quinta-feira, 11 de agosto de 2011

AMBIENTE ESCALDANTE NO PARLAMENTO


Ambiente raro no Parlamento angolano. A recusa da UNITA em participar da aprovação do pacote legislativo proposto pelo MPLA e as ameaças proferidas pelo seu Secretário geral, em Malanje, são o " epicentro " do ar escaldante.

Camalata Numa ameaçou gerar crise no país, se a legislação lavrada pela maioria passar no Parlamento.



"Não estamos arrepiados nem minimamente melindrados com discursos inflamados de quem se fez herdeiro da “somalização” do nosso país" - respondeu o líder parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira.


Responsáveis do MPLA entendem o pronunciamento do dirigente da oposição como “ incitação à desobediência civil”.

Mais uma acusação de peso ao dirigente da UNITA, que já foi admoestado com sanção registada na Assembleia nacional, pelas suas posições no Huambo.

O Parlamento angolano decidiu adiar, para a próxima terça-feira, a sessão extraordinária que seria realizada hoje e que teria como tema principal a votação do polémico pacote legislativo eleitoral.

O presidente da bancada parlamentar do MPLA, Virgílio Fontes Pereira, explicou à imprensa que este adiamento ocorreu devido à necessidade de conferir mais algum tempo aos deputados para se inteirarem do conteúdo do documento.

Analistas entendem este adiamento como um recuo da maioria parlamentar, mas Fontes Pereira adiantou que “ o MPLA não cederia a discursos chantasistas”.

"Na próxima terça-feira vamos apreciar e votar o documento sem nenhum pretexto, até lá o que pode acontecer é que os deputados dos vários partidos entendam melhor a resolução, mas nunca se vai alterar fora do parlamento, se tiver que haver uma alteração à mesma será feita durante o plenário", disse.

"Vamos avançar com a elaboração dos projetos de lei. Não estamos aqui para receber da UNITA lições de democracia, não estamos arrepiados nem minimamente melindrados com discursos inflamados de quem se fez herdeiro da 'somalização' do nosso país", acrescentou.


Do pacote legislativo eleitoral fazem parte o projecto de lei de revisão da lei orgânica sobre as eleições gerais, o projeto de lei de revisão da lei do registo eleitoral e o projecto de lei de revisão da lei de observação eleitoral.