ENTREVISTA DO CHEFE DO
ESTADO-MAIOR DAS FAA GERALDO SACHIPENGO NUNDA E AS FALSAS ALERTAS DO SR EUGÉNIO
COSTA ALMEIDA. Conflito na RDC: Que perigo para Angola?
Eugénio Costa Almeida Acusa Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, de
infiltrar-se no seio de refugiados da RDC e provacar desturbios no território
da Nação Lunda Tchokwe, o que ele não disse é se a causa defendida não é
veridica.
O
Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, desafia sr Professor Eugénio Costa
Almeida, para um debate aberto e transparente a ter lugar em plena cidade de
LUANDA, para ele provar se existe alguma intenção de fazer infiltrar pessoas no seio dos refugiados da RDC, que de
refugiados não têm nada, este é outro desafio para o Sr Professor…
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas disse
que há confrontos entre o exército nacional e grupos rebeldes da RDC. O
professor Eugénio Almeida alerta para eventuais infiltrados entre os
refugiados.
Geraldo Sachipengo Nunda, chefe do Estado-Maior General
das Forças Armadas Angolanas, garantiu que as fronteiras de angola estão
seguras, apesar do registo de confrontos entre forças de defesa nacional e
grupos rebeldes da República Democrática do Congo (RDC). No entanto, pode
haver alguns perigos, alerta Eugénio Costa Almeida, professor do Centro de
Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (CEI-IUL).
DW
África: Quais são os principais perigos para Angola do ponto de vista militar?
Eugénio COSTA Almeida (EA): Mais do que
propriamente termos conflitos que possam existir é: quem está a entrar em
Angola sob a capa de refugiado? Isto vai parecer um bocadinho
anti-refugiados, mas não é.
É que certas organizações, com interesses em desestabilizar determinadas regiões, não têm qualquer problema em colocar homens seus infiltrados entre os refugiados. Em termos de segurança das fronteiras, neste momentos as fronteiras que estão mais em causa são as do leste e estão seguras por causa das forças de defesa de Angola.
Os infiltrados
[podem] aproveitar-se da oportunidade que Angola dá, em determinadas
zonas, de permitir o garimpo de ouro e diamantes nos rios, pode
revitalizar os chamados diamantes de sangue e é aí que as forças armadas vão
ter um grande papel. Porque juntamente a vinda de rebeldes congoleses poderá
também despertar alguns sentimentos de rebeldia junto dos Tchokwés, nas Lundas,
devido às atividades políticas do autodenominado Protetorado das Lundas.
DW África: Que papel Angola, enquanto presidente da Conferência
Internacional da Região dos Grandes Lagos, pode ter na resolução do conflito na
RDC?
Eugenio Costa Almeida: É um pouco difícil haver
quem consiga resolver politicamente aquela questão na zona.
Terá que ser a União Africana e
as Nações Unidas a determinarem um meio e um veículo que possa pôr fim a esta
situação, porque o problema no Congo não passa só pelo Congo, mas também pelos
vizinhos. Angola poderá ter um papel residual, apesar de ter uma voz forte na
região.
DW África: Segundo as Nações Unidas quase cinco mil refugiados já
chegaram à Dundo, na Lunda Norte. E a ONU espera 50 mil até ao final deste ano.
Quais as consequências da vaga de refugiados congoleses para Angola?
Eugenio Costa Almeida : Naturalmente, vai
ter consequências do ponto de vista económico, pois sabemos que Angola passa
por uma crise forte, nomeadamente económica. Angola vai precisar de apoio do
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Mas mesmo outro país,
nas circunstâncias de Angola, não estaria preparado para receber o número de
refugiados que de repente apareceu. E fala-se que poderá ascender a um milhão a
breve prazo. Depois, as eleições levam um pouco do erário público nacional.
Aqui Angola vai ter de gerir muito bem as suas finanças para poder dar a ajuda
que os refugiados necessitam, carecem e têm direito.
Glória Sousa | Deutsche Welle