quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

ULTRA-COLONIALISMO PORTUGUES EM ANGOLA VS NAÇÃO LUNDA TCHOKWE 1886 - 1940

ULTRA-COLONIALISMO PORTUGUES EM ANGOLA VS NAÇÃO LUNDA TCHOKWE 1886 - 1940




Em 1889, depois da conferência de Berlim, os portugueses receberam o passaporte de livre circulação, tencionando tomar os reinos no interior a todo o custo, usando de muitas artimanhas e escamoteamento, o Rei decide mandar uma expedição até o Zambeze ou Liambeji com o objectivo de tentar ocupar ou negociar o Reino do BAROTZE (actual sul da Zâmbia, o povo Barotzelandia), este reino existe desde muitos anos, mas que nos anos 1800 melhor se organizou politicamente.




A expedição tinha entre outras missões, o reconhecimento de toda a região territorial da Nação Lunda Tchokwe ao sul ou seja a zona do Kuando Kubango, os povos Mbunda, Luchaze, Ambuela, Nganguela e Luimbi.



Esta expedição foi confiada com as viagens de CAPELO e IVENS e a viagem de SERPA PINTO entre 1877 e 1879. O projecto de ocupar o BAROTZE esta incluído no famoso Mapa Cor-de-rosa, que Portugal apresentou em 1886, como direitos adquiridos com a conferência de Berlim 1884-1885.



É aqui que precisamos dar uma explicação bem clara, sobre a presença de Portugal dentro da Nação Lunda Tchokwe no período entre 1886-1940 em pleno século XX, que não foi uma colonização, mas sim uma presença de permutas comerciais com estes povos.



A ambição de Portugal querer ocupar Barotze, foi travada pela Inglaterra que mandou uma ordem a Portugal para que este país deixasse o território transcontinental incluindo todo o projecto mapa cor-de-rosa, Barotze era nesta altura considerada pelos colonialistas Britânicos como terra pertencente a seu patriota CECIL RHODES.



Esta ordem foi conhecida como “ULTIMATUM INGLES CONTRA PORTUGAL DE 1890”.



AS AVENTURAS DE PORTUGAL CONTINUARAM



O capitão português PAIVA COUCEIRO, que estava no BIÉ pronto para partir para o território BAROTZE, foi impedido de o fazer por força do ultimato inglês, partiu em direcção ao Kuando Kubango para explorar com pormenores esta região tendo como base as informações de Capelo e Ivens e de Serpa Pinto.



Paiva, atravessou o povo Kubango, Sendji, Massaka e foi parar no Mukusso onde estavam os povos Kuangalis fugidos dos maus tratos dos Britânicos sob domínio de Cecil Rhodes em Barotze. Esta presença de Paiva Couceiro serviu para Portugal conhecer as riquezas daquele território.



Estava-se na época do comércio entre Europa e Africanos, o chamado comércio de permuta. Era melhor para Portugal deixar o Bailundo e Bié a encarregarem-se de este tipo de comércio.



Foi já em pleno século XX que Portugal aventurou-se a ocupação silenciosa do território do Kuando Kubango, motivado pela distracção dos Ingleses que já não lhes importava reaver o ultimato de 1890. Portugal mandou missões religiosas e comerciantes para o Kubango e Sendji.




O rei Tchihuako tomou imediatamente conhecimento sobre as intenções de Portugal, com a sua presença de Padres e Comerciantes, mas Mukuva que estava no Sendji os recebeu, então eclodiu um conflito entre Tchihuako e Mukuva, a rainha Lussinga que estava a reinar em Massaka, pôs-se ao lado do Tchihuako para combater Portugal.




Em 1915 em plena preparação da primeira guerra mundial, o padre LECOMPTE, que tinha sido expulso no Kubango, voltou com um exército. Depois de longas batalhas entre o Thihuako e Portugueses dirigidos pelo padre Lecompte, Tchihuako foi morto e Kubango ocupado, esta ocupação não significou a colonização.




Com o tempo os portugueses subornaram inocentemente a autoridade do poder tradicional do Sendji, Kakuhu, Mbuanga transformando-os em funcionários da Administração Portuguesa colonial, aproveitando-se do seu nível de conhecimentos científicos sobre o mundo e o poder que estes ostentavam.




A cidade de MENONGUE que era também uma das sedes do Reino Tchokwe, os Portugueses fizera então a sede de administração colonial. Porque? Porque o povo Tchokwe exercia grande influência e domínio sobre o povo Nganguela, Luimbi e Ambuela, coisa que Portugal queria aproveitar e aliar, também por desconhecimento científico e inocência da autoridade do poder tradicional Tchokwe que estava a Governar Menongue. Estas alianças de suborno nunca significaram ou constituíram ocupação colonial desta região da Nação Lunda Tchokwe…




O TEXTO CONTINUA NA PROXIMA EDIÇÃO…