O discurso do Presidente José Eduardo dos Santos, é de facto um momento de grande introspecção, frontalidade e abrangência, que deveria dispensar a propaganda, o subterfúgio e as habituais tervergisações do discurso político de ocasião, neste momento mais significativo da história contemporanea de Africa e de Angola particularmente.
O assunto que expoletou na Lunda é sério e exige do Presidente uma atenção muito especial, nós os Lunda Tchokwes temos dito que quando o fogo pega é preciso apagar, porque a chama pode alastrar se, demorarmos.
O Presidente José Eduardo dos Santos, não teve visão périferica ao minimizar a situação que se criou na Lunda. O presidente perdeu uma grande oportunidade por não ter abordado este assunto neste seu discurso a Nação. Não é preciso violência para reconhecer que há problemas sérios e que se devem encontrar soluções para a resolução.
Onde eramos 20, mas hoje já somos milhares, amanhã será tarde demais. Aceitamos viver convosco numa paz permanente, com a graça de Deus. A doutrina e os mandamentos de DEUS são o amor, a sinceridade, a segurança e a Paz. Uma proposta de coexistência pacífica.
Mas defenderemos a nossa liberdade e dignidade até as últimas gotas de nosso sangue, nestes dias onde prevalesce os poderes do dominio. Tudo faremos para que esta primeira encarnação da Lunda Tchokwe tenha exito.
Também os Lundas sabem que, se pretendemos autodeterminação temos que conquistá-la, por meio de sacrificios e de entrega à causa comum, porque do Governo de Angola que ocupa a Lunda ilegalmente não veio nenhum sinal de esperança.
A nossa terra esta sendo pilhada, o seu meio ambiente destruido, as suas riquiezas estão sendo roubadas.
O Direito de um povo pode ser abafado, mas nunca é vencido por ser uma razão natural ou bênção de DEUS. A voz de um Povo é a Voz de DEUS, conflitos mal resolvidos nunca acabam.
Pela mesma razão 47 filhos Lundas, raptados na via pública continuam detidas nas cadeias do regime. Muatxihina Chamumbala Bonifacio foi morto e enterrado na vala comum sem justificação.
A história ensina-nos que nenhuma classe oprimida chegou ou pode chegar ao poder sem passar por uma ditadura. Estamos aprovar esta ditadura.
A maior obrigação é, sem dúvidas, dizer a verdade custe o que custar, sabendo nós que a verdade e a política nem sempre andam de mãos dadas, sendo já o desmentido um dos maiores recursos estratégico de quem está na política.
O Presidente José Eduardo dos Santos não falou com a verdade a sociedade Angolana, ao ignorar ou subestimar o problema da LUNDA.
Um povo digno do seu passado não pode tomar uma decisão diferente, aconteça o que acontecer, a chama não deve extinguir-se, porque o julgamento dos vencidos pelos vencedores nunca é imparcial.
As ideas totalitárias espalharam-se hoje em dia por muitas nações onde, no século passado eram aceites os ideais de liberdade e justiça.
Para terminar, recordemos FIDEL CASTRO – ““A História me absorverá”, quando no dia 10 de Outubro de 1953 era julgado em Havana – dizia ainda ele – “ Se houver nos vossos corações um vestígio de amor pelo vosso país, amor pela humanidade, amor pela justiça”, “sei que serei silenciado por muitos anos; sei que o regime tentará suprimir a verdade por todos os meios possíveis”, “mas a minha voz não será calada” – “sairá do meu peito mesmo quando me sentir mais sozinho”.