domingo, 25 de setembro de 2016

ZECAMUTCHIMA, ANUNCIA MEDIAÇÃO NO PROCESSO SOBRE AUTONOMIA LUNDA TCHOKWE EM ENTREVISTA AO JORNAL GRANDES NOTICIAS






LUANDA, 23/09 – José Mateus Zecamutchima, Presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, que reivindica por direito legítimo e natural a autonomia daquele território, em entrevista ao Jornal Grandes Noticias de 23 de Setembro do corrente, na sua edição N.º 80 nas bancas, anunciou que vai recorrer a mediação com personalidades Nacionais ou Internacionais, para sentar a mesma mesa, o Governo de Angola e o Movimento para resolverem definitivamente a questão.


Na entrevista conduzida pelo Jornalista Licínio Adriano, o Presidente do Protectorado Lunda Tchokwe disse que o “Governo de Angola não tem uma visão periférica do problema e foge ao diálogo”.


Respondendo a uma pergunta do Grandes Noticias! – “Não tendo ainda conseguido chegar ao diálogo, que passos o Movimento do Protectorado tem dado para alcançar o objectivo que pretende?” -   Sem pestanejar, Zecamutchima o Presidente do movimento Lunda Tchokwe, disse: “Existe três vias da nossa acção. Em Janeiro do corrente ano, eu falei para a comunidade internacional via Voz de Ámerica, Rádio France Internacional e Deutsche Welle, que nós queremos encontrar uma solução interna para a nossa luta”.


Para Zecamutchima, o envolvimento da Comunidade Internacional, seria aproveitada pelo Governo de Angola, “Quando há problemas cujo soluções podem ser encontradas internamente, ignoram. Quando a outra parte recorrer ao exterior, vém logo com desculpas que o assunto podia ser resolvido internamente”.


Zecamutchima disse que o movimento que dirige é flexível, e alerta que; “Hoje somos nós os líderes e estamos a levar tudo pacificamente, mas amanhã aparecerão outros líderes que podem chegar até á violência e as coisas tomarem outro rumo”.


Mais adiante, José Mateus Zecamutchima, anunciou: “Nós temos uma vertente diplomática e vamos sim recorrer à comunidade internacional e a personalidades angolanas e estrangeiras para mediar o processo. Embora nunca estivéssemos interessados em mediadores, agora achamos que chegou a hora para tal, com recurso a diversas personalidades do mundo e de angolanos para que possam chamar a atenção do Governo”, rematou.


A entrevista ao GN, agora nas bancas nas ruas da cidade de Luanda, Zecamutchima lembrou que em 2015, o movimento do Protectorado havia lançado o repto de que, sem o diálogo para o estabelecimento da Autonomia Lunda Tchokwe, o povo naquele território : Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Norte, não iria ao voto em 2017, por isso, espera que só com fraude e invenção de votos poderá o governo justificar qualquer mentir de pretensa presença da população as urnas.



“Nós não somos inimigos do governo de Angola, podemos sim ser um adversário politico, mas também não somos um partido politico que quer concorrer ás eleições. Nós estamos a colocar um problema concreto na mesa para que seja resolvido por ambas as partes. Não pode haver partidos regionais para enquadrar o problema Lunda Tchokwe e o MPLA devia ter maturidade suficiente para perceber a pertinência da questão. Só assim terá segurança e alicerçar a unidade nacional para muitos anos”- rematou pedagogicamente Zecamutchima.



O Presidente do Protectorado Lunda Tchokwe, lembrou que “Os Patriotas que lutaram pela indepedência de Angola, tanto no MPLA, FNLA e na UNITA, não eram analfabetos, possuíam certa formação académica, como os senhores Agostinho Neto, Holden Roberto, Jonas Savimbi e muitos outros e conheciam a realidade. Muitos ainda estão em vida, podemos mencioná-los, estão ai os mais velhos Marcolino Moco, Lopo do Nascimento, Dino Matross, Roberto de Almeida e muitos outros, os que estiveram na FNLA e na UNITA, casos de Samakuva, Ngola Kabango, enfim, são mais velhos que sabem onde está  a realidade”.



“Eu poderia mesmo questionar porque é que um mais velho como Roberto de Almeida fica calado e não diz nada sobre o assunto, assim como todos outros citados e não citados, não dizem nada? Não se deve ignorar as Lundas…”



Parte desta extensa entrevista será retomada na próxima edição…