sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
BLOCO DEMOCRÁTICO Partilha Opinião Dos Historiadores Quanto A Versão Do “4 De Fevereiro”
Luanda - O BLOCO DEMOCRÁTICO, BD, por ocasião do 50.º Aniversário do 4 de Fevereiro, inclina-se perante a memória de todos aqueles que tombaram, rendendo a merecida homenagem aos angolanos que protagonizaram essa acção espectacular que quebrou definitivamente a imagem da “harmonia das populações” e da inexistência de contestação séria à colonização portuguesa. Nesse dia começou a “acção directa” anunciada por Mário Pinto de Andrade, em Londres, no ano anterior. Estavam esgotados todos os meios pacíficos de autodeterminação e, perante a teimosia do ditador do Palácio de São Bento, não havia outra saída.
Para o BD, o “o 4 de Fevereiro” foi a primeira acção armada de impacto internacional dos nacionalistas angolanos, precursor do verdadeiro começo da guerra de libertação, que se traduziu no ataque às esquadras da polícia e às cadeias com o intuito de libertar largas dezenas de preços políticos angolanos em consequência de vários processos judiciais movidos pala PIDE.
O BD reconhece, que, não obstante a exaltação nacionalista dos heróis do “4 de Fevereiro”, a exiguidade dos meios, já que as principais armas eram catanas, fez fracassar a operação e permitiu o desabar de uma onda repressiva sobre os bairros suburbanos de Luanda que levou milhares de pessoas para as cadeias e desmantelou quase por completo as redes nacionalistas clandestinas.
O BD partilha a opinião de alguns historiadores que defendem que o “4 de Fevereiro” foi uma acção, de iniciativa local envolvendo elementos filiados em diversas organizações, entre os quais se destacou inequivocamente o Cónego Manuel das Neves, que apanhou de surpresa tanto os líderes do Mpla em Conakri quanto os da UPA em Libreville, facto que não impediu que o Mpla subscrevesse tal acção, declarando ter elementos seus a inspirá-la.
Para o BD, o “4 de Fevereiro”, bem como, de resto, “o 15 de Março”, independentemente das suas particularidades, constituem, para sempre, marcos da histórica nacional de todos e para todos os angolanos, datas que devem ser de UNIDADE DE TODA A NAÇÃO.
O BD deplora que volvidos 50 anos, dos objectivos do “4 de Fevereiro”, apenas esteja esgotado o ciclo da libertação nacional.
O BD acredita que os angolanos estão ainda em tempo de honrar a gesta patriótica dos heróis do “4 de Fevereiro” se com a mesma exaltação patriótica e determinação assumirmos a nossa cidadania, travarmos a autocracia, a ditadura e a predação e construirmos o Estado Social de Direito através da luta por um sistema sólido de protecção social, de promoção do enriquecimento dos angolanos e da igualdade real, numa sociedade de trabalho, realizando assim, a libertação social prometida pelos que se bateram consequentemente pela Nação.
BEM HAJAM OS HERÓIS DO 4 DE FEVEREIRO
Luanda, 02 de Fevereiro de 2011
Filomeno Vieira Lopes
( Secretário geral)