sábado, 12 de fevereiro de 2011

GREVE DE FOME - Seria mau pensar-se que o povo está de facto amordaçado


Esta greve de fome surge na sequência da prisão injustificada e intolerável do cidadão e Professor António Kaputo que marcou o excesso de abuso de poder e intolerância política do Partido no poder e do governo. 3 de Fevereiro detido anarquicamente no Lunge Município do Bailundo

O governo usa duas linguagens todas enganadoras. De um lado faz exarar leis que simulam a Boa vontade do governo e que estão somente para ludibriar a comunidade internacional. Ficou mais uma vez claro que a direcção do Partido e do Executivo têm passado mensagens secretas para que os governadores e agora com a conivência e participação das autoridades civis cometam actos de morte, de rapto contra os cidadãos, quando nas câmaras de televisão ou pela rádio, dão a entender que são pessoas indulgentes, pacificas e que querem o bem de todos.

O governo faz isso porque está ciente de que o povo teme as forças da ordem que até aqui têm se demarcado do seu papel protector das populações.

Se realmente é verdade que o Governador do Huambo o senhor Faustino Muteka tem incentivado os militantes, os sobas a violência contra os simpatizantes de outros partidos políticos ou contra todos aqueles que manifestem desagrado contra a política do governo, como foi no dia 2 de Fevereiro no Ukuma às práticas de violência contra as liberdades políticas e os direitos mais elementares que aliás estão consagrados na Constituição

Sem dúvida voltamos as práticas do Partido Único. Ninguém mais tem valor aqui nesta terra, todos são forçados a ser do MPLA.

O MPLA está a usar os meios do Estado para corromper os angolanos, estamos em estado de sitio. Funcionários privados de seus direitos sobretudo quando conotados.

Antigos combatentes, desmobilizados e reformados das FAA e da polícia que estão privados de seus direitos, tudo por manobras partidárias.

As políticas que são gizadas visam essencialmente transformar a sociedade prisioneira e submissa. Ninguém contesta que se vive um clima de terror. As forças políticas na oposição não têm espaço de acção, seus militantes não se podem exprimir, não se podem denunciar.

Não é exagero acautelar-se para a possibilidade de medidas extremas por parte da população que cada vez mais se manifesta descontente. Outra realidade é que este comportamento dos dirigentes do MPLA e do Governo, encorajam para as lutas de secessões, tribais ou regionais. Seria mau pensar-se que o povo está de facto amordaçado.

Nada do que é consagrado na Constituição se aplica a favor das massas, não se pode manifestar, não se pode reunir em público, não se pode contestar as decisões injustas do governo, não se pode militar noutros partidos. Não se tem segurança nas ruas, a delinquência aumenta vertiginosamente e tudo indica que as autoridades de direito muito pouco fazem para ultrapassar esta situação; as populações nos bairros, nos municípios, nas aldeias estão em pânico porque não confiam nas forças da ordem que pelo contrário atiram-se contra os cidadãos indefesos e levam a crer que ou protegem os bandidos, ou preferem que isto continue assim. Propositado ou falta de meios, são duas questões que não têm resposta porque não se explica o estado de coisas.

O que faz medo, por outro lado, é o facto dos meios da comunicação social estatais não terem dado eco deste facto inédito. É preocupante. A informação continua a ser manipulada e dão a entender que tudo vai bem em Angola. Tanto assim é que, a comunidade internacional ou faz vista grossa a realidade interna angolana, ou então o grau de repressão atingiu o rubro.

Se o General ao decidir entrar em greve de fome, suscitou o cerco de toda a província do Huambo com todo o tipo de forças, um aparato militar e policial só visto em tempo de guerra, o que se espera da Democracia e que formas os angolanos irão utilizar para reivindicarem a paz e o usufruto dos seus direitos.

Importa também encorajar e apelar os deputados. Se realmente se sentem servidores do povo, não o abandonem, não façam com que os angolanos duvidem da importância da Assembleia Nacional.

Esta acção do General Numa, não é um apelo a desobediência Civil, é um apelo à ordem do governo, uma chamada de atenção que mude comportamento.

Queremos dar lições de liberdade e democracia ao mundo. Quando há muito lixo e falsidade na nossa própria casa. Não está correcto. Tudo quanto fazemos ou forçamos os outros países africanos a fazer só porque temos dinheiro e forças até mercenários, é ridículo.

Tudo o que demos a entender é que são esforços de ditadores a protegerem ditadores sob capa de pacifistas e de verdadeiros servidores dos seus povos.

TUDO O QUE O GOVERNO FAZ, NÃO E UM FAVOR, É UMA OBRIGAÇÃO.

O QUE TEM FEITO, É UMA GOTA NO OCEANO DAQUILO QUE DEVERIA FAZER.

ENQUANTO NÃO HAVER VONTADE DO GOVERNO SERVIR CONDIGNAMENTE O POVO. A CONSTITUICAO É INUTIL.

Luisete Benge Macedo Araújo

CANDIDATA DO POVO - 2012