quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O DIÁLOGO ENTRE O GOVERNO ANGOLANO E O MOVIMENTO DO PROTECTORADO LUNDA TCHOKWE É A ÚNICA SAÍDA DISSE JÚNIOR KASSOCA EM ENTREVISTA AO JORNAL MANCHETE

O DIÁLOGO ENTRE O GOVERNO ANGOLANO E O MOVIMENTO DO PROTECTORADO LUNDA TCHOKWE É A ÚNICA SAÍDA DISSE JÚNIOR KASSOCA EM ENTREVISTA AO JORNAL MANCHETE




Lundas não desarmam, a autonomia administrativa e financeira da região Lunda continua a ser o “cavalo de batalha” do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe – escreveu Horlando Rocha Jornalista do Semanário Manchete, quando entrevistou o senhor Júnior Kassoca, Secretario Geral.



O Secretario Geral do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, disse recentemente, em Luanda, que se regressem mantém a esperança para que as autoridades governamentais angolanas e este movimento reivindicativo á mesa das negociações.



De acordo com Júnior Kassoca, que falou para o Manchete, o diálogo entre as partes é a única saída para se encontrar a solução do “Caso Lunda” que, de algum tempo a esta parte esta a tirar sono às autoridades.



Em seu entender, não há razões para o Executivo manter a sua posição, segundo a qual “ Angola é una e indivisível” e que a “Constituição angolana não permite autonomias”, na medida em que já havia se pronunciado duas vezes a respeito do assunto, na Assembleia Nacional.



Júnior Kassoca disse ainda que o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe já cumpriu com todas as obrigações jurídicas plasmadas no artigo n.º8 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do n.º 1 da Carta Africana, diplomas cujo Governo Angolano é signatário. “Então, porque não resolver o problema da Lunda, que é bastante público?”, questionou-se SG, acrescentando que o povo Lunda Tchokwe é detentor do Direito Protestativo ou Soberano e o facto de escolher o estatuto para a autonomia administrativa e económica não significa o desconhecimento do Direito Real.



“O Protectorado Lunda Tchokwe é um legado dos nossos ancestrais que nós os herdeiros queremos restaurar”, disse, explicando de seguida que “a administração não significa divisão”.




Júnior Kassoca disse ainda que o seu movimento vai continuar a “exigir” do Executivo para que haja, mais uma vez, dialogo entre as partes, para o bem de todos os interessados neste processo.



“Continuaremos a reafirmar que as Lundas são um legado dos nossos bisavôs e continuaremos a nos bater por elas, mesmo com as ameaças de que somos alvos. Aliás, os problemas resolvem-se com diálogo e não com ameaças”, sustentou.



PARTIDO POLÍTICO? JAMAIS



Questionado se os membros do movimento pensam algum dia em transformar a agremiação em partido político nos próximos dias, Júnior Kassoca disse tal ideia esta distante de ser uma realidade, tão pouco passa pela sua cabeça e dos seus correligionários. “Não existe qualquer possibilidade ou hipóteses, uma vez que os partidos políticos no país submetem-se as leis angolanas e o Movimento do Protectorado defende a Autonomia da Lunda como um estado soberano, estamos a falar da Nação Lunda Tchokwe (Kuando Kubango, Moxico e antigo distrito da Lunda).



Sublinhou, por outro lado que o Movimento mantém boas relações com organizações internacionais que têm estado a ajudar para se encontrar uma saída sobre o assunto.



“Confiamos nas organizações internacionais porque, mesmo o MPLA e outros movimentos de libertação, como a FNLA e a UNITA fizeram a sua luta com a ajuda destas agremiações”.



Sobre as informações que circulam, dando conta de uma suposta divisão no seio deste movimento reivindicativo, esclareceu que o mesmo não está dividido em alas, não existem, uma vez que realizou a sua Conferência Nacional, de 15 a 16 de Junho de 2011, na qual foi eleito o novo corpo directivo que está a conduzir os destinos da organização, até agora.



Recorda-se que, recentemente, o Movimento realizou na Lunda Tchokwe, uma série de seminários de capacitação dirigidos aos secretários para a informação desta organização.




In Manchete 24/01/2014