quarta-feira, 24 de novembro de 2010
BISPO DO LWENA DENUNCIA TRÁFICO DE ÓRGÃOS HUMANOS PARA FINS MÁGICOS
Uma criança de 12 anos de idade foi assassinada e arrancada o coração para fins mágicos no Município de Lumbala Nguimbo, província do Moxico.
A denúncia foi feita pelo Bispo do Lwena que encerrou neste domingo mais um ciclo de visita pastoral à comunidade do leste daquela província angolana.
Dom Tirso Blanco disse tratar-se de tráfico de órgãos humanos para fins mágicos que considera um acto deplorável.
“Era uma criança que estava de passagem e, possivelmente, aproveitaram-se para o tráfico de órgãos humanos. Não era direccionado para uma determinada pessoa. É praticamente o tráfico de órgãos humanos” – denunciou.
“O tráfico de seres humanos para fins mágicos é uma prática que poderia ter acabado há muito, mesmo estando em Lumbala Nguimbo. Uma criança de 12 anos, aproximadamente, foi assassinada e arrancada o coração” – continuou.
O caso terá acontecido, este fim-de-semana, numa zona rural quando a adolescente caminhava sem a companhia de adultos.
O prelado condenou o acto e manifestou a solidariedade da igreja para com a família da vítima.
“Condenamos, evidentemente, o facto e manifestamos a nossa solidariedade para com a família da vítima” – referiu.
“Qual seria o gosto e o prazer de alguém em ter algum dinheiro através deste crime nojento?” – questionou.
O Bispo pediu também a intervenção das autoridades policiais para que os culpados sejam levados à justiça.
“Encorajamos às autoridades a esclarecer estes factos. É realmente muito triste, principalmente para uma comunidade como é a de Lumbala Nguimbo” – apelou.
Reacção de Sociólogo
Reagindo à denúncia, o sociólogo Simão Helena disse que as populações devem comunicar este tipo de comportamentos, porque em Angola já foram declarados actos do género em alguns sectores.
“No nosso país é um problema que já foi ventilado nalguns sectores com competência na matéria. O que eu posso dizer é que as nossas autoridades estão atentas. Qualquer sinal de clara evidência que possa ser detectado nessa matéria, elas vão agir” – disse.
“Temos que informar a nossa polícia nacional. Tem que se informar aos órgãos de investigação criminal, aos órgãos de justiça existentes no Lumbala Nguimbo” – declarou.
“Há redes internacionais espalhadas um pouco por todo mundo, especialmente aqui em África com objectivo de praticarem esse tipo de crimes” – afirmou.
“É um crime repugnante no qual nós todos devemos estar atentos e agirmos em uníssonos. Condenando e denunciando todos aqueles indivíduos que mergulham nessa prática” – frisou.