Autoridades tradicionais do
Protectorado na Lunda Sul acusam a polícia de violar "lugares
sagrados"
Eles pedem reparações e explicações do Presidente da República.
As
autoridades tradicionais conhecidas como soberanos Mwananganas da Lunda Sul
reuniram-se nesta segunda-feira, 30, em Saurimo e decidiram exigir a reparação
de danos resultantes das detenções arbitrárias feitas, segundo elas, pela
polícia no Sábado, 29.
Elas
avaliaram os danos morais e materiais causados ao poder tradicional na
província da Lunda Sul e concluíram ainda que, para além das detenções
arbitrárias havidas, os agentes da polícia introduziram-se em “lugares
sagrados, desactivaram objectos ancestrais e intocáveis e pilharam o património
tradicional”.
Para aquelas
autoridades, ninguém vai minimizar os abusos que se assistem naquela região por
orgulho do pessoal no poder.
O rei
Mwandumba alerta que os tchokwes não são pessoas de medo e apresentou o exemplo
dos seus confrades na região de Katanga.
No encontro
participaram 15 altas autoridades do “soberano reino dos tchokwes”, que se
solidarizaram com os seus confrades detidos no Sábado e soltos no Domingo.
Activistas e
sobas presos em Saurimo, Lunda Sul. Passaram a noite na cadeia de Saurimo e
foram soltos no dia seguinte.
O rei Zinzi
pediu ao Presidente da República explicações dos excessos em Saurimo contra os
mwananganas.
As
autoridades governamentais do Saurimo continuam em silêncio e todos os esforços
no sentido de ouvir a governadora Cândida Narciso resultaram em fracasso.
Activistas
das Lundas tinham previsto uma manifestação no sábado em Saurimo, a exigir que
o seu direito à autonomia seja respeitado, mas a polícia impediu a mesma,
detendo 15 dos organizadores.
VOANEWS