TORTURA DA CATANA CONTINUA NA
REGIÃO DIAMANTIFERA DE CAFUNFO E CUANGO NA LUNDA TCHOKWE
“Eu sou angolano!” grita
repetidamente o garimpeiro, chorando de dor enquanto um guarda o espanca com
uma catana. Inútil. De nada lhe valem os direitos de cidadania. Grita então,
várias vezes, pela mãe: “ai mãe, ai mãe” à medida que o guarda intensifica os
golpes com a catana. De nada lhe vale ser humano. É a selvajaria.
“Porra! Não existe perdão!”, grita, às
gargalhadas, um dos guardas, identificado como Bonifácio, que comanda os
espancamentos contra cerca de 10 garimpeiros.
Os guardas das empresas privadas de segurança
continuam a espancar violenta e sadicamente os garimpeiros na zona diamantífera
de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte.
Fonte Maka Angola
Com cenas profundamente angustiantes, as
imagens foram captadas a 21 de Abril de 2016 na área do Dambi. Em detalhes que
não poupam, este vídeo mostra os guardas a usarem catanas para intimidar, bater
e cortar homens desarmados sentados no chão.
Implacáveis, os guardas aplicam golpes
sucessivos nas palmas das mãos, nas plantas pés e noutras partes do corpo,
enquanto as vítimas gritam e uivam de dor.
Os agressores foram identificados como
guardas de segurança da empresa de segurança privada Bicuar, que opera sob
contrato com a famigerada empresa de exploração de diamantes Sociedade Mineira
do Cuango (SMC), uma parceria entre a empresa estatal de diamantes Endiama, a
ITM-Mining e a Lumanhe. Na imagem identifica-se um dos guardas, de camisola
branca, como sendo o Bonifácio.
A Lumanhe, que tem uma participação de 21% na
SMC, é detida pelos principais membros do partido MPLA, em parceria com membros
do alto escalão das forças armadas, o que a tornou popularmente conhecida em
Angola como "a empresa dos generais".
As atrocidades por guardas de segurança
privada na Lunda-Norte têm sido documentadas ao longo de vários anos e
publicadas em vários relatórios sobre os direitos humanos, assim como no livro
“Diamantes de Sangue”, escrito por Rafael Marques de Morais.
A Endiama, a sua subsidiária Sodiam e pareceiros lidam directa e diariamente com os "garimpeiros", comprando todas as pedras que são encontrados pelos prospectores individuais. Actualmente, a Sodiam, em parceria com o casal Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, comercializa também esses diamantes adquiridos aos garimpeiros no exterior do país.
Com o seu aparente glamour,
fazem esquecer que esses garimpeiros são vítimas constantes de tortura, alguns
dos quais chegando a morrer, por serem considerados ilegais. Todavia, quando
vendem os diamantes ao próprio Estado e seus associados, os diamantes são
considerados limpos e legítimos. Só os vendedores se mantêm ilegais e
merecedores de tratamento bárbaro e desumano.
A empresa privada Mi-Diamond, propriedade do
director-geral da Endiama, Carlos Sumbula, também compra diamantes aos
garimpeiros. Queixas enviadas ao procurador-geral da República não têm
resultado em quaisquer procedimentos tendentes a acabar com a violência
gratuita dos seguranças privados nas Lundas.
COMO ACABAR COM ESTAS ATROCIDADES NA LUNDA TCHOKWE
“A Juventude
e o povo Lunda Tchokwe, deve se lembrar que a única saída para os seus
problemas económico sociais é unirem-se em torno do Movimento do Protectorado em busca da justiça, do progressos e da
autodeterminação por via de uma AUTONOMIA, para acabarmos com as humilhações,
com a pobreza extrema e a invasão a nossa dignidade”…
Conhecereis a
verdade por que a verdade liberta…a única via possível é a união contra as
forças da Besta, corruptas que fizeram pacto satânico, que se prostituíram…