lazer
e antro da prostituição e kilapi.
De acordo com o
texto, “Quando há festas no Catoca, nesta ocasião se aproveita para trazer
várias convidadas de Saurimo para a comemoração, colegas que trazem mais de
cinco mulheres, raparigas de entre os 14 anos, fazem pim pam pum para
distribuição das mesmas por vários homens e até nalguns casos fazem gera numa
só mulher, porque todos molham lá o pau. Gasta se tanto dinheiro em campanhas
de prevenção contra a SIDA, no Catoca constituem o foco de expansão do HIV para
a cidade de Saurimo e tudo isso acontece porque constitui o centro de procura
para a subsistência alimentar da maioria dos munícipes ”.
As prostitutas já vêm
nuas a partir da cidade de Saurimo onde são contratadas ou conquistadas a troco
de uma bebida e uma noite no 4º kimberlite do mundo.
O dossier fala da
humilhação porque passa o trabalhador Angolano, sobretudo na sala das
operadoras do raio X, misturando homens e mulheres, pais e filhos juntos e
nuas. Observados nus pelas mulheres, Designadamente Sra Yannie.
Numa interessante das
passagens do dossier, ponto 6.5. – “Qual é de facto o nosso problema?” – Diz o
seguinte: ”tudo em nada é roubo de diamantes, afinal quem é gatuno? O Tchokwe
tornou-se o gatuno da sua própria riqueza!..”. O Tchokwe em primeira instância
é o dono do buraco e estamos no seu território jurisdicional sob controlo de
provenientes o que não acontece com o peixe do mar, as bananas, nem com as
salinas do litoral. A linguagem repetitivamente ofensiva dos enviados
do regime de José Eduardo dos Santos que exploram Catoca deve terminar, porque
os Tchokwes se fossemos tão tribalistas ou mesmo matumbos, os angolanos não
teriam apoio que os conduzisse a uma luta que os levou a conquistarem o poder
que ostentam; Talvez matumbos por admitirem as atrocidades, as humilhações, as
torturas repugnantes do regime angolano sobre estes.
A incursão do
dossier, transcreve toda a situação de Catoca desde Luanda na Base de Talatona,
sector administrativo, sector financeiro, sector de produção, sector de
planeamento, sector dos transportes Aéreos e terrestres de apoio, sector de
segurança interna, Metalurgia, terciarização de serviços, sector afecto a
Brasileiros, Russos, Israelitas entre várias situações.
O dossier em
posse do senhor PCA – Presidente do Conselho de Administração de Catoca e seu
Director geral, Ganga Júnior, desde Novembro de 2012, passados mais de 11
meses, nem água vai e nem vem, para além do acumular de outras situações, por
isso esta na eminência uma greve geral, este é o meio que os trabalhadores
encontraram para fazer vingar as suas reclamações, de acordo com uma fonte bem
colocada que pediu o anonimato.
Por Samajone na Lunda