Alguns dados relevantes dos acontecimentos históricos
de Angola entre 1873 – 1919 e o carácter independente da Nação Lunda Tchokwe. A
evolução politica ou colonização Portuguesa de Angola e o tratado internacional
de protectorado da Lunda Tchokwe que tem lugar entre 1885-1975.
A história que significa pesquisa, conhecimentos
advindos da investigação é a ciência que estuda o Homem e sua acção através dos
tempos e no espaço geográfico, concomitante a analise dos processos e eventos
ocorridos no passado, é o estudo do passado e dos seus acontecimentos.
O estudo do passado não pode ser feito directamente,
mas de forma mediada através dos vestígios da actividade humana, a que é dado o
nome genérico de fontes históricas. Exactamente, são estas fontes históricas
que hoje vamos explorar para dar a conhecer ao público leitor, as
reivindicações legítimas da questão LUNDA TCHOKWE que muitas vezes o regime do Presidente José Eduardo dos Santos, tenta a
todo custo escamotear, envenenando a sociedade a de que os Tchokwes são
tribalistas, separatistas ou que Angola é una e indivisível, “UM SÓ POVO, UMA SÓ NAÇÃO”.
Foram Colônias Portuguesas na África: Angola,
Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A Lunda Tchokwe
foi um protectorado de Portugal cuja história vai descobrir com esta incursão
sobre o passado de Africa entre 1884 até 1975.
1873-1874 Abertura pelo
padre CHARLES DUPARQUET duma missão
religiosa em Lândana. Revolta do Golungo Alto. Revolta de Ambaca e do Duque de
Bragança.
1878 – Abolição
oficial da escravatura. Chegada da Missão Baptista Inglesa á S.Salvador (Mbanza
Congo). Chegada a Angola dos exploradores Portugueses CAPELO, IVENS e SERPA PINTO.
1879 – Primeiros
contactos entre os Boérs e o povo Humbes.
1881 – Chegada dos
missionários americanos ao Bailundo. Instalação dos Boérs em Humpata (Huila),
chamados naquela época pelos portugueses de “Holandeses do Cabo”. O líder dos
Boérs é JACOBUS FREDERICK BOTHA, ascendente do
futuro general sul-africano BOTHA que se envolveu em guerra com Angola nos anos 80. Instalação duma missão
francesa entre os Ovambos. Chegada do padre BARROSO à S.Salvador. Publicação de dois decretos do Governo de Lisboa, um para
favorecer a emigração para África, e outro que visava a propagação da
civilização e influências europeias, particularmente portuguesa nos vastos
territórios africanos e a iniciação dos seus habitantes a lei, e a instauração
do trabalho útil, de forma a modificar os costumes bárbaros e desumanos das
sociedades indígenas africanas. Instituição do mapa cor-de-rosa pela sociedade
de geografia de Lisboa.
1882 – O capitão de
origem africano de segunda linha FRANCISCO
PEREIRADOS SANTOS VAN-DÚNEM é nomeado
chefe e director da Feira de Cassange, confirmado pelo Governador-geral de
Angola FERREIRA DO AMARAL.
Reconstituição do concelho do Talamungongo.
1884 – É
constituída pela primeira vez uma comissão da Sociedade de Geografia de Lisboa
para uma missão de exploração no interior de África, sobretudo nas terras da LUNDA, conhecida por Viagem de Exploração Cientifica a
Mussumba do Muatiânvua 1884-1888, é nomeado
oficialmente o Major do Exercito HENRIQUE
AUGUSTO DIAS DE CARVALHO como chefe da referida missão. Esta missão tinha os
seguintes objectivos a cumprir no terreno; estudo etnográfico da história dos
povos da Lunda, clima, estabelecimento de contactos diplomático e comerciais
que deram lugar a celebração de vários tratados de protectorado entre Portugal
e as varias regiões autónomas sob domínio do Imperador Muatiânvua (Império
Lunda Século XIX).
1884 (15Nov) – 1885 (26Fev) Conferência de Berlim, e substituição pelas
potências Colonizadoras Europeias em África do conceito de esfera de influência
pela doutrina Alemã de “HINTERLAND”, que
estabelece que toda a potência europeia estabelecida sobre a costa possui
direitos especiais sobre as populações do interior e pode recuar
indefinidamente até as fronteiras das suas possessões até que encontre uma zona
de influência de um outro estado europeu, não importando os estados indígenas
que seriam engolidas por força das armas ou de outras artimanhas o que permitiu
que vários estados indígenas e povos inteiros fossem agrupados a outro sem o
seu consentimento (ex: Nação Lunda Tchokwe e Cabinda).
Chegada dos primeiros portugueses ao Bailundo. Chegada
dos primeiros colonos madeirenses a Huila (Humpata, Palanca, Sá da Bandeira e
Chibia). Chegada dos missionários metodistas a Luanda. Revolta dos Humbes
dirigidos pelo soba Chaungo, que busca uma coligação com os Cuanhamas e os de
Cuamato. ManuelJosé Puna, nobre de
Cabinda, que foi educado no rio de Janeiro-Brasil, conjuntamente com Francisco Franque, torna-se barão de Cabinda e fidalgo do rei de
Portugal; morte do rei de Ngoyo, assassinado. Assinatura de tratado de
protectorado de moanda, Chimbolo, Socca e Futila. Criação administrativa do
distrito do Congo, com cinco residências: Cabinda, Lândana, S.António do Zaire
(Soyo), Ambrizete e S.Salvador (Mbanza Congo); Cabinda é a capital do novo
distrito. Silva Porto é nomeado capitão-mor do Bié e do Bailundo.
