quarta-feira, 9 de outubro de 2013

GREVE A VISTA NO 4º MAIOR KIMBERLITE DO MUNDO CATOCA SITUADO NO TERRITÓRIO DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE

GREVE A VISTA NO 4º MAIOR KIMBERLITE DO MUNDO CATOCA SITUADO NO TERRITÓRIO DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE






Trabalhadores da empresa mineira de diamante, o quarto kimberlite do mundo, Catoca a escassos Km a norte da cidade de Saurimo na Lunda-Sul, podem entrar em greve a qualquer hora.




Toda a história a narrar, teve inicia aos 5 de Novembro de 2012, quando os trabalhadores fizeram entrada de um “Dossiers” de 65 páginas ao PCA – Ganga Júnior, que é também o Director geral há mais de 20 anos nesta empresa por ser pessoa de total confiança e por causa da sua fidelidade absoluta ao Chefe José Eduardo dos Santos para o manter fora dos prazos estabelecidos por lei, numa empresa considerada Pública Estatal á exemplo da TAAG, ENSA, RNA, TPA, SONANGOL, ENDIAMA, etc que já teve a rotatividade dos seus conselhos de Administração excepto Catoca que nunca é esclarecida se é direito duma empresa publico ou não do estado angolano; mais que rendem receitais fabuloso aos cofres dos concessionários é um facto.




Catoca vende 78,2% dos diamantes produzidos em Angola, mas nunca publicou um único relatório para explicar onde vai os 10% das receitas que o regime do Presidente José Eduardo dos Santos, diz que seriam afectados ao desenvolvimento das 4 províncias; Kuando Kubango, Moxico, Lunda-Sul e Lunda-Norte. Estranho é que nem mesmo a própria Assembleia Nacional que legislou e aprovou tal diploma, veio a publico alguma vez para questionar o destino dos tais propalados 10%.




 No referido dossiers, os trabalhadores solicitam melhorias sociais e laborais, sobretudo nos sectores de Raio X, Metalurgia e outras bem como a revisão salarial sobre a abismal diferença entre Angolanos e os seus colegas expatriados. As questões ligadas ao seguro, assistência médica e outros benefícios entre o trabalhador.




Das várias questões expostas no dossier com as seguintes perguntas, que não foram respondidas: relativamente a isso, o sector de raio X em particular e o da Metalurgia, porque é que a maioria dos directores são estrangeiros? E se esses quadros são capazes mais deixam à desejar, importam leis e regras dos seus países de origem que não tem nada a ver com a Lei Geral de Trabalho de Angola nem com a nossa constituição atípica, implantam forçoso e empiricamente nas empresas de Angola, sobretudo do tal absentismo que foi implantado pelo chefe brasileiro José Carlos que considera a ausência dum trabalhador por morte de um pai ou avó; consulta médica do trabalhador que é parte do seu direito, como absentismo.




Será que estes quadros estão devidamente abalizados e consciencializado do que fazem? Essas políticas não incentivam aquilo que amanhã poderá incentivar a chamada Xenofobia? Será que a palavra expatriada ou proveniente não é a mesma coisa? Porque essa diferença entre os estrangeiros técnicos e angolanos? Quem são os responsáveis ou Directores na Terciarização de Serviços e que poderes tem sobre os trabalhadores de Catoca? Porque se o Angolano vai estudar ou trabalhar na Rússia, é obrigado à aprender o russo, porque não se faz o mesmo neles no aprendizado do Português em Angola?



O dossier considerado revelador do que se passa no interior do 4º kimberlito do mundo, menciona os conflitos laborais como o pão de cada dia e a prostituição como cartão-de-visita de Catoca que os trabalhadores consideram como festas de lazer e antro da prostituição e kilapi.



De acordo com o texto, “Quando há festas no Catoca, nesta ocasião se aproveita para trazer várias convidadas de Saurimo para a comemoração, colegas que trazem mais de cinco mulheres, raparigas de entre os 14 anos, fazem pim pam pum para distribuição das mesmas por vários homens e até nalguns casos fazem gera numa só mulher, porque todos molham lá o pau. Gasta se tanto dinheiro em campanhas de prevenção contra a SIDA, no Catoca constituem o foco de expansão do HIV para a cidade de Saurimo e tudo isso acontece porque constitui o centro de procura para a subsistência alimentar da maioria dos munícipes ”.




As prostitutas já vêm nuas a partir da cidade de Saurimo onde são contratadas ou conquistadas a troco de uma bebida e uma noite no 4º kimberlite do mundo.




O dossier fala da humilhação porque passa o trabalhador Angolano, sobretudo na sala das operadoras do raio X, misturando homens e mulheres, pais e filhos juntos e nuas. Observados nus pelas mulheres, Designadamente Sra Yannie.




Numa interessante das passagens do dossier, ponto 6.5. – “Qual é de facto o nosso problema?” – Diz o seguinte: ”tudo em nada é roubo de diamantes, afinal quem é gatuno?  O Tchokwe tornou-se o gatuno da sua própria riqueza!..”. O Tchokwe em primeira instância é o dono do buraco e estamos no seu território jurisdicional sob controlo de provenientes o que não acontece com o peixe do mar, as bananas, nem com as salinas do litoral. A linguagem repetitivamente ofensiva dos enviados do regime de José Eduardo dos Santos que exploram Catoca deve terminar, porque os Tchokwes se fossemos tão tribalistas ou mesmo matumbos, os angolanos não teriam apoio que os conduzisse a uma luta que os levou a conquistarem o poder que ostentam; Talvez matumbos por admitirem as atrocidades, as humilhações, as torturas repugnantes do regime angolano sobre estes.



A incursão do dossier, transcreve toda a situação de Catoca desde Luanda na Base de Talatona, sector administrativo, sector financeiro, sector de produção, sector de planeamento, sector dos transportes Aéreos e terrestres de apoio, sector de segurança interna, Metalurgia, terciarização de serviços, sector afecto a Brasileiros, Russos, Israelitas entre várias situações.


 O dossier em posse do senhor PCA – Presidente do Conselho de Administração de Catoca e seu Director geral, Ganga Júnior, desde Novembro de 2012, passados mais de 11 meses, nem água vai e nem vem, para além do acumular de outras situações, por isso esta na eminência uma greve geral, este é o meio que os trabalhadores encontraram para fazer vingar as suas reclamações, de acordo com uma fonte bem colocada que pediu o anonimato.



Por Samajone na Lunda