terça-feira, 12 de março de 2013

HRW exorta ONU a pedir explicações a Angola sobre liberdade de expressão e de manifestação



HRW exorta ONU a pedir explicações a Angola sobre liberdade de expressão e de manifestação





A Human Rights Watch (HRW) exortou o Conselho de Direitos Humanos da ONU a pedir explicações ao governo angolano sobre o que tem feito para garantir a liberdade de imprensa, de expressão e de manifestação em futuras eleições.




O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, Rui Mangueira, deverá participar na quinta-feira na sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU que está a decorrer em Genebra.




A organização de defesa dos direitos humanos apontou restrições à liberdade de expressão e de manifestação em Angola por ocasião das eleições gerais de 2012 e denunciou atos de violência e detenções arbitrárias por parte da polícia.



"As eleições realizaram-se num ambiente mais restritivo para os media e para a liberdade de expressão e manifestação do que em 2008", refere o relatório da HRW enviado ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra.




O relatório da HRW sobre Angola, que foi divulgado a 31 de janeiro e atualizado em fevereiro, aponta "numerosos incidentes de violência" causados "aparentemente por polícias à paisana contra manifestantes pacíficos nos meses anteriores às eleições, contribuindo para um clima de medo".




As eleições tiveram lugar a 31 de agosto e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do Presidente José Eduardo dos Santos, no poder desde 1975, conquistou a maioria no parlamento.




O texto adianta que a polícia não agiu com imparcialidade, tendo por diversas ocasiões "detido arbitrariamente ativistas da oposição".




Segundo a HRW, o escrutínio foi "prejudicado pelos sucessivos atrasos e restrições às acreditações de jornalistas e observadores internacionais".




A HRW afirma que jornalistas e ativistas dos direitos humanos são "frequentemente detidos, questionados e assediados pela polícia", apontando como exemplos os casos do jornalista do semanário Folha 8 William Tonet e do jornalista e ativista Rafael Marques, ameaçado por divulgar "casos de corrupção em Angola envolvendo a presidência e um largo conjunto de altos funcionários".



O relatório indica ainda que desde março de 2011 as forças de segurança e agentes à paisana têm recorrido à violência para reprimir manifestações pacíficas e lembra que em maio de 2012, dois angolanos desapareceram após um protesto de veteranos em Luanda.




Em dezembro de 2012, o governo angolano anunciou uma investigação ao ocorrido, mas desde então a HWR não teve conhecimento de progressos.



A organização pede, através do Conselho de Direitos Humanos, que o governo angolano explique o resultado das investigações e se houve a responsabilização de elementos das forças de segurança sobre detenções ilegais ou o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos.


LUSA