Advogado denuncia
"impunidade" de agente da PN que matou cidadão no Cuango
Pimbi Chifuxi foi morto durante protestos do
Movimento do Protectora da Lunda Tchokwe
Continua em liberdade o agente da Polícia
Nacional (PN) apontado como o suposto autor do disparo que matou o cidadão
Bimbi Chifuxi no passado dia 24 de Junho, da comuna do Luzamba, no município
diamantífero do Cuango, província da Lunda Norte.
A denúncia é do advogado Sebastião
Assurreira, membro da Associação Mãos Livres, que, a partir do Dundo, capital
da Lunda Norte, tem acompanhado os processos envolvendo cidadãos que se têm
manifestado a favor da autonomia da região e pela liberdade de expressão.
Ao agente da polícia de nome João Lukunda,
identificado como guarda-costas de uma alta patente da Polícia local, não terá
sido movido qualquer processo criminal, uma situação que o causídico diz
condenar.
Todas as tentativas feitas para ouvir a versão
da PN do Cuango, na pessoa do seu comandante municipal, superintendente
Caetanto Bravo dos Santos, resultaram em fracasso.
Na manhã de 24 de Junho último, a PN, em
colaboração com as Forças Armadas Angolanas (FAA), reagiu com armas de fogo a
uma série de manifestações convocadas pelo Movimento do Protectorado Lunda
Tchokwe, nas províncias do Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul.
Bimbi Tchifuxi foi a vítima mortal da acção
em que outros manifestantes ficaram feridos com gravidade.
Julgamento sumário
Mais de 80 pessoas foram detidas durante a
operação das autoridades de segurança e submetidas a julgamento sumário no
passado no dia 28 de Junho pelo Tribunal Provincial da Lunda Norte, que as
condenou a uma pena de 45 dias de prisão e multa de 22 mil kwanzas cada,
Os mesmos foram acusados e condenados no
crime de "assuada", uma condenação já criticada pelo chamado
Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, na pessoa do seu presidente, José
Mateus Zecamutchima, que caracterizou o processo de um "julgamento
teatral".
Entretanto, o chefe de Estado Maior General
das Forças Armadas Angolanas, general Sachipengo Nunda, afirmou já que o
Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe é uma organização ilegal, tendo
reafirmado o papel das Forças Armadas em manter a estabilidade na região.