AGENTES ENCONTRADOS MORTOS TERÃO SIDO ABATIDOS
PELA PRÓPRIA POLICIA
Lisboa –
As autoridades angolanas ainda não reagiram as informações postas a circular em
Luanda, aventando que os três agentes da polícia recentemente
encontrados sem vida, no município do cacuaco poderão ter sido abatidos
por operativos da chamada “baixa visibilidade”. Nas referidas
informações alude-se que a execução dos mesmos, terá sido calculada
no sentido de se atribuir a autoria do crime a UNITA, para causar,
sentimentos de rejeição/revolta contra esta força política que tem aquele
município como praça eleitoral.
Fonte:
Club-k.net
A
referida versão, aparentemente originaria de meios policiais “opostos as tais
praticas” tem sido tomada em consideração tendo em conta que
os profissionais da ordem pública têm a capacidade de identificar quando um
crime é praticado por marginais ou por eles próprios.
Em razão do qual, tem-se encarado sustento na referida tese, devido a particularidades da característica do assassinato, mas também no comportamento mediático das autoridades. Os três agentes terão sido mortos quando eram cerca das 3.30 horas do primeiro dia de Junho. Logo, após o aparecimento dos cadáveres, a polícia nacional, sem ter feito alguma investigação declarou que se tratou de um acto protagonizado por “marginai.” Poucos dias depois, redefiniram os seus discursos alegando que foi um acto protagonizado por “elementos não identificados, que continuam em fuga”. O discurso da polícia foi igualmente revestido de referencias e chamadas de atenção a UNITA, como sendo “irresponsável”. (O principal partido da oposição em Angola, acusou a polícia de ter morto dois dirigentes seus durante a noite de sábado para domingo).
De acordo com conhecimento, de situações policiais, em situações naturais, a investigação criminal recorrendo a métodos avançados teria já apresentado publicamente os autores dos crimes e a respectiva explicação do que terá acontecido com os três agentes encontrados mortos.
Há igualmente conhecimento de uma segunda versão, de consistência esvasivas, insinuando que um dos agentes estaria com dividas e que encarou a morte por efeito de uma retaliação que atingiu acidentalmente os outros dois colegas. Porém, no sentido de se atenuar a tese de que os três agentes foram mortos pela própria policia para atribuir culpas a UNITA, há recomendações de meios habilitados desafiando a corporação a apresentar exames balísticos para exclarecer se as balas disparadas naquela noite terão ou não saído de uma arma do uso exclusivo da poíicia nacional.
Em conformidade com a historia, há países, com a mesma característica autoritária ao do regime angolano que optam por tais praticas desde o século passado. Alexander Litvinenko, um ex-espiao russo contou em livro que na década de 90, os serviços secretos russos colocaram uma bomba num edifício de três andares nos arredores de Mosvoco que provocou a morte dos seus habitantes. As autoridades, segundo o denunciante, atribuíram a autoria do crime, a militantes da Tchetchênia. Logo a seguir, os populares em Moscovo passaram a sentir um sentimento de ódio contra os Tchetchenos levando muitos jovens a se oferecem autoridades para ingressarem no exercito a fim de vingar os Tchetchenos.
Episodio semelhantes viriam aconteceram em Angola. Em 1975, o MPLA, retirou corações de cadáveres na morgue do Hospital de Luanda e colocou-os nas instalações da FNLA, tendo de seguida apresentando na televisão como evidencia de que este partido comia pessoas. Logo a seguir, a população de Luanda revoltou-se contra a FNLA, escorraçando-os da cidade.
Já em 1992, como forma de se evitar a realização das segundas voltas das eleições presidências em Angola (que tinha como concorrente Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi), as autoridades deram armas as população e lançaram o rumor de que a UNITA iria fazer guerra para tomar o poder. Em reação, as FAA, e Policias foram orientadas a vestirem se de civil, fazendo-se passar de população acabando por expulsar de Luanda a direção da UNITA. O Vice - Presidente deste partido e altos dirigentes que estavam a negociar com o governo a segunda volta das primeiras eleições gerais em Angola, foram mortos pelo regime.
“Os agentes da Polícia são nossos irmãos e irmãs.
Eles precisam de nós para se libertarem também daqueles que querem utilizá-los
para cometer crimes!” - Isaías Samakuva
Nos dias de hoje sempre que se a próxima as eleições, as autoridades recorrem à mesma pratica e usam discursos belicistas apontado a UNITA como fazedor da guerra.
No passado dia 7 de Junho, discursando a margem do velório de dois malogrados dirigentes da UNITA, Filipe Mamuko mortos pela policia no Kikolo, o líder desta formação, Isaías Samakuva teria alertado a cerca de um suposto plano do regime para se “arranjar desculpa para fazer novos massacres, para poderem manter-se no poder”.
“Vamos manter a paz! Vamos manter a paz! Manifestemos a NOSSA REPULSA, a nossa total INDIGNAÇÃO contra estes hediondos crimes. Digamos aos inimigos da paz que o povo angolano já não cairá na sua ratoeira. Não haverá mais lutas entre angolanos. Não haverá mais Sextas-Feiras sangrentas. Não haverá mais 27 de Maios, nem Cuitos Quanavales. Não cairemos mais nesta ratoeira!” alertou.
Segundo o político “Os inimigos da paz estão identificados. São meia dúzia de pessoas que querem lançar outra vez o país na confusão! Querem lançar os angolanos uns contra os outros. Querem arranjar uma desculpa para fazer novos massacres, para poderem manter-se no poder.”
“Vamos respeitar a Polícia, porque os agentes da Polícia são nossos irmãos e irmãs. Eles precisam de nós para se libertarem também daqueles que querem utilizá-los para cometer crimes. A luta do povo não é contra a Polícia, nem contra os agentes da ordem pública. A luta do povo é contra o crime, contra a corrupção, contra a ditadura!”, apontou.