PROTECTORADO
LUNDA TCHOKWE CONFUNDIDO COM IDEOLOGIA
TRIBALISTA, CONFISSÕES OCULTAS E ETNOCENTRISMO
Este texto surge para
responder as inquietações de alguma
publicação que amiúde acusam gravemente o Movimento do Protectorado Lunda
Tchokwe, com ideologia tribalista, confissões ocultas e o etnocentrismo
politico.
Pois, tenhamos todos
a consciência de que, os territórios que temos hoje, que compõem Angola, foram
uma herança dos grandes Reinos do Congo, do Ndongo/Matamba, do Bailundo, do
Kwanhama e do Império Lunda Tchokwe. Trata-se dum grande mosaico multicultural
heterogéneo dos Povos Bantu, sobretudo os do coração da África Central.
Qualquer raciocínio
que não tenha em conta esta realidade histórica, constitui um erro gravíssimo
capaz de nos levar a erguer castelos no ar. Pois, este Concerto dos Reinos, que
compõem Angola de hoje, resultou da ocupação de cada um deles pelo Poder
Colonial Portuguesa, para alguns através de tratados de protectorado
reconhecidos internacionalmente, caso concreto da Lunda Tchokwe, conforme actas
da conferência de Berlim 1885 – 1884, e os referidos tratados. Nenhum deles,
dentre os Reinos, Ndongo ou Congo conquistou os outros para que se
transformasse em seus Vassalos.
A presença Portuguesa
no Reino de Ndongo, tem lugar no ano de 1482 com a chegada de Diogo Cão. No ano
de 1482, PORTUGAL, criou na costa Atlântica do Império Lunda, sob principio de
“RES NULLIUS” ou que, coisa sem dono, um espaço vazio territorial NDONGO o qual
denominou por ANGOLA, nome do Soberano Ngola Kiluange de Ndongo, sua província
ultramarina (veja mapa de 1889), composta por, zona norte ou São Salvador,
Carmona, Malange e, o sul composto por, São Filipe, Pereira Deça, Moçâmedes, Sá
da Bandeira e o Novo Redondo e, ao planalto ou centro composto por, Nova Lisboa
e Silva Porto.
Para aquilo que não
temos domínio, melhor é mantermo-nos calados, do que fazer figura ridícula.
Muito já se escreveu sobre a dura realidade da “Questão da Lunda” e continuará
sendo.
Cada povo tem direito
de ser livre e gozar dos seus direitos e liberdades, artigo 1º, 2º, 3º, 4º e
10º da DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS e artigo 20º da CARTA AFRICANA
DOS DIREITOS DO HOMEM E DOS POVOS, artigo 1.º da carta da ONU de 1945, porque um
dos objetivos das Nações Unidas é "desenvolver relações de amizade entre
as nações, baseadas no respeito ao princípio da igualdade de direitos e
da autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao
fortalecimento da paz universal” e a Resolução da ONU 2625 - 1970.
Confissões ocultas. Não
existe nenhum acto ou acções dissimuladas, confissões
encobertas com forças do além, que algum dia possam perigar a segurança e ordem
publica que sejam de autoria do Movimento do Protectorado, no momento em que o
regime tirânico produz miséria e a exportar pobreza para o povo Lunda Tchokwe,
não seriamos tão ingenuos de acreditar ser culpados pela nossa própria
desgraça. Tudo é feito de dia, com a máxima transparência sem deixar margem de
dúvidas, por isso ninguém têm o direito de nos acusar de confissões ocultas.
A ideologia
tribalista de que muitos “Bajuladores”, do regime satánico nos tém imputado,
não passa de diversão, falta de vontade político para a solução do problema “Lunda
Tchokwe e sua Autonomia”, não passa de distorção dos verdadeiro objectivos da
luta, o regime titânico e colonizador, usa destas leis, como meios fundamentais da sua estratégia na
geopolitica dos interesses que ditam as regras do jogo.
