segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CHICHANGO HÀ ESCASOS 18 KM DE SAURIMO


CHICHANGO HÀ ESCASOS 18 KM DE SAURIMO

Chichango é uma aldeia ou bairro a escasos 18 km da cidade de Saurimo, junto ao rio Luzia, em direção a comuna do Muana Quimbundo que dista a sensívelmente 54 Km no sentido Cacolo Saurimo. A população do Chichango ronda umas 60 ou 70 casas, o que perfaz um universo de 200 ou mais agregados no seu conjunto de famílias, sobretudo crianças e adolescentes.

É uma aldeia ou bairro sem nenhuma importancia economica talvez a nível da Província da Lunda-Sul. Mas tem importância porque ai vivem seres humanos, parte da sociedade da Lunda-Sul e do país. Este bairro existe por causa da migração que se deu, devido a guerra que assolou o país de norte a sul. Por isso a sua população veio para este lugar como deslocados de guerra. Consta que, uns vieram do município de Cacolo, Lubalo ou de Caungula.

O Ministério da tutela, penso que não tem estes dados valiosos. Todas as casas são feitas de pau a pique e cobertas de capim, por isso é que no anos de 2007 uma familia inteira composta por 7 pessoas foi engolida pelo fogo.



No Chichango tem falta de tudo, não tem escola, não tem posto médico, não tem lojas ou pequenas catinas. A sua população dedicação-se a agricultura.

Um posto médico no Bairro Pimbi, há cerca de 10 Km do Chichango, é o único local que esta população recorre para tratamentos médicos. O pior é que, este posto médico do Bairro Pimbi que dista 8 Km da cidade de Saurimo também, tem falta de tudo, desde os médicos aos medicamentos, também não tem escola e outros serviços básicos. O Pimbi é uma regedoria que no tempo colonial tinha um pouco de tudo, até água canalizada e um tanque, mas que 35 anos para cá, o bairro praticamente não existe, só ficou o nome.


Uma britadeira Chinesa ocupou as terras do velho Pimbi, os terrendos periféricos foram ocupados pelos donos da Lunda-Sul, os mais poderosos da úrbe provincial.

O transporte é outra dor da cabeça, do chichango ou pimbi para a cidade utiliza-se os moto taxi, famosos “Cupapatas”, mas a imensa maioria da população não podem usar o “Cupapata”, porque as pessoas não tem dinheiro. O trajecto é feito a pé. Alguns pequenos agricultores, fazem-se a cidade de Saurimo, sobretudo na praça do Catembe para vender alguma ortaliça; como tomate ecouves, mas sempre a pé.

No mesmo perimetro Saurimo-Muana Quimbundo, ao norte, encontramos duas aldeias bem no fundo das florestas, sem comunicação com o resto da província, porque ai não tem estrada, existe um caminho que parte do bairro pimbi, passando por rio luzia e outros riachos, é a única via para lá se chegar. São as aldeias do Mualuango e do Muhunga. As populações destas aldeias estão esquecidos, ninguém se lembra deles.

Mas encontrei flutuante bandeiras de partidos MPLA, UNITA e do PRS.

Em todas estas localidades que falei, quem mais sofre são as crianças. São a mãos de obra. Imaginem vocés que, crianças entre 5 à 10 anos de idade percorrerem 5 á 8 ou 10 Km a pé a procura de água ou irem para Saurimo na “ZUNGA” nas praças da cidade. Fazem o percurso de ida e volta todos os dias. Porque não tem onde ocupar o tempo nas suas próprias aldeias.

Que futuro para estas crianças? E para o futuro de profissionais da província?
Será que o campones deverá continuar sempre campones?..

In Saurimo por
Viagem Muautende Keshi Meso
E-mail:vkmkeshi69@hotmail.com