1886 – Portugal
apresenta publicamente o mapa cor-de-rosa ligando Angola à Moçambique,
incluindo as regiões da Nação Lunda Tchokwe do Moxico e Kuando Kubango, Inglaterra lança ultimato a Portugal se não acabasse com este projecto.
Convenção franco-portuguesa de delimitação dos respectivos territórios na Guine
e Cabinda. Convenção Luso-Alemã sobre o sul de Angola. Revolta dos povos
Bondos.
1891 – Conferência
de Lisboa para a discussão do contencioso a “ORIGEM
DAQUESTÃO LUNDA 1890-1894”, que teve o seu epicentro, quando o rei Leopoldo II
da Bélgica quis anexar a Nação Lunda Tchokwe, Portugal protestou ter assinado
tratados de Protectorado com os estados da Lunda como bandeira da sua defesa.
Desmembramento do IMPERIO LUNDA por causas
internas e sobretudo influências estrangeiras e colonizadoras Europeias.
Independentemente deste desmembramento a Nação Lunda Tchokwe reconhecida
Internacionalmente no dia 24 de Março de 1894, das convenção de 14 de Fevereiro
de 1885 e da acta de limites de 26 de Junho de 1893, mantém-se independente e
sob protecção da coroa portuguesa. Não há nenhuma presença estrangeira no
território nem mesmo de Portugal.
Revolta dos Humbes. Weyulu, rei dos Cuanhamas,
tacticamente, torna-se vassalo de coroa portuguesa, contra oposição do seu
irmão Nnende, pretendente ao trono. Coligação entre Cuamato grande e Cuamato
pequeno contra portugueses dirigidos pelos sobas Iquera e Chatona. Revolta em
Cabinda dirigida por Maniema.
1895 – Viagem do
Rei do Congo D.Álvaro de Águas Rosada para Portugal em tratamento Médico.
Criação Administrativa do distrito militar da Lunda, de fora fica a região do
Moxico e do Kuando Kubango por força do ultimato Britânico contra Portugal por
causa do seu projecto Mapa Cor-de-rosa de 1886, Henrique
Augusto Dias de Carvalho é nomeado o primeiro Governador-geral da Nação Lunda
Tchokwe, (Carácter Independente)
1897 – 1898 Peste bovina
no sudoeste africano. Revolta dos Humbes
1900 – Revolta dos
Bassorongo; Noqui, S.António do Zaire e Ambrizete, o triângulo crítico
subleva-se varias vezes e revolta do povo Bondo.
1904 – 1905 Devido ao
comportamento negativo dos portugueses, dá-se a primeira revolta do povo e a
Nação Lunda Tchokwe, pronuncio de uma serie de outras revoltas.
1906 Revolta do
povo Luchaze na região do Moxico e Nganguela. Revolta dos Gambos. Revolta do
Cuamato e revolta dos Bassorongo.
1908 Grande
rebelião do povo Lunda Tchokwe dirigidos pelo Quelendente Muene Luchico na
região do Lunguena, Luangue até o Itengo.
1910-1915 Eclosão de uma
serie de revoltas, quase por tudo que era canto de Angola.
1914 Eclosão da 1ª
guerra Mundial. Portugal Institui o primeiro regulamento de trabalho Indígena
nas colónias em África. Angola Administrativamente tem 6 Regiões semi Autónomas
ou distritos militares.
1916 Revolta
conjugada Luchaze, Mbunda e os Lunda Tchokwe
1918 – 1919 Fim da 1ª
guerra mundial. Tratado de Versailles. Abertura do primeiro Liceu em Angola na
cidade de Luanda. A Cobertura escolar de Angola chega as seguintes localidades:
Belize, Lândana, Lucula, Cabinda, Noqui, S.Salvador, S.António do Zaire,
Maquela do Zombo, Quinzau, Madimba, Ambrizete, Bembe, Ambriz, S.José de Encoje,
Libongo, Barra do Dande, Quibaxe, Alto Dande, Quifangondo, Barra do Bengo,
Luanda, Calumbo, Golungo Alto, Duque de Bragança, Zenza, Ambaca, Cazengo,
Muxima, Massangano, Cambambe, Pungo Andongo, Malanje, Tala Mungongo, Calulo,
Novo Redondo, Egipto, Bailundo, Bié, Lobito, Benguela, Catumbela, Nova Lisboa,
Dombe grande, Caconda, Quilengues, Sá da Bandeira, Humpata Chibia, Gambos,
Moçamedes e Porto Alexandre.
Nenhum ponto da Nação Lunda Tchokwe em 1919 tinha
algum estabelecimento escolar portuguesa, porque era um país independente, não
tinha dependência de Portugal (Carácter Independente). Por outro lado, existe
variadíssimas datas e informação histórica, simplesmente seleccionámos algumas,
nas próximas ocasiões o faremos com outros dados, sobretudo o período entre
1919-1975.