PENSAMENTO POLITICO DE ISAIAS SAMAKUVA REUNIDO EM
LIVRO
A
história sobre Portugal e os movimentos de libertação de Angola “está mal
contada", defendeu o líder da UNITA na apresentação, em Luanda, de “Paz,
Liberdade e Democracia”, a sua primeira obra literária.
Centrada
nos temas mais relevantes da política angolana e também africana, a obra de 400
páginas é uma compilação resumida da doutrina política que confere à segunda
força política de Angola a sua identidade e ideologia e relevância histórica.
Lançado
segunda-feira (16.12), na capital angolana, o livro “Paz, Liberdade e
Democracia - O pensamento Político de Isaías Samakuva” é uma colectânea de
textos extraídos dos discursos e pronunciamentos proferidos pelo líder do Galo
Negro desde 2005.
Dividida
em três partes, a obra apresenta os desafios que Samakuva diz ter enfrentado
entre 2005 e 2012 “para manter a paz, defender a liberdade e, dentro dos
limites impostos, praticar a democracia possível”. Na terceira e última parte
do livro, o autor apresenta “uma agenda para o futuro” de Angola.
“HISTÓRIA MAL CONTADA”
No
lançamento do seu livro, Isaías Samakuva considerou que “os nacionalistas
angolanos não conseguiram forjar a unidade necessária para construir a nova
nação”. Além de não terem conseguido “fundir os seus exércitos”, também “não
conseguiram firmar um contrato social, um pacto constituinte para orientar o
desenvolvimento da nova nação”, sublinhou.
“Não
importa agora procurar os culpados porque nessa tragédia os culpados somos
todos, responsáveis somos todos e vítimas somos todos”, defendeu ainda o líder
da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Para
Samakuva, mais importante agora é ”reconhecer que a história contada até aos
dias de hoje sobre o papel de Portugal e de cada um dos movimentos de
libertação, está mal contada e começa agora a ser desmentida”.
“VINGANÇA E RESSENTIMENTO”
O
líder do maior partido da oposição em Angola afirmou ainda que, após os acordos
de paz em abril de 2002, a atmosfera política do país continua “carregada de
vingança e ressentimento no seio dos angolanos”, mas também de “de desconfiança
mútua, de medo e de arrogância.”
Além
disso, acrescentou o presidente da UNITA, “a segunda República, consagrada a
1991 a 1992, também não é resultado de um pacto consensual abrangente firmado
sobre o sonho do alicerce da verdade, da reconciliação, da igualdade e da
justiça.”
Questionado
sobre o momento sociopolítico que Angola vive actualmente, o responsável do
Galo Negro disse que “é muito importante manter a liberdade, a paz e a
democracia” e fazer tudo “para se consolidar o momento político e social do
país que precisa, de facto, de melhorar”. Para Samakuva, é também preciso
“olhar para os interesses de Angola e dos angolanos.”
Fonte
DW