terça-feira, 8 de março de 2011

Angola: Somos Todos Presos De Consciência - "J&J"





Toronto - Definitivamente, presos de consciência existem em todas as sociedades onde a democracia e o respeito pelos direitos humanos não existe. Engana-se quem acha que preso de consciência, democracia e poder económico não estão relacionados. Andam de mãos dadas em todas as circunstâncias.



Fonte: Club-k.net

O preço das prisões de consciência


O presente artigo tem como objectivo apresentar reflexões sobre os presos de consciência durante o período colonial em Angola que foi marcada por um único aspecto: “opressão total” e a sua relação com as teorias democráticas e sustentabilidade financeira. Os leitores terão a livre missão de ressaltar as similaridades e diferenças com o sistema político angolano actual.



Ontem, -colonialismo- subjugado ao calvário do colono por cinco séculos, todo angolano foi submetido em prisões de consciência. Foi por esta razão que FNLA, UNITA e MPLA, emblemados com princípios nacionalistas surgem com um propósito bem definido: Libertar todos os presos de consciência em Angola.



As prisões existiam em todos os recantos de Angola. Contraditoriamente, não existiam centros penitenciários suficientes para todos. As prisões não eram “guardadas” por sipaios armados. E como se fora pouco, os presos tinham as chaves das suas próprias celas. Melhor, as nossas casas eram ao mesmo tempo as nossas prisões. E, cada cidadão tinha a missão de fiscalizar a consciência do seu próprio irmão. Era portanto, uma prisão invisível. As nossas consciências eram guiadas por robots.



As nossas limitações não eram medidas em termos de espaço de movimentação porque naquela época Angola já estava interligada por vários meios. As nossas restrições também não eram avaliadas pelo nosso intelecto, tendo em conta que existiam médicos negros, professores, comerciantes, servos religiosos, administradores e inclusive políticos. Aqui estaria a falar da dita classe dos assimilados ou ainda os “não gentios” angolanos.



Assim, as nossas restrições de raciocinar livremente afectavam o progresso geral para todos os angolanos. Como se não bastasse não exercitávamos as nossas capacidades mentais. As prisões de consciência limitavam os cidadãos de falar abertamente para evitar represálias. Limitações em exigir igualdade. O Sistema judicial não ocupava o seu real espaço, partindo do princípio que “o regime colonial” tinha o controlo absoluta dos três poderes. Enfim, limitações no sistema judicial no seu todo. E por último, mas não menos importante limitações em poder alterar o sistema sócio politico pré estabelecido pelo colonialismo.



Como resultado destas limitações “raciocinais”, muitos encontraram a morte sem saber exactamente o seu potencial intelecto. O quadro de governação em vigor tinha estabelecido e definido concisamente os cidadãos com capacidade de pensar. Como se diz, as oportunidades eram limitadas para aqueles que usufruíam de liberdade de consciência. Consequentemente, eram os mesmos cidadãos que produziam aqueles projectos com dimensões extravagantes. Assim sendo, estes colonos eram comparados com os grandes génios existentes na humanidade.



Foi graças a classe dos “não gentios” que a colonização portuguesa “pernoitou” os duradoiros cinco séculos. Esta classe, directa ou indirectamente eram os intermediários e ao mesmo tempo modelos de inspiração para alguns presos de consciência (os menos esclarecidos).



Os “não gentios”, usufruíam de vários benefícios. E, logicamente nenhum deles, queria deixar de fazer parte desta classe privilegiada. Na realidade, o sistema colonial usava esta classe para exibir alem fronteiras que existia uma governação plural e que todos os cidadãos ousavam dos mesmos direitos, deveres e obrigações.



É assim que, a classe dos “não gentios”, prestavam serviços de propagar a mensagem nos seus circuitos e em todas as oportunidades que tivessem afirmando que o sistema de colonialismo era o mais adequado e que as fracções com mentalidades de terminar com este modelo não passavam de “incompetentes e desonestos”.



Em síntese, esta classe estava aí com um pretexto que na realidade não subscreviam e não acreditava. Infelizmente camuflavam os seus reais ideias e crenças humanistas. A filosofia de não cutucar a vaca com a vara curta estava a ser aplicada.



Concluindo, na realidade quer a população em geral, como a minúscula classe privilegiada -“não gentios”- eram todos presos de consciência. Nenhum membro desta classe tinha a bonança de pensar livremente. É óbvio que o factor económico predominava nesta peculiar relação entre colonialistas e “não gentios”.



E como nota final, tal como mencionei na introdução, todos os leitores sem restrições de pensamento (livres de consciência), poderão interligar as teses implementadas no sistema colonial comparadas com o actual cenário politico Angolano.



Angola: Somos todos presos de consciência ou não?