terça-feira, 17 de janeiro de 2017

NO MOXICO MAIS DE 30 PESSOAS MORRERAM EM 2016 POR MALNUTRIÇÃO DE ACORDO COM O RELATÓRIO DO HOSPITAL DO LUENA

NO MOXICO MAIS DE 30 PESSOAS MORRERAM EM 2016 POR MALNUTRIÇÃO DE ACORDO COM O RELATÓRIO DO HOSPITAL DO LUENA



Pelo menos 30 pessoas morreram de malnutrição na província do Moxico, no leste de Angola, durante o ano de 2016, um aumento de 21 casos face a 2015, de acordo com dados revelados.


Além da seca prolongada, o relatório daquela agência das Nações Unidas reconhece os efeitos também da crise em Angola, provocada pela quebra nas receitas petrolíferas.


Pelo menos 30 pessoas morreram de malnutrição na província do Moxico, no leste de Angola, durante o ano de 2016. É um aumento de 21 casos face a 2015, de acordo com números revelados esta terça-feira. A informação resulta do relatório anual do Hospital Geral do Moxico, na cidade de Luena, que contabilizou 144 casos de malnutrição que passaram por aquela unidade no último ano.


O desmame precoce é apontado como principal causa da malnutrição no caso das crianças daquela província, mas o problema afeta praticamente todo o país, sobretudo a região sul, devido à seca prolongada. Algumas comunidades rurais do Cunene e da Huíla, sul de Angola, tinham no final de setembro reservas de comida para menos de seis semanas e 400.000 pessoas precisavam de alimentos e assistência, segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD).


De acordo com o documento, relativo à seca que afeta o sul do país há vários anos e que analisa o período entre 13 de agosto e 13 de setembro, a falta de água e a necessidade das comunidades de procurarem outros pastos para os animais está a aumentar fortemente as taxas de abandono escolar na região.


A situação de seca prolongada, relacionada com o fenómeno “El Niño”, afeta atualmente, segundo o PNUD, cerca de 1,2 milhões de pessoas no sul de Angola, nomeadamente pelo défice de 40 por cento na produção agrícola esperada para este ano, motivando fortes aumentos nas taxas de malnutrição severa, que chegam aos 05% nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.


Além da seca prolongada, o relatório daquela agência das Nações Unidas reconhece os efeitos também da crise em Angola, provocada pela quebra nas receitas petrolíferas, com produtores de gado a venderem animais e até sementes, para adquirirem outros bens, sobretudo junto à fronteira com a Namíbia.


Só em 2015, a seca e alterações climáticas associadas ao fenómeno “El Niño” afetaram em Angola cerca de 1,5 milhões de pessoas, nas mesmas três províncias, gerando prejuízos de 242,5 milhões de dólares (226 milhões de euros) apenas pela perda da produção agrícola e reservas de alimentos.



LUSA