MATANÇAS NA RDC – MAIS DE 40
AGENTES DA POLICIA FORAM DECAPITADOS PELAS MILICIAS INSURRECTOS
KINSHASA
(Reuters) - Combatentes milicianos na República Democrática do Congo
decapitaram cerca de 40 policiais após uma emboscada, disseram autoridades
locais neste sábado, o ataque mais grave contra forças de segurança desde que
uma insurreição começou na região em agosto do ano passado.
Embora o
balanço ainda seja provisório, sabe-se que os policiais morreram em um ataque
da milícia congolesa Kamuina Nsapu que começou ontem na província de Lomani, e
continua hoje, disse o governador da província, Patrice Kamanda.
"Os
enfrentamentos ainda estão acontecendo. Nossos dispositivos foram reforçados e
esperamos sufocar estes bandidos que causaram tanto prejuízo aos civis e às
forças de segurança, incluindo policiais e militares que morreram após um
confronto duro e sangrento que começou ontem à noite", disse.
Os
milicianos invadiram um acampamento militar armados com facões. Eles roubaram
armamentos e veículos das forças congolesas na aldeia de Mwene-Ditu.
"Os
milicianos puseram em risco todos os esforços de paz feitos na última visita do
ministro do Interior", lamentou o deputado Dieu Merci Mutombo.
Ele
confirmou que os enfrentamentos prosseguem em Mwene-Ditu e disse que mais
militares foram enviados ao local.
"Isto,
sem dúvida, aumentará o número de vítimas", alertou o deputado, que disse
que as ruas da aldeia e de Kananga estão desertas, exceto pela presença das
FARDC.
A violência
em Kassai aumentou depois que as forças de segurança mataram em agosto do ano
passado o líder da milícia Kamuina Nsapu. Desde então, mais de 400 pessoas
morreram e cerca de 200 mil foram deslocadas, conforme a Organização das Nações
Unidas (ONU).
De acordo
com a Human Rights Watch, em algumas ocasiões, as forças de segurança do Estado
"responderam à milícia com força excessiva, disparando inutilmente em
supostos membros de milícias ou partidários, entre eles mulheres e
crianças".
Desde
janeiro, já foram descobertas mais de 20 valas comuns em três áreas de Kassai e
nas últimas semanas foram divulgados vídeos mostraram soldados atirando em
membros da milícia, com poucas ou sem armas, incluindo mulheres e crianças,
segundo a HRW.