LUANDA,
23/09
– José Mateus Zecamutchima, Presidente do Movimento do Protectorado Lunda
Tchokwe, que reivindica por direito legítimo e natural a autonomia daquele
território, em entrevista ao Jornal Grandes Noticias de 23 de Setembro do
corrente, na sua edição N.º 80 nas bancas, anunciou que vai recorrer a mediação
com personalidades Nacionais ou Internacionais, para sentar a mesma mesa, o
Governo de Angola e o Movimento para resolverem definitivamente a questão.
Na entrevista conduzida pelo Jornalista
Licínio Adriano, o Presidente do Protectorado Lunda Tchokwe disse que o “Governo
de Angola não tem uma visão periférica do problema e foge ao diálogo”.
Respondendo a uma pergunta do Grandes
Noticias! – “Não tendo ainda conseguido
chegar ao diálogo, que passos o Movimento do Protectorado tem dado para
alcançar o objectivo que pretende?” -
Sem pestanejar, Zecamutchima o Presidente do movimento Lunda Tchokwe,
disse: “Existe três vias da nossa acção. Em Janeiro do corrente ano, eu falei
para a comunidade internacional via Voz de Ámerica, Rádio France Internacional
e Deutsche Welle, que nós queremos encontrar uma solução interna para a nossa
luta”.
Para Zecamutchima,
o envolvimento da Comunidade Internacional, seria aproveitada pelo Governo de
Angola, “Quando há problemas cujo soluções podem ser encontradas internamente,
ignoram. Quando a outra parte recorrer ao exterior, vém logo com desculpas que
o assunto podia ser resolvido internamente”.
Zecamutchima disse que o
movimento que dirige é flexível, e alerta que; “Hoje somos nós os líderes e
estamos a levar tudo pacificamente, mas amanhã aparecerão outros líderes que
podem chegar até á violência e as coisas tomarem outro rumo”.
Mais adiante, José Mateus Zecamutchima, anunciou: “Nós temos uma vertente
diplomática e vamos sim recorrer à comunidade internacional e a personalidades
angolanas e estrangeiras para mediar o processo. Embora nunca estivéssemos
interessados em mediadores, agora achamos que chegou a hora para tal, com
recurso a diversas personalidades do mundo e de angolanos para que possam
chamar a atenção do Governo”, rematou.
A entrevista ao GN, agora nas bancas nas ruas
da cidade de Luanda, Zecamutchima lembrou que em 2015, o movimento do
Protectorado havia lançado o repto de que, sem o diálogo para o estabelecimento
da Autonomia Lunda Tchokwe, o povo naquele território : Kuando Kubango, Moxico,
Lunda Sul e Norte, não iria ao voto em 2017, por isso, espera que só com fraude
e invenção de votos poderá o governo justificar qualquer mentir de pretensa
presença da população as urnas.
“Nós não somos inimigos do governo de Angola,
podemos sim ser um adversário politico, mas também não somos um partido
politico que quer concorrer ás eleições. Nós estamos a colocar um problema
concreto na mesa para que seja resolvido por ambas as partes. Não pode haver
partidos regionais para enquadrar o problema Lunda Tchokwe e o MPLA devia ter
maturidade suficiente para perceber a pertinência da questão. Só assim terá
segurança e alicerçar a unidade nacional para muitos anos”- rematou
pedagogicamente Zecamutchima.
O Presidente do Protectorado Lunda Tchokwe,
lembrou que “Os Patriotas que lutaram pela indepedência de Angola, tanto no
MPLA, FNLA e na UNITA, não eram analfabetos, possuíam certa formação académica,
como os senhores Agostinho Neto, Holden Roberto, Jonas Savimbi e muitos outros
e conheciam a realidade. Muitos ainda estão em vida, podemos mencioná-los,
estão ai os mais velhos Marcolino Moco, Lopo do Nascimento, Dino Matross,
Roberto de Almeida e muitos outros, os que estiveram na FNLA e na UNITA, casos
de Samakuva, Ngola Kabango, enfim, são mais velhos que sabem onde está a realidade”.
“Eu poderia mesmo questionar porque é que um
mais velho como Roberto de Almeida fica calado e não diz nada sobre o assunto,
assim como todos outros citados e não citados, não dizem nada? Não se deve
ignorar as Lundas…”
Parte desta extensa entrevista será retomada
na próxima edição…