segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ANÁLISE DA MÉDIA ANGOLANA SOBRE A QUESTÃO LUNDA TCHOKWE


ANÁLISE DA MÉDIA ANGOLANA SOBRE A QUESTÃO LUNDA TCHOKWE





Quando ao que toca a região da Lunda, por altura da “Dipanda” o legado do colono resumiu-se e passar aos Angolanos um território delineado na conferência de Berlim 1884-1885 e o que ali mais se via era um vazio de senso comum, ou seja, uma troca de impressões em que o fundamento era o equívoco por uma imensa quantidade de silêncios, que, em vês de serem indícios de consentimentos, eram sinais de desacordo camuflado.


Havia de um lado o colono dominador e do outro o submisso colonizado, mas só aparentemente submisso, pois o que valeu aos Portugueses foi terem-se ido embora e deixar a batata a ferver, as LUNDAS, nas mãos dos autoritários dirigentes angolanos que tomaram o poder em 1975, quer dizer, o MPLA.

Os LUNDAS sempre souberam manter-se calmos e aparentemente conciliantes, mas que neles medrou sempre foi um espirito de LIBERDADE. O mesmo que agita os Binda. E quando Agostinho Neto lançou para o ar a sua célebre tirada «Angola, um só povo uma só Nação», o que ele disse não passou de um magnífico exemplo de como se pode atirar tanta areia para os olhos do povo de modo a cegá-lo. É que essa sua predição vingou, o sentimento de unidade do povo angolano sempre prevaleceu em comparação com todas as outras tendências federativas ou de autonomias mais ou menos esboçados, sobretudo em Cabinda, e nas Lundas, mas também no sul, entre os kwanhama isto sem esquecer o terrível sentimento de nostalgia que os Kongo alimentam pela antiga áurea do reino do Kongo.


Porem temos que ir mais longe na análise para perceber o que realmente se passou durante estes quase quarenta anos de independência. O que vímos foi um certo número de populações mais coesas do que as outras ascenderem mais rapidamente a níveis de reivindicações superiores às das outras etnias. Essencialmente esse é o caso dos Binda e dos LUNDA e a sua luta não tem fim porque não pode ter fim enquanto eles forem vivos. Seria preciso matar o último dos seus filhos para ter a vaga impressão de que as pretensões de acesso a autonomia por parte desses povos desapareceram completamente do mapa. Isso jamais acontecerá, o que quer dizer que o futuro de Angola é sombrio caso se mantenham no poder homens que não tem cultura democrática nem tão pouco aptidões para o DIÁLOGO.


Hoje passados mais de trinta e seis anos desde o dia da “Dipanda”, estão-se a notar as primeiras lufadas de ar de liberdade, agindo primeiro pelos Binda, depois os LUNDA, seguirão talvez os Kwanhama.


A política do governo é muito simples; que se esmaguem todas essas ridículas pretensões, não há diálogo, não há abertura de espirito e tudo se resume a um dictat, sem a mais pequena possibilidade de discussão.


A continuar a agir desse modo caminhamos a passos seguros para uma situação de crise profunda, provavelmente pontual por alguns actos de violência, se não for mesmo um conjunto de acções concertadas que poderão causar um levantamento de massas com adesão possível de uma parte das forças armadas.



Estamos em crer que não é isso que os Angolanos querem e se o governo tiver um mínimo de capacidade de discernimento, ainda talvez estejamos a tempo de corrigir o tiro a abrir um largo debate sobre não só o problema de Cabinda, mas também sobre o da LUNDA.


In folha8