quarta-feira, 5 de julho de 2017

Advogado denuncia "impunidade" de agente da PN que matou cidadão no Cuango

Advogado denuncia "impunidade" de agente da PN que matou cidadão no Cuango


Pimbi Chifuxi foi morto durante protestos do Movimento do Protectora da Lunda Tchokwe


Continua em liberdade o agente da Polícia Nacional (PN) apontado como o suposto autor do disparo que matou o cidadão Bimbi Chifuxi no passado dia 24 de Junho, da comuna do Luzamba, no município diamantífero do Cuango, província da Lunda Norte.


A denúncia é do advogado Sebastião Assurreira, membro da Associação Mãos Livres, que, a partir do Dundo, capital da Lunda Norte, tem acompanhado os processos envolvendo cidadãos que se têm manifestado a favor da autonomia da região e pela liberdade de expressão.


Ao agente da polícia de nome João Lukunda, identificado como guarda-costas de uma alta patente da Polícia local, não terá sido movido qualquer processo criminal, uma situação que o causídico diz condenar.


Todas as tentativas feitas para ouvir a versão da PN do Cuango, na pessoa do seu comandante municipal, superintendente Caetanto Bravo dos Santos, resultaram em fracasso.


Na manhã de 24 de Junho último, a PN, em colaboração com as Forças Armadas Angolanas (FAA), reagiu com armas de fogo a uma série de manifestações convocadas pelo Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, nas províncias do Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul.


Bimbi Tchifuxi foi a vítima mortal da acção em que outros manifestantes ficaram feridos com gravidade.


Julgamento sumário


Mais de 80 pessoas foram detidas durante a operação das autoridades de segurança e submetidas a julgamento sumário no passado no dia 28 de Junho pelo Tribunal Provincial da Lunda Norte, que as condenou a uma pena de 45 dias de prisão e multa de 22 mil kwanzas cada,


Os mesmos foram acusados e condenados no crime de "assuada", uma condenação já criticada pelo chamado Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, na pessoa do seu presidente, José Mateus Zecamutchima, que caracterizou o processo de um "julgamento teatral".


Entretanto, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, general Sachipengo Nunda, afirmou já que o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe é uma organização ilegal, tendo reafirmado o papel das Forças Armadas em manter a estabilidade na região.