A etnografia Lunda
Tchokwe, possui mais de 20 étnias, um verdadeiro mosaico multicultural e
linguistico, que ao longo dos séculos nunca conheceram a amarga herança de
injustiça, hostilidade, desconfiança ou algum conflito entre as diferentes tribos
étnicos, como nos dias de hoje, em que o regime tirânico cria problemas, para
causar certa reacção no público e, aparece depois com a percepção que
participou nas medidas cautelares que se deseja fazer aceitar.
Se alguma dúvida
existir, que procurem o contraditório!..
O etnocentrismo é uma
atitude baseada na convicção de que o Povo a que pertence, com as suas crenças,
tradições e valores, é um modelo a que tudo deve referir-se. No sentido mais
lato, o etnocentrismo pode igualmente ser comparado com o tribalismo que muitos
tentam imputar ao movimento do Protectorado Lunda Tchokwe ou com o chauvinismo.
Este fenómeno, na era contemporânea, tem sido um dos factores principais de
instabilidades sociopolíticas no seio das Comunidades – de diferentes Povos no
Mundo e especialmente em Africa.
Recuando um pouco na história, registamos o dramático Holocausto do antissemitismo levado a cabo pelo NAZI do Adolfo Hitler contra o Povo Judeu, inspirada pela Doutrina do Arianismo. A África viveu uma Guerra Civil devastadora do Biafra. Ela deixou Sequelas muito profundas na Sociedade da República Federal da Nigéria. O Genocídio do Povo Tutsi, em Ruanda, marcou uma página negra na História do Continente Africano. A Eritreia nasceu dos escombros deste fenómeno de subjugação. Acabamos de assistir em 2011 o nascimento do novo Estado Soberano do Sul do Sudão. Foram longas noites de trevas da repressão e exploração do Povo Negro do Sul pelos seus irmãos Árabes do Norte do Sudão.
A Uganda é o País da África Oriental onde o Tribalismo tem sido o factor de convulsões sociopolíticas constantes nos últimos tempos, será que é este o caso do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe que muitos tenta a todo custo bajular o MPLA com esta tesse acusatória?..
A Problemática dos Povos Curdos e Arménios, na
Turquia, é bem conhecida por todos. Tibete é um outro acalcanhar de Aquiles
para a República Popular da China. Seguimos de perto a disputa permanente pela
Caxemira entre a Índia e o Paquistão, na busca da sua identidade nacional. A
luta de afirmação cultural do Povo Tamil na Indonésia é outro facto evidente
desta natureza. O Apartheid da África do Sul também não foge muito desta
categorização; embora tivesse tido características muito mais complexas.
O etnocentrismo é um fenómeno muito sensível e prejudicial à qualquer Sociedade onde ele se manifestar. Em África, isso torna-se mais crítico. Pois, os nossos Estados actuais emergiram, de forma arbitrária, da junção de diversas Nações soberanas numa Jurisdição de um determinado Poder Colonial. O processo da construção de um “Estado/Nação”, na configuração actual, deve obedecer ao princípio do gradualismo. Passando por várias etapas da consciencialização, da integração, da harmonização e da consolidação da identidade nacional de todos os Povos integrantes, que podem separarem-se de acordo com os postulados UNIVRESAIS da carta da ONU, UA e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Não se trata de um processo meramente mecânico como o MPLA tem feito entender na sua teorização, segundo a qual: “Um só Povo; Uma só Nação.”
A resposta a tudo
isso, tribalismo sem provas (experiência de vida...), confissões ocultas sem
provas, etnocentrismo sem provas, faz com que África mantém-se estagnada, a
Europa recua, a Ásia avança e o Médio Oriente encruzilhada com guerras e
terrorismo, nós somos objectos descartáveis, sob controle da distração que
consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das
mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do
dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes.
A distração é igualmente indispensável para impedir o povo de interessar-se
pelos conhecimentos essenciais, longe dos verdadeiros problemas sociais,
cativada por temas sem importância real.