Luanda - Numa iniciativa da Fundação Agostinho Neto, decorreu esta quinta-feira na sala de conferências da sede das AAA, aqui em Luanda, uma interessante e sólida "maratona", bem diferente daquelas, mais líquidas, que se costumam organizar por aí nos bairros ao "som" de incontáveis litros de cerveja, com a garantia antecipada de bebedeiras seguras e a um bom preço.
*Reginaldo Silva
Foi
uma maratona de ideias, analises, reflexões, memórias e prognósticos a que a
Fundação deu o nome enigmático de "Diálogos em Família", a fazer
lembrar-nos as conversas de Marcelo Caetano.
O
passado, o presente e o futuro de um país desfilaram durante algumas horas
naquela sala com uma frontalidade nunca antes vista, de acordo com quem lá
esteve, tendo em conta o estatuto da família proponente do debate.
Desde
logo o sugestivo/provocador cartaz geral desta maratona, "O dia seguinte
dos dirigentes e governantes", não podia deixar ninguém indiferente.
Depois,
os sonantes nomes das pessoas convidadas a dissertarem sobre as distintas
temáticas tornou o cartaz ainda mais aliciante/bombástico com as presenças de
Lopo do Nascimento (A orfandade de quem fica e quem parte), Marcolino Moco (A
alternância e a limitação de mandatos), João Melo (A herança de quem parte),
Nelson Bonanvena (A escolha do novo líder), Vicente Pinto de Andrade (O
partrimónio das famílias) e Sousa Jamba (Ficar em Angola ou partir).
Ao
que me disseram Lopo do Nascimento foi a estrela desta maratona por algumas
revelações feitas pelo veterano sobre dois dos seus dias seguintes, por sinal
bastante complicados. Ao que deixou entender, LN não quer mais voltar a
ter nenhum dia seguinte.
Por
outras palavras, terá sido em definitivo o adeus de Lopo à vida política
activa?
Algum
dia tinha que ser...