FLEC INSISTE NO NOVO DIALOGO COM LUANDA PARA O
CASO CABINDA
Movimento da FLEC, cuja direcção
está exilada em Paris, pede mais atenção à comunidade internacional para a
questão de Cabinda e defende um novo diálogo com as autoridades angolanas,
apesar da cisão da facção.
A Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda e a Frente Armada de Cabinda (FLEC/FAC) estiveram reunidas na semana passada, em Paris, com o objectivo de discutir a reorganização do movimento.
No encontro realizado na capital francesa, onde está exilado o líder, Nzita Tiago, os participantes insistiram num apelo ao diálogo com as autoridades de Luanda.
"Queremos sentar-nos à mesa com o Governo para podermos dialogar sem obstáculos e tentarmos solucionar o problema de Cabinda," diz Jean-Claude Nzita, porta-voz do da FLEC/FAC.
Movimento dividido
A Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda está cindida em várias facções, todas com o mesmo intuito: a independência da província de Cabinda, limitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.
"Todos os activistas lutam pela independência de Cabinda.
Não há diferenças. Por
outro lado, quem contesta a direcção de Nzita Tiago, ao mesmo tempo contesta a
vontade do povo de Cabinda que luta pela sua autonomia e pela identidade que
foi usurpada pelos angolanos", defende Jean-Claude, acrescentando que
"somos todos FLEC porque é a identidade de todos os Cabinda que está em
perigo".
Para a FLEC/FAC, as autoridades angolanas querem fazer desaparecer o movimento separatista, principalmente depois da sociedade civil de Cabinda ter ficado decepcionada com a actuação do negociador Bento Bembe, que Luanda conseguiu desmobilizar e colocar do seu lado.