NO MOXICO MAIS DE 30 PESSOAS
MORRERAM EM 2016 POR MALNUTRIÇÃO DE ACORDO COM O RELATÓRIO DO HOSPITAL DO LUENA
Pelo menos
30 pessoas morreram de malnutrição na província do Moxico, no leste de Angola,
durante o ano de 2016, um aumento de 21 casos face a 2015, de acordo com dados
revelados.
Além da seca
prolongada, o relatório daquela agência das Nações Unidas reconhece os efeitos
também da crise em Angola, provocada pela quebra nas receitas petrolíferas.
Pelo menos
30 pessoas morreram de malnutrição na província do Moxico, no leste de Angola,
durante o ano de 2016. É um aumento de 21 casos face a 2015, de acordo com
números revelados esta terça-feira. A informação resulta do relatório anual do
Hospital Geral do Moxico, na cidade de Luena, que contabilizou 144 casos de
malnutrição que passaram por aquela unidade no último ano.
O desmame
precoce é apontado como principal causa da malnutrição no caso das crianças
daquela província, mas o problema afeta praticamente todo o país, sobretudo a
região sul, devido à seca prolongada. Algumas comunidades rurais do Cunene e da
Huíla, sul de Angola, tinham no final de setembro reservas de comida para menos
de seis semanas e 400.000 pessoas precisavam de alimentos e assistência,
segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD).
De acordo
com o documento, relativo à seca que afeta o sul do país há vários anos e que
analisa o período entre 13 de agosto e 13 de setembro, a falta de água e a
necessidade das comunidades de procurarem outros pastos para os animais está a
aumentar fortemente as taxas de abandono escolar na região.
A situação
de seca prolongada, relacionada com o fenómeno “El Niño”, afeta atualmente,
segundo o PNUD, cerca de 1,2 milhões de pessoas no sul de Angola, nomeadamente
pelo défice de 40 por cento na produção agrícola esperada para este ano,
motivando fortes aumentos nas taxas de malnutrição severa, que chegam aos 05%
nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.
Além da seca
prolongada, o relatório daquela agência das Nações Unidas reconhece os efeitos
também da crise em Angola, provocada pela quebra nas receitas petrolíferas, com
produtores de gado a venderem animais e até sementes, para adquirirem outros
bens, sobretudo junto à fronteira com a Namíbia.
Só em 2015,
a seca e alterações climáticas associadas ao fenómeno “El Niño” afetaram em
Angola cerca de 1,5 milhões de pessoas, nas mesmas três províncias, gerando
prejuízos de 242,5 milhões de dólares (226 milhões de euros) apenas pela perda
da produção agrícola e reservas de alimentos.
LUSA