domingo, 8 de julho de 2018

MORTES ASSUSTADORAS, GOVERNO ANGOLANO DEMITIU-SE DAS SUAS OBRIGAÇÕES COM A SAÚDA DA POPULAÇÃO LUNDA TCHOKWE – PARTE I


MORTES ASSUSTADORAS, GOVERNO ANGOLANO DEMITIU-SE DAS SUAS OBRIGAÇÕES COM A SAÚDA DA POPULAÇÃO LUNDA TCHOKWE – PARTE I


Lunda-Sul, 8/07 – Saurimo (Saulimbo), outrora cidade Henrique de Carvalho 1950 – 1975, era a Capital do Distrito Militar Portuguesa da Lunda ao Leste de Angola, distrito dividido entre Sul e Norte em 1978 contra a vontade e o sentimento do povo Tchokwe, pelo regime do MPLA colonizador dos últimos 43 anos.



Começamos com este tema, escrever uma serie de textos sobre a situação de mortes assustadoras dos últimos dias e da situação da saúde em especifico e social no geral reinante na Lunda Tchokwe em especial no Menongue - Kuando Kubango, no Luena – Moxico, em Saurimo – Lunda Sul e nos municípios endêmicos do Cuango, Lucapa e Nzagi na Lunda – Norte.


Entre Fevereiro à Junho de 2018, foram reportados na cidade de Saurimo mais de 1869 óbitos (Falecidos), por doenças desconhecidas e diversas. A autoridade do Ministério da Saúde do Governo angolano esta nas tintas. O hospital regional de Saurimo que os Portugueses construíram na década dos anos 1966 a 1970, nunca sofreu de reconstrução ou benfeitorias, não existem laboratórios de analises clinicas sofisticada, como não existem técnicos altamente qualificados para o efeito.
Ministra da Saúde de Angola Silvia Paula Lutukuta


Foram mais de 1869 óbitos em pouco menos de 5 meses em Saurimo, 12 óbitos por dia, mortes assustadoras que continuam a fazer vitimas sob olhar da Ministra da Saúde e do Governo de Angola na Lunda Tchokwe, território que reclama sua Autodeterminação como Escócia um direito do povo Tchokwe.


Médicos e pessoal medico em quantidade e qualidade, também não existem no Hospital Regional da Lunda Sul como era conhecido no tempo colonial. Os médicos do Hospital nunca beneficiaram de cursos e formações de actualização ou estágios profissionais no estrangeiro, muito menos os enfermeiros.


Os médicos e enfermeiros por falta de condições medicas medicamentosas e laboratoriais, muitas vezes aconselham familiares a levarem seus doentes para tratamentos com curandeiros e quimbandeiros.


A famosa doença do século HIV/SIDA, porque o Hospital da Lunda Sul carece de electrovirais, fica de mãos atadas, os familiares confunde a doença com mitos locais, as de que a pessoa esta com a doença de “MUFU”, ou seja alguém morreu faz tempo e o seu espírito vagueia causando mortes as outras pessoas em contacto com o espírito do falecido.


Os Curandeiros, Adivinhos e Quimbandeiros lucram com isso, pois aproveitam a inocência do povo, colocam cada vez mais em perigo a vida dos doentes que são submetidos a tratamentos nocivos sem o menor cuidado de higiene, assistimos a um doente com cabeça aberta a ser tratado com fezes de elefante e uma mistura de antibióticos com perfumes e pó talco de bebe da Johnson.


O orçamento destinado ao hospital de Saurimo, dito Provincial que cobre também os pacientes vindos dos Municípios de Cacolo, Dala, Muconda e as comunas com maior numero de população como Mona Quimbundo, Xassengue, Xacassau e ainda os vindos do Lubalo ou do Luó é irrisório, que não chega em Kwanza aos equivalente 200.000,00 dólares americanos/ano e para uma cidade actualmente acima de 750.000 habitantes, sem contar com as comunidades e aldeias e bairros próximos de Saurimo no perímetro de, entre 50 a 100 Km.


A única farmácia pertencente ao Hospital de Saurimo anda de prateleiras vazia, não existe stock de medicamentos, de reagentes, de agulhas ou balões de soros fisiológicos necessários aos primeiros socorros.


A Morgue do Hospital da Lunda – Sul recebe diariamente de entre10 a 20 cadáveres, sem contar com aqueles que morrem em casa e os familiares por falta de transporte ou outro impedimento não levam o corpo a morgue.


Podemos afirmar sem duvidas que Saurimo regista actualmente mais de 20 óbitos por dia, que a Direcção Provincial da Saúde, contrarie o que estamos aqui afirmando.


Porque a morgue não tem espaço, os responsáveis do hospital aconselham familiares a levarem seus cadáveres em casa, quando apanhados pela Policia pagam pesadas multas, o que a Policia não defende é a origem destas mortes assustadoras na Lunda Sul.


As mortes assustadoras na Lunda Sul, sobretudo na cidade de Saurimo onde estamos a reportar, tornaram-se habito, hoje ninguém se assusta com noticia ou informações de um vizinho que morreu de manhã e a esposa morreu de tarde e a noite morreu o filho ou a filha, o tio no Bairro Luavuri morreu a sobrinha, o cunhado do amigo tem óbito da prima que morreu no mesmo dia no Bairro Txizainga ou do amigo do amigo do João que a mãe faleceu no Bairro 11 de Novembro.

Saurimo cresceu desordenadamente, aumentou o numero de seus habitantes, novos Bairros surgiram sem saneamento básico e ruas abertas para além do Bairro Luavuri, Santo António ou Sambukila, Terra Nova e Santa Isabel actual Txizainga deixados pelos colonos Portugueses, hoje na periferia Manauto, Luari, Aeroporto, Camutambala, Catembe, desde o rio Chicapa até Muangueji, Muono Waha, entre outros Bairros etc.


Senhor Governador Ernesto Kitekulo, confirma, estamos a mentir?..E, já agora, qual é esta doença que esta a matar tanta gente?.. Que medidas já foram tomadas para estancar este surdo de tantas mortes?..Qual é a intervenção do Governo Central em Luanda e o Ministério da Saúda sobre o assunto das mortes assustadoras em Saurimo? ..Qual tem sido  a resposta da Ministra da Saúde Sílvia Paula Lutucuta?..


O Governo do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, demitiu-se faz tempo das suas obrigações a favor da saúde do povo Lunda Tchokwe, território onde existem dois kimberlitos mais importantes do mundo o Catoca e Luaxe que no primeiro semestre do corrente produziu mais de 3.000.000 (três milhões) de quilates de diamantes.


Como explicar as mortes assustadoras e a falta de medicamentos no hospital de Saurimo?..Qual tem sido a preocupação do Governo angolano para diminuir com as mortes em Saurimo?..


Voltaremos a matéria na próxima edição…