FMI, E AS RESERVAS “ESCONDIDAS” EM ANGOLA
O Fundo Monetário
Internacional(FMI) não comenta as críticas relativas ao paradeiro do excedente
do petróleo, mas lembra que o país dispõe de reservas internacionais avaliadas
em 25 mil milhões de dólares norte-americanos, quase cinco vezes mais do que o
empréstimo contraído junto do Governo da China.
Citando como fonte o Banco
Nacional de Angola(BNA), o representante do FMI em Angola alerta ainda que o
país pode fazer face à crise com os 5 mil milhões de dólares do Fundo Soberano.
A Unita, no entanto, reforça a
ideia de que a crise pode estar a esconder um programa político do MPLA.
Há cinco meses como representante
do FMI em Angola, Max Alier prefere não tecer comentários às críticas feitas
também em círculos académicos, limitando-se a sustentar que as reservas
monetárias e o Fundo Soberano estão para acudir as limitações do momento.
Alier acha normal que os
angolanos falem de transparência e de boa governação, mas realça que acredita
nos auditores do BNA, sejam eles nacionais ou estrangeiros.
"O BNA tem reservas
internacionais de perto de 25 mil miliões de dólares. Existem auditores,
nacionais e internacionais, mas somos nós que apresentamos estes números. Acho
que elas (reservas) existem, por isso não posso especular sobre esta
matéria", salienta a mesma fonte.
Ao falar no final de uma visita a
Benguela, a primeira fora da capital do país, esclareceu que o FMI não se sente
desconfortado por Angola ter recorrido ao Banco Africano e Banco Mundial e, no
plano bilateral, ao Japão e à China.
Max Alier lembra que o país
precisa de dinheiro para financiar projectos, razão pela qual o FMI funciona
como ‘’conselheiro’’.
"O Governo precisa de
financiar projectos, por isso recorreu a estes bancos, que trabalham nesta
área. Nós não fazemos empréstimos para projectos, temos outra área de
actuação", esclarece.
Atenta ao desenrolar dos
acontecimentos, a Unita considera que a crise pode estar a encobrir uma
estratégia política do MPLA.
O deputado Adalberto da Costa
Júnior desconfia de tudo.
"Estamos a secar as caixas
todas, completamente. E isto já é um programa político. Uma boa parte do
dinheiro não aparece, não é o problema do petróleo, é o tal programa político.
Os nossos vencimentos que davam para fazer alguma coisa já estão a ser
cortados. Muitos países não emprestam dinheiro a Angola porque temos muito mais
roubado em nome próprio’, acusa o vice-presidente da bancada parlamentar do
principal partido da oposição.
Voanews