O DIA DA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA – MOMENTO DE
REFLEXÃO
Os
povos Africanos começaram a sua descolonização nos anos de 1945, logo após o
fim da 2.ª guerra mundial. Angola, Cabo-Verde, Guiné, Moçambique e S.Tome e Príncipe, colónias portuguesas, viviam na ânsia de libertar-se das amarras do
colonialismo, tal como o haviam feito os povos de outras colónias no continente
negro, sob domínio Francês, Inglês, Belga, etc, estas liberdades foram na sua
maioria arrancadas a força das armas no contexto particular dos anos 1950 á
1980.
A
FNLA, MPLA e UNITA, foram os representantes legítimos que defenderam
o território lés a lés as agruras e atrocidades, que abalaram os alicerces do império
colonialistas português e levou a derrocada do regime de SALAZAR, continuado
por Marcelo Caetano, depois de cerca de 493 anos da presença de Portugal em
Angola.
LAVAR DE MÃOS, DIA 10 DE NOVEMBRO DE 1975
O
alto-comissário, almirante LEONEL
CARDOSO, proclamou a independência
de Angola na manha do dia 10 de Novembro de 1975, durante uma conferência de
imprensa concedida no Palácio do Governo em Luanda e de seguida zarpou para
Lisboa, deixado no terreno o troar dos canhões, numa angola dividida com armas
entre os beligerantes MPLA, FNLA e UNITA, era o pronuncio da guerra civil e de
morte por tudo o que era canto.
Leonel
Cardoso declarou: “Em nome do Presidente da Republica Portuguesa proclamo
solenemente, com efeito a partir das zero horas do dia 11 de Novembro de 1975,
a independência de Angola e a sua plena soberania radicada no povo angolano, a
quem pertence decidir as formas do seu exército doravante. A comunidade
internacional conta, pois, entre os seus membros, um novo Estado (…)”.
Mas
Leonel Cardoso, neste seu discurso reconheceu que as coisas em
Angola não estavam bem assim, senão vejamos o que ele disse mais adiante: “ Que
a luta fratricida termine em breve e os instrumentos de trabalho substituam
para sempre os instrumentos de destruição e morte (…)”, as falhas e erros de
Portugal que fizeram mais de 500.000 mil mortos entre 1975 á 2002.
ANTÓNIO AGOSTINHO NETO, IRONIZA QUE SÓ O MPLA NÃO
VIOLOU OS ACORDOS
Assim
iniciou Agostinho Neto o primeiro discurso que proferiu, não já como
simples representante de um movimento de libertação, mas como porta-voz de um
povo que acabara, após séculos de colonização, de ascender à independência. E acrescentou:
“Correspondendo aos anseios do povo, o MPLA declara o nosso país constituído em
Republica Popular de Angola”.
A.
Neto disse: “Durante o período compreendido entre o
encontro de ALVOR e esta proclamação, só o MPLA não
violou os acordos assinados. Aos lacaios internos do imperialismo de há muito
os deixamos de reconhecer como movimentos de libertação”, aqui estava dada as ordens para os massacres que
se seguir durante mais de 35 anos.
Agostinho
Neto, concluiu: “Quanto a Portugal,
o desrespeito pelos acordos de Alvor é manifesto. Entre outros, o facto de
sempre ter silenciado a invasão de que o nosso pais é vítima por parte de exércitos
regulares e forças mercenárias”.
CASO LUNDA TCHOKWE E CABINDA, NÃO DEVEMOS NUNCA
REPARTIR ANGOLA
António Agostinho Neto, sabia muito bem a
questão da Lunda Tchokwe, porque foi ele que disse a Portugal que o assunto era
entre irmãos e seria resolvido internamente, veja agora o que ele disse no dia
13 de Novembro de 1975, ao recusar a cortar um bolo com a forma do mapa de
Angola durante o jantar oficial realizado em Luanda para celebrar a independência.
Quando
lhe apresentaram o enorme bolo com as 12 regiões de Angola delineadas a «CHANTILLY»,
o Drº A. Neto pousou a faca, declarando: “Não
devemos nunca repartir Angola”. Estava consumada a usurpação do
protectorado da Lunda Tchokwe.
ANGOLA INDEPENDENTE OU DEPENDENTE?..
O
passado deu uma visão diferente do que se pode fazer para construir uma NAÇÃO DAS NAÇÕES,
o 11 de Novembro de 1975, foi feito de uma forma separada. Uns em Luanda,
outros no Uíge e outros, ainda no Huambo. Angola foi um parto a cesariana num
ambiente de enorme convulsão asfixiante, perante a internacionalização do
conflito angolano: Zaire, Cuba,
URSS, EUA, Jugoslávia, Africa do Sul e
outros países, estava desenhada o xadrez da dependência.
Os
africanos como sempre, apelidavam-se uns dos outros de inimigos, para uma mesma
causa a libertação e o poder político. As alianças dos interesses estrangeiros,
uns eram proletários a favor do povo, segundo eles, outros eram capitalistas ou
imperialistas. Outros defendiam que a revolução deveria ser enraizada nas
realidades africanas que nunca podia ser importada do estrangeiro.
Os
interesses estrangeiros hoje, 37 anos da independência de Angola, falam mais
alto do que todas as teorias que os políticos daquele 11 de Novembro prometeram.
.
O
sonho era de um país em que os seus filhos vivessem sem receio, de um país em
que cada filho pudesse ter a sua casa, o seu carro, o seu emprego, a sua saúde,
o seu ensino, viver uma vida normal e com grande prosperidade. Á medida que os
anos foram passando, o sonho de muitos angolanos foi se afastando, os sacrifícios
inúteis.
Temos
consciência das fases que Angola tem passado, mas o passado já deu-nos uma experiência e não há razões de o povo continuar a viver da DEPENDÊNCIA.
OS PAIS DO NACIONALISMO E LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
Holden Roberto – FNLA
António Agostinho Neto – MPLA
Jonas Malheiro Savimbi - UNITA