terça-feira, 29 de setembro de 2015

OS LUNDAS SEMPRE SOUBERAM MANTER-SE CALMOS E CONCILIANTES, MAS MEDROU SEMPRE O ESPIRITO DE LIBERDADE

OS LUNDAS SEMPRE SOUBERAM MANTER-SE CALMOS E CONCILIANTES, MAS MEDROU SEMPRE O ESPIRITO DE LIBERDADE



Quando no que toca a região da Lunda (Kuando Kubango, Moxico, Lunda Sul e Norte), por altura da “Dipanda de Angola” ( e dá dependência ou anexação), o legado do colono resumiu-se passar aos Angolanos um território delineado na  Conferência de Berlim 1884 – 1885 (em cuja Nação Lunda Tchokwe, era constituída em Protectorado Português, conforme atesta os tratados assinados, entre as partes) e o que ali mais se via era um vazio de senso comum, ou seja, mas troca de impressões em que o fundamento era o equivoco por uma imensa quantidade de silêncios, que, em vês de serem indícios de consentimentos, eram sinais de desacordo camuflado.


Havia de um lado o colono dominador e do outro o submisso colonizado, mas só aparentemente submisso, pois o que valeu aos portugueses foi terem-se ido embora e deixar a “Batata a ferver”, as LUNDAS, nas mãos dos “AUTORITÁRIOS E TIRANIA” dos dirigentes angolanos que tomaram o poder de assalto em 1975, quer dizer, o MPLA.



Os LUNDAS sempre souberam manter-se calmo e aparentemente conciliantes, mas que neles medrou sempre foi um espírito de LIBERDADE. O mesmo que agita os Binda ou seja Cabindas. E quando Agostinho Neto lançou para o ar a sua célebre tirada “Angola, um só povo e uma só Nação” (escamoteiamento da verdade e astucia de usurpação de territórios alheios, transformando-os em sua colonia, concretamente a Nação Lunda Tchokwe), o ele disse não passou de um magnifico exemplo de como se pode atirar tanta areia para os olhos do povo de modo a cegá-lo.


É que essa sua predição vingou, o sentimento de unidade do povo angolano sempre prevaleceu em comparação com todas as  outras tendências federativas ou de Autonomias, mas ou menos esbuçados sobretudo em Cabinda, e nas Lundas,  mas também no sul, entre os Kuanhamas isto sem esquecer o terrivel sentimento de nostalgia que os Kongos alimentam pela antiga aurea do reino do Kongo.


Porem temos que ir mais longe na análise para perceber o que realmente se passou durante estes quase quarenta anos de independência. O que vimos foi um certo número de populações mais coesas do que as outras ascenderem mais rapidamente a níveis de reivindicações superiores ás das outras etnias.



Essencialmente esse é o caso dos Bindas e dos LUNDA e a sua luta não tem fim, porque não pode ter fim enquanto eles forem VIVOS. Seria preciso matar o último dos filhos para ter a vaga impressão de que as pretensões de acesso a autonomia por parte desses povos desaparecerem completamente do mapa. Isso jamais acontecerá, o que quer dizer que o futuro de Angola é sombrio caso se mantenham no poder (totalitário e tiranico de Angola) homens que não tem cultura democrática nem tão pouco aptidões para o DIÁLOGO – a demagogia do Sr Presidente José Eduardo dos Santos que apregoa nos seus discursos públicos o diálogo como forma de obtenção de consensos, na realidade é pura mentira e pura distracção.



Hoje passados mais de trinta e seis ou seja quarenta actualmente desde o dia da “DIPANDA”, estão-se a notar as primeiras lufadas de ar de Liberdade, agindo primeiro os Binda, depois os Lunda, seguirão talvez os Kwanhama.


A politica do governo de José Eduardo dos Santos é muito simples, que se esmaguem todas essas rídiculas pretensões, não há diálogo, não há abertura de espirito e tudo se resume a um “DICTAT”, sem a mais pequena possibilidade de “DISCUSSÃO”.


A continuar a agir desse modo caminhamos a passos seguros para uma situação de crise profunda, provavelmente pontual por alguns actos de violência, se não for mesmo um conjunto de acções concertadas que poderão causar um levantamento de massass com adesão possível de uma parte das forças armadas.


Estamos em crer que não é isso que os angolanos querem e se o governo de José Eduardo dos Santos tiver um minimo de capacidade de discernimento, ainda talvez estejamos a tempo de corrigir o tiro a abrir um largo debate sobre não só o problema Cabinda, mas também sobre o da LUNDA.


In folha8/2013
...”O sublinhado itálico  ou parêntese é nosso”...