NA
CADEIA DA KAKANDA ACTIVISTAS DO PROTECTORADO AFASTADOS DA ACTIVIDADE DOCENTE
QUE EXERCIAM POR ENTREGAREM CARTA REIVINDICATIVA A DEPUTADOS DA A.N. QUE
VISITARAM AQUELE ESTABELECIMENTO PRISIONAL
Dundo,
8 Abr.- Activistas do protectorado da Lunda Tchokwe que se encontram
ilegalmente presos na cadeia da Kakanda, Lunda-Norte, entregaram uma Carta
Reivindicativa ao grupo de Deputados da Assembleia Nacional de Partidos da
oposição que se encontram naquela Província em visitas de constatação e fiscalização
da acção governativa do Executivo do Regime do Presidente José Eduardo dos
Santos.
A
carta em causa, era destinada a Alta Comissaria da ONU para os Direitos Humanos
Senhora NAVY PILLAY, que no pretérito mês de Abril, visitou aquele
estabelecimento prisional, mas que na altura não teve a oportunidade de se
reunir com os activistas do Movimento, porque as autoridades do regime não
permitiram o contacto entre aquela responsável e os reclusos, por razões até
hoje desconhecidas.
O
teor da referida carta, é a violação continuada dos direitos humanos por parte
do regime no geral e, em particular a membros do movimento do protectorado
presos ilegalmente e da reivindicação do direito de Autonomia da Lunda Tchokwe.
A
Delegação dos Deputados da Assembleia Nacional, chefiados pelo General Eugénio Manuvacola,
disse que vão levar a Carta ao Presidente do Parlamento Angolano Fernando da
Piedade Dias dos Santos tc Nando, que durante o encontro manteve prolongada
conversa com os Activistas do Protectorado, que no seu dia-a-dia da cadeia
exercem actividade docente e Pastoral, ensinando reclusos com 5ª e 6ª Classe
gratuitamente.
Quem
não gostou do acto, foi o Director da penitenciaria, que depois da visita terem
se retirado do estabelecimento, pediu uma reunião com os activistas do
Protectorado, para anunciar o seu afastamento das actividades docentes,
justificando que eles estavam é a mobilizar os reclusos para aderirem ao seu
movimento, acusando-os de serem os responsáveis de fuga de informações, que são
publicadas fora da cadeia e serem muito dinâmicos com as denuncias que fazem
sobre a situação carceraria e das condições do estabelecimento.
É
uma pena para estes cidadãos, que por capricho das autoridades prisionais vão
perder a oportunidade da sua superação académica.
Lembramos
que, continuam detidos ilegalmente na Kakanda os Activistas; Domingos Henrique
Samujaia, José Muteba, Sebastião Lumanhi e António da Silva Malendeca, numa
altura em que a soltura tem sido a conta gota, enquanto um novo exército de 16
Activistas, esta detida e condenada por 90 dias em Saurimo.
POR
SAMAJONE