ONGs e GOVERNO COM LEITURAS DIFERENTES SOBRE
DIREITOS HUMANOS EM ANGOLA
Relatório
diz que violações continuam, mas Executivo afirma que só não vê progresso quem
não quer.
Organizações
não governamentais (ONG) e o Governo continuam a ter opiniões diferentes sobre
a situação dos direitos humanos em Angola.
O
grupo de Monitoria de Direitos Humanos, que engloba 15 organizações que
trabalham na área dos direitos humanos, considerou num relatório de 10 temas
que a situação sobre a observância dos direitos humanos em Angola tem conhecido
retrocessos.
Ao
falar em nome do grupo, Emilio Manuel, da Open Society, uma das organizações
subscritoras do relatório, avançou á VOA que o Executivo hostiliza as
organizações que trabalham na área dos direitos humanos.
"Existe
hostilidade, pressões por parte do Estado angolano em conotar as associações de
direitos humanos como sendo contra o Governo, o que não corresponde a
verdade", disse o activista que considerou que continuam a
registar-se no país "prisões, detenções arbitrárias e torturas de
cidadãos”.
A
actuação do Governo nas demolições de casas de cidadãos é outro motivo que
mancha o cenário de direitos humanos em Angola.
As
organizações mostraram também alguns indicadores sobre saúde e educação que
confirmam violações aos direitos humanos.
Uma
visão completamente diferente tem o executivo. Antonio Bento Bembe,
secretário para os Direitos Humanos, pensa que aquelas organizações não
governamentais têm uma forma equivocada de ver o assunto.
"Há
determinadas organizações que tiram conclusões apressadas sobre os
acontecimentos, sem analisar a realidade dos factos, para compreender melhor
determinados acontecimentos", disse.
Para
Bento Bembe só não vê os progressos alcançados pelo país nesta matéria quem não
quer: "Hoje, a realidade em Angola sobre Direitos Humanos é outra”.
“Há
avanços nas políticas do Executivo e os progressos são visíveis", concluiu
o secretário de Estado Bento Bembe.