quinta-feira, 9 de junho de 2011

Agentes da Polícia Nacional Angolana cegam cidadão após tortura física

Namibe - Alberto Chissuco de 29 anos de idade, enquanto recluso na Comarca do Namibe, no ano 2005, acusa os agentes da unidade Prisional do Namibe, conhecidos pelos nomes de Artur, Dadinho e Mundjanga, este ultimo, transferido fora do Namibe, em como o teriam brutalmente torturado, deixando-o aparentemente cego com uma só vista.



Fruto desta brutalidade, o lesado diz estar revoltado pelo tempo que já leva, portanto «4 anos», desde que em 2007, já em liberdade, apresentou queixa ao Procurador Provincial da Republica, na pessoa do Dr. Justo Bartolomeu, antigo inquilino da PGR-Namibe, por alegações de torturas físicas sofridas na unidade prisional do Namibe, que se resultaram na mutilação do olho esquerdo.



Alberto Chissuco não se coibiu com a pobreza que lhe envolve, arranjou passagens e foi a Luanda, pedir apoios da Associação Mãos Livres, liderada pelo carismático-activista dos direitos humanos, o advogado Dr. David Mendes, para fazer valer a verdade, levando seus carrasco ás barras do Tribunal.



«Quero o meu olho! não quero fazer justiça por mãos próprias, contra aqueles que sacrificaram o meu olho, não devem ficar impunes, por isso é que fui a Luanda a procura de apoios, conversei com o Secretario Adjunto da Associação cívica. Como se sabe, apresentei queixa em dois mil e sete na procuradoria Provincial da Republica e até hoje não há resposta, o processo anda arquivado naquela instituição e, os agentes da comarca do Namibe em 2005,me agrediram com o cinturão até me furaram o olho, continuam a trabalhar e eu vivo dificuldades, tenho dificuldades para dar de comer as minhas três filhas e esposa. Tenho vinte e nove anos de idade, ainda bem poderia aprender outras profissões, tais como pedreiro e outras, mas reduzido a uma vista, tudo me fica agora difícil, por isso mesmo, peço ajuda as instituições de direito como as Mãos Livres, para que o meu assunto seja objecto de discussão em tribunal e se faça a justiça», explicou.



Em dois mil e cinco, quando se encontrava internado na Comarca do Namibe por ter sido acusado de cúmplice pelo desaparecido de uma rebarbadora, nas oficinas da ABAMAT- Namibe, que veio a ser imputada a sí , Alberto Chissuco, julgado no meio de tudo isso, sem advogado, viu-se condenado na pena de dois anos.



Foi nesta altura, quando em companhia de seus colegas reclusos procediam serviço extra penitenciário, ao fazer uso de um chapéu que se presume ter cobiçado aos olhos de um dos agentes penitenciários, não se encontrou outra via se não retira-lo a pancadaria, segundo conta o lesado.



«fui retirado o chapéu com uma surra, como se de saco de arroz estivessem a bater. Fui agredido por agentes peneticiários, Artur, Dadinho e Mundjanga. Uma das fivelas do cinturaõa com que estavam a me ,infelizmente atingiu-me no olho esquerdo e, fiquei mutilado do olho», descreveu.



Sublinha que «na quela altura, desmaiei e só recuperei mais tarde quando dei conta de que estava molhado, porque tiveram que me despejar muita água para recuperar do desmaio e mesmo assim, ferido, enfiaram-me na cela solitária onde permaneci cerca de duas semanas, sem tratamento e o olho ferido sem tratamento, ficou podre. Quando me retiraram da solitária, o chefe dos enfermeiros André, não acreditou do que viu, sobretudo do que se tinha passado e, levou-me para o hospital Ngola Kimbanda , onde fiquei internado, mas, já era tarde, os médicos pacientemente no bloco operatório, apenas procederam limpeza do referido olho estragadotos do olho ja apodrecidos. Assim, perdi o meu olho, para nunca mais», lamentou, deitando lagrimas no olho sobrevivente das torturas, o então recluso da Comarca do Namibe, gritando: quero o meu olho...Quero o meu olho.



UNITA MOSTRA-SE SOLIDÁRIA COM O JOVEM VISADO, EXIGE JUSTIÇA E APOIOS DAS INSTITUIÇÕES DOS DIRETOS HUMANOS



«Nós conversamos com o jovem e entendemos que tem de a ver participação de todos, principalmente da sociedade civil. A Associação Mãos Livres já fez alguma coisa, ao receber o jovem em Luanda, prometendo dar segmento o assunto junto do Tribunal. Há semelhança do que nos habituou em defesa dos direitos humanos, pedimos que a OPEN SOCIETY, também faça alguma coisa, está em jogo a vida de uma pessoa, um jovem, reconhecemos o grande papel que esta instituição tem desempenhado e achamos que esta, é mais uma das causas que as instituições nacionais e internacionais dos direitos humanos devem se bater, para que, os criminosos cobertos com o manto de cordeiro, sejam responsabilizados judicialmente, pelos crimes cometidos, como é o caso. Os criminosos estão bem identificados, o caso deu-se em dois mil e cinco e, em dois mil e sete, o cidadão apresentou queixa á procuradoria, hoje estamos em dois mil e onze, não se resolve, o país não pode continuar assim», reagiu.



CONTRA FACTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS AS MAZELAS DE MAUSTRATOS E CRIME ESTÃO A OLHO NU DE TODOS.



«Temos que ter no país órgãos que defendem os angolanos em circunstâncias de igualdade independentemente das cores partidárias, da pele e confissões religiosas ou manifestações etno-culturais. Não podemos continuar assim no país, ver pessoas que matam, batem impunemente,precisamos dizer um basta, porque Angola que queremos, o país que todos almejamos, não é este», reiterou.



NAMIBE PRECISA LIBERTAR-SE DAS INJUSTIÇAS E HUMILHAÇÕES




«Vai-se tornando insuportável, Namibe não pode continuar assim, há muitos casos referenciados, o que não acontece com outras províncias. Noutras províncias também existem problemas, mas o que se constata no Namibe é demais, e depois não se toma medidas, as impunidades tomaram conta de tudo. É preciso que os órgão centrais que dirigem a justiça, façam a sua parte, são pena de os angolanos recorrer as instituições internacionais para se acabar com os abusos e violações que se assiste nesta província»,.



É CONSTRANGEDOR UM CIDADÃO VAI VAI PARA CADEIA PARA FINS DE REEDUCAÇÃO E REGRESSA MUTILADO POR TORTURA



«Ainda assim, mesmo com estas atrocidades, há quem diga, o país está bem, Angola está a crescer. Não podemos continuar assim, aqui nesta província. Mandam-nos aqueles que sabem administrar a justiça na Província ou então que nos esclareçam se o que se está a passar na província do Namibe faz parte do projecto de nação que auguramos construir em Angola», referiu-se.



Madalena Mutango, em visita a família de Alberto Chissuco disse que já não é tempo de confundir o focinho do porco com a tomada de energia eléctrica, queremos justiça.


Jerry Simão representante da Associação Mãos Livres na região sul de Angola, vai ao Namibe, pôr as mãos limpas nos seus devidos lugares, tal como um politico da provincia de Luanda afecto ao regime, um dia disse públicamente. Paz e Justiça Social é o ponto de partida e de chegada dos angolanos.