sábado, 21 de dezembro de 2013

PENSAMENTO POLITICO DE ISAIAS SAMAKUVA REUNIDO EM LIVRO

PENSAMENTO POLITICO DE ISAIAS SAMAKUVA REUNIDO EM LIVRO






A história sobre Portugal e os movimentos de libertação de Angola “está mal contada", defendeu o líder da UNITA na apresentação, em Luanda, de “Paz, Liberdade e Democracia”, a sua primeira obra literária.



Centrada nos temas mais relevantes da política angolana e também africana, a obra de 400 páginas é uma compilação resumida da doutrina política que confere à segunda força política de Angola a sua identidade e ideologia e relevância histórica.



Lançado segunda-feira (16.12), na capital angolana, o livro “Paz, Liberdade e Democracia - O pensamento Político de Isaías Samakuva” é uma colectânea de textos extraídos dos discursos e pronunciamentos proferidos pelo líder do Galo Negro desde 2005.



Dividida em três partes, a obra apresenta os desafios que Samakuva diz ter enfrentado entre 2005 e 2012 “para manter a paz, defender a liberdade e, dentro dos limites impostos, praticar a democracia possível”. Na terceira e última parte do livro, o autor apresenta “uma agenda para o futuro” de Angola.




“HISTÓRIA MAL CONTADA”



No lançamento do seu livro, Isaías Samakuva considerou que “os nacionalistas angolanos não conseguiram forjar a unidade necessária para construir a nova nação”. Além de não terem conseguido “fundir os seus exércitos”, também “não conseguiram firmar um contrato social, um pacto constituinte para orientar o desenvolvimento da nova nação”, sublinhou.



“Não importa agora procurar os culpados porque nessa tragédia os culpados somos todos, responsáveis somos todos e vítimas somos todos”, defendeu ainda o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).



Para Samakuva, mais importante agora é ”reconhecer que a história contada até aos dias de hoje sobre o papel de Portugal e de cada um dos movimentos de libertação, está mal contada e começa agora a ser desmentida”.



“VINGANÇA E RESSENTIMENTO”



O líder do maior partido da oposição em Angola afirmou ainda que, após os acordos de paz em abril de 2002, a atmosfera política do país continua “carregada de vingança e ressentimento no seio dos angolanos”, mas também de “de desconfiança mútua, de medo e de arrogância.”



Além disso, acrescentou o presidente da UNITA, “a segunda República, consagrada a 1991 a 1992, também não é resultado de um pacto consensual abrangente firmado sobre o sonho do alicerce da verdade, da reconciliação, da igualdade e da justiça.”



Questionado sobre o momento sociopolítico que Angola vive actualmente, o responsável do Galo Negro disse que “é muito importante manter a liberdade, a paz e a democracia” e fazer tudo “para se consolidar o momento político e social do país que precisa, de facto, de melhorar”. Para Samakuva, é também preciso “olhar para os interesses de Angola e dos angolanos.”



Fonte DW