DIAMANTES EM ANGOLA E NO ZIMBABWE NÃO BENEFICIAM
A POPULAÇÃO
No
Zimbabwe termina esta sexta-feira (07.11) a Conferência Anual de Diamantes. O
país tem os maiores jazigos de diamantes do mundo, mas também a sua exploração
é associada a graves violações dos direitos humanos.
A
conferência, realizou-se em Harare, capital de um país que, segundo alguns
cálculos, possui um terço de todo o diamante do mundo. No entanto, há graves
acusações de violação de direitos fundamentais, sobretudo nos campos de
diamantes de Marange.
Por
essa razão, o Zimbabwe chegou a ser impedido de vender os seus diamantes no
exterior pelo chamado Processo de Kimberley. Em 2011, uma decisão do processo
levantou a proibição, autorizando o retorno dos diamantes do Zimbabwe aos
mercados internacionais.
Investir mais a bem da
população
O
que não significou, no entanto, o fim dos males económicos do país. Na abertura
oficial da Conferência Anual de Diamantes do Zimbabwe, na quinta-feira 6 de Novembro,
o Presidente Robert Mugabe reconheceu que seu país precisa investir mais: “O nosso país tornou-se num dos principais
produtores de diamantes do mundo. Os diamantes devem desempenhar um papel
fundamental no desenvolvimento económico de nossa nação”.
O
Presidente explicou quais são os factores que dificultam a exploração adequada
da matéria-prima: “A falta de energia,
uma lacuna em tecnologia e condições irregulares de comercialização”.
Mugabe
disse ainda que o Zimbabwe está a trabalhar na promoção do estabelecimento de
centros locais de lapidação e polimento de diamantes para que as pedras
preciosas beneficiem todos os cidadãos. O chefe de Estado zimbabueano falou
diante de mais de mil executivos do sector de diamantes mundial. Shamiso Mtisi,
o coordenador local da Coligação da Sociedade Civil para o Processo de
Kimberley, o sistema internacional para parar a exportação de diamantes que
financiam conflitos armados, diz que a falta de transparência tem sido o
principal problema.
No
entanto, acrescentou, desde que Mugabe nomeou o novo ministro das Minas, Walter
Chidhakwa, a situação melhorou um pouco: “Mas
o que ainda está pendente, é o respeito para com as comunidades locais, e
garantir que o país beneficie plenamente do sector de mineração. As pessoas
querem ver os contratos assinados, por uma questão de transparência e para
controlar a contabilidade. E também para se certificarem de que os diamantes
realmente beneficiam a população em termos de receita. As pessoas gostariam de
ver uma ligação entre os diamantes e a prestação de serviços”.
Exploração em Angola
ligada a violação dos direitos humanos
Também
em Angola a exploração dos diamantes tem uma importância económica relevante.
Segundo dados do Ministério das Finanças de Luanda, entre Janeiro e Setembro
deste ano o Estado angolano arrecadou mais de 52 milhões de euros em impostos
sobre a venda de diamantes.
A
produção angolana de diamantes é avaliada em mais de oito milhões de quilates
por ano. Mas também neste país a exploração da pedra mais preciosa do mundo é
associada a violações dos direitos humanos e falta de transparência. Mais que
violação aos direitos humanos, o que se vive no território da Lunda Tchokwe é
uma autentica escravatura sob olhar silencioso da comunidade Internacional,
sobretudo as companhias Internacionais beneficiantes dos diamantes da Lunda.
A
ONU e a União Europeia sabe disso, fecha os olhos as mortes do povo Lunda
Tchokwe.