domingo, 24 de outubro de 2010
CULTO DE PERSONALIDADE
O Culto de Personalidade ou Culto à personalidade é uma estratégia de propaganda política baseada na exaltação das virtudes - reais e/ou supostas - do governante, bem como da divulgação positivista de sua figura. Cultos de personalidade são freqüentemente encontrados em ditaduras, embora também existam em democracias. O termo culto à personalidade foi utilizado pela primeira vez por Nikita Khrushchov no "Discurso secreto" para denunciar Josef Stalin, Khrushchov citou uma carta de Karl Marx, que critica o "culto do indivíduo". Um culto da personalidade é semelhante ao apoteose, excepto que ele é criado especificamente para os líderes políticos.
O culto inclui cartazes gigantescos com a imagem do líder, constante bajulação do mesmo por parte de meios de comunicação e muitas vezes perseguição aos dissidentes do mesmo. Além de Stálin, pode-se dizer de outros ditadores, anteriores ao discurso de Khrushchov, como Adolf Hitler, Mao Tsé-Tung e Getúlio Vargas tomaram medidas que levaram ao culto de sua personalidade, assim como Saddam Hussein, Nicolae Ceauşescu, Benito Mussolini, Rafael Trujillo, Kim Il-sung e Kim Jong-il.
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ANTECEDENTES
Na história, monarcas sempre pocuraram ser cultuados, de diversas maneiras. Os reis europeus afirmavam governar por vontade de Deus, exercendo o direito divino dos reis. Na China Imperial (por meio do Mandato do Céu), Antigo Egipto, Japão, os incas, astecas, o Tibete, e o Império Romano os monarcas eram considerados deuses-reis.
Com o posterior desenvolvimento da fotografia, a gravação sonora, o cinema e Comunicação de massa, bem como da educação pública e das técnicas da publicidade, os líderes políticos puderam projetar uma imagem positiva de si própria, como nunca antes fora possível. Nessas circunstâncias, no século XX, surgiram os recentes cultos à personalidade.
EXEMPLOS EM REGIMES TOTALITÁRIOS
Retrato de Mao Tsé-Tung, primerio presidente da Repúblida Popular da China, na entrada da Cidade Proibida, em frente à Praça da Paz Celestial. Regimes totalitários que praticaram culto à personalidade de seus líderes incluem Stalin, Hitler, Franco, Mussolini, Mao, Ceauşescu, Kim Il-Sung, e Kim Jong-Il.
Um dos maiores cultos à personalidade de todos os tempos foi à Josef Stalin na União Soviética, retratos de Stalin eram sempre colocados ao lado de outros símbolos comunistas, por exemplo, na parada esportiva anual de Moscou, retratos enormes de Stalin e outros líderes soviéticos eram usados. Stalin era chamado pelo Pravda de Vozhd (em russo: Вождь, Líder), e deveria ser admirado pelo povo.
Na Alemanha nazista houve um fortíssimo culto à personalidade de Hitler, a saudação de Hitler que consistia em levantar-se o braço e dizer Heil Hitler (em português Salve Hitler) era comum, especialmente por oficiais do exército, que a usavam como continência. Muitas vezes ao atender ao telefone em vez de dizer de Alô, dizia-se Heil Hitler. Hitler era considerado o "übermensch" (super-homem) e chamado de Führer (Líder).
Na República Popular da China ocorreu um forte culto ao Presidente Mao Tsé-Tung que permanece até a actualidade. Dizia-se "Viva o Presidente Mao", em 1949 o retrato de Mao foi exposto na entrada da Cidade Proibida, na Praça da Paz Celestial e permanece lá até a actualidade. As Citações do Presidente Mao Tsé-Tung, um livro que expunha as idéias de Mao, o "Maoísmo", era uma exigência não oficial para todo cidadão chinês conhece-lo e possuí-lo, especialmente durante a Revolução Cultural, tornando-se o segundo livro mais vendido na história, atrás apenas da Bíblia Sagrada, teve aproximadamente 900 milhões de cópias imprimidas.
O Jornalista Bradley Martin documentou o cultos à personalidade dos líderes da Coréia do Norte, Kim Il-sung (chamado de "Eterno (ou Antigo, ou ainda Grande) Líder" e "Grande (ou Querido ou ainda Caro) Líder" Kim Jong-il. Quando visitou a Coreia do Norte em 1979, observou que diversos aspectos culturais, tal como a música, arte e escultura glorificava o "Grande Líder" Kim Il-sung, culto à personalidade que foi estendido para o seu filho, o "Querido Líder" Kim Jong-il. Kim Il-Sung negou que ele tinha criado um culto em torno de si próprio. Um pesquisa nos Estados Unidos confirmou que na Coréia do Norte nas escolas os alunos aprenderam à agradecer a Kim Il-sung por todas as bênçãos que possuem, de uma forma quase religiosa.
Na Argentina, Juan Perón impôs o "culto à personalidade" para si e para sua esposa Eva Perón O antigo presidente filipino Ferdinand Marcos também instituiu, em seu regime, o culto à sua personalidade, e muitos dos seus partidários continuam esse "culto" de até a hoje.
EXEMPLOS EM SOCIEDADE DEMOCRÁTICOS
Também nas sociedades democráticas há exemplos de figuras políticas que provocaram no povo um culto espontâneo de sua personalidade. Os exemplos nos Estados Unidos incluem o Presidente John F. Kennedy, Ronald Reagan, e o actual presidente Barack Obama.
VISÂO PSICOLÓGICA
Existem outras formas de culto à personalidade que não são os estabelecidos por um Estado, mas pelo indivíduo. A forma mais usual de culto à personalidade pode ser observada no comportamento das pessoas comuns diante de celebridades, sejam estas do mundo da arte ou política (por exemplo: Tupac Shakur, Elvis Presley, John Lennon, Renato Russo).