COMUNICADO
DE IMPRENSA
REACÇÃO
DO MOVIMENTO DO PROTECTORADO LUNDA TCHOKWE SOBRE O DISCURSO DO PRESIDENTE DE
ANGOLA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS NA ASSEMBLEIA NACIONAL SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO
O Movimento do
Protectorado Lunda Tchokwe, acompanhou atentamente o discurso pronunciado por
Vice-Presidente da República de Angola, Sr Manuel Domingos Vicente, na abertura
da 4.ª Sessão da terceira legislatura da Assembleia Nacional em Luanda, aos 15
de Outubro de 2015 em representação do Presidente José Eduardo dos Santos.
Importa salientar se
esse discurso foi abrangente para todos os povos e Nações que integram o
aglomerado, hoje conhecido como a República de Angola ou somente, é dirigida ao
povo especifico dos limites de Angola. Para o movimento do Protectorado Lunda tchokwe,
seis aspectos ressaltam neste discurso; Unidade na diversidade, Divisões e discriminações,
Estabilidade Politica de Angola, Direitos Humanos, Ingerência estrangeira,
Crédito da China entre outros.
No geral, este
discurso disse e não disse, só autonomia da Lunda tchokwe pode salvar o futuro
e perpectuar a paz de Angola, porque a Unidade na Diversidade, significa na
diferença ou diferente, no pensamento e nas suas convicções, diferente na sua
cultura e na sua existència, diferente no respeito ao reconhecimento dos outros
e seus pertences, não é isso que se verifica,
não podemos sentirmo-nos orgulhosos e felizes enquanto somos
colonizados, usurpados e humilhados.
Temos um direito
reconhecido na carta da ONU e nos artigos 19.º, 20.º e 21.º da Carta Africana
dos Direitos Humanos e dos Povos e da declaração Universal dos Direitos
Humanos, bem como o nosso próprio direito legítimo, histórico natural da nossa
existência divina, como qualquer outro povo no planeta terra, essa nossa
diferença e diversidade é que nos divide, por essa razão somos discriminados,
vedados de reclamar o nosso próprio direito.
Senhor Presidente,
quantos Lunda tchokwe, sáo donos ou accionistas de Bancos em Angola? Quantos
são donos de grandes superficies comerciais? Quantos ministros, embaixadores,
milionários ou em outras latitudes da tomada de decisão no vosso governo? Isso
não é divisão e discriminação?
As causas principais
de todos os tipos de conflitos, são as ocupações ilegais sem o consentimento
dos próprio povos donos das suas terra ou colonização e as injustiças, que,
quando incidirem sobre os direitos políticos civis e reais ou de propriedade de
cada sócio do pacto e, os direitos do desenvolvimento da personalidade, sem que
haja uma tentativa de diálogo aos problemas políticos, podem sim, produzir
conflitos pela via da violência e das armas.
Perguntamos; temos
conflito territórial em Angola ou não? Só é conflito quanto é violento? Quanto
é de guerra? Quanto produz refugiados e desarticula o normal funcionamento do
Governo? Como é que o Governo de Angola classifica o processo do Protectorado
Lunda Tchokwe e o conflito de Cabinda?
A incapacidade de
conciliar as diferenças e divergências, sejam elas de tensões étnicas e
religiosas, muitas vezes acompanhadas por surtos de guerra ou violência, advêm
pelos comportamentos da falta de cultivar a reconciliação, o diálogo, a falta
da busca da verdade, a falta da promoção da justiça, de todos terem voz, serem
livres de expressar as suas preocupações, as suas aspirações e os seus temores,
aceitarem uns dos outros nessa diferença e diversidade e de o governo respeitar
as legitimas diversidades, não como uma ameaça, mas como uma realidade.
Nós perguntamos: quem
se sente ameaçado com autonomia da Lunda Tchokwe – Kuando Kubango, Moxico,
Lunda Sul e Norte?
O Presidente José
Eduardo dos Santos, perde mais uma oportunidade de esclarecer ao mundo e Angola
a existência do conflito não violento, pacifico com o povo e a Nação Lunda
Tchokwe, a continuar agir desse modo caminhamos a passos seguros para uma
situação de crise profunda. Senhor Presidente, amanhã será muito tarde.
A estabilidade
política de Angola e o futuro de Paz permanente esta nas suas mãos, porque o
povo Lunda Tchokwe não pode esperar eternamente que se abram portas para a estabilidade
com atitudes violenta do estado Angolano, de repressão psicológicas e de
discriminação, a solução recomendável é a Autonomia. Vamos lutar para que isso aconteça, pautamos pela repartição das competências, autonomia administrativa, económica a favor da paz e verdadeira unidade de Nações das Nações de que integram Angola.
Tudo é ajustável por
via da humildade, menos as fórmulas atípicas retrógradas que devem ser
combatidas intransigentemente.
O discurso do Presidente
José Eduardo dos Santos, fala dos abusos do poder e violação dos direitos
humanos, o Presidente não falou de mais de 174 cidadãos Lunda tchokwes
desaparecidos desde Junho de 2015 na localidade de Cafunfo, não mencionou os
massacres angolanos do monte sumi no Huambo, prisões arbitrárias e presos políticos que se encontram arrogantemente nas cadeias do regime tirânico.
De lembrarmos que os actuais conflitos dos Grandes Lagos é
parte da mesma região de África onde se situa a Nação Lunda Tchokwe, que o
Presidente de Angola não é capaz de dar solução apaziguadora
plausível na qualidade de presidente em exercício para a resolução do referido conflito,
enquanto no terreno procura-se criar outros conflitos internos.
Em nome da Paz,
Liberdade e da Democracia, nós não queremos derramamento de sangue inocente e
crueldade que são métodos selváticos dos tiranos, métodos já condenados ao
fracasso pelo mundo civilizado.
Luanda,
20 de Outubro de 2015.
O Comité Executivo Nacional do Protectorado Lunda Tchokwe