MORREU AFONSO DHLAKAMA, LIDER
DA RENAMO EM MOÇAMBIQUE AOS 65 ANOS DE IDADE
Afonso Dhlakama,
líder histórico da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), morreu. A
notícia está a ser avançada pela Televisão Independente de Moçambique. O
político tinha 65 anos.
A
Renamo, segundo maior partido moçambicano, combateu militarmente o regime da
Frellimo até 1992, sendo que em Outubro desse ano as duas partes
assinaram acordo geral de paz que colocou um ponto final a 16
anos de guerra civil. Os protagonistas deste acordo foram o então presidente do
país, Joaquim Chissano, e Afonso Dhlakama, pela Renamo.
Afonso
Macacho Marceta Dhlakama, de seu nome completo, nascido em Mangunde, província
de Sofala, sempre ambicionou ser presidente de Moçambique mas perdeu os actos
eleitorais em que participou, onde teve como adversário, Joaquim Chissano,
Armando Guebuza e o actual presidente, Filipe Nyusi.
O site da Renamo descreve assim
o início da sua actividade partidária.
"Em
1974, após a Revolução do 25 de Abril em Portugal e, consequentemente, o fim da
guerra colonial, o jovem Dhlakama ingressou na Frellimo (Frente de
Libertação de Moçambique). No entanto, pouco tempo depois abandonou esse
movimento para se tornar, em 1976, um dos fundadores da RNM (Resistência
Nacional de Moçambique), um movimento armado. Após a morte do primeiro
presidente, André Matsangaíssa em combate, e depois de uma luta pela sucessão,
Dhlakama tornou-se presidente deste movimento de oposição ao regime, que se
começou a designar Renamo.
A
guerra civil em Moçambique, que envolvia a Frelimo (no Governo), e a Renamo (na
oposição), durou 16 anos, durante os quais Dhlakama se manteve a liderar a
guerrilha. Em 1984 a República Popular de Moçambique, sob o governo da Frelimo,
e a República da África do Sul, sob o regime minoritário da apartheid,
assinaram o Acordo de Nkomati que previa que cada país acabasse com o apoio aos
movimentos armados de oposição do outro e assim eventualmente terminar com a
guerra, mas o acordo fracassou".
fonso
Dhlakama auto-intitulava-se "pai da democracia" moçambicana. Os
acordos de paz de 1992 nunca foram totalmente aplicados, segundo a Renamo, que
reclamava a inclusão dos seus militares num sistema unificado de forças, algo
que foi sempre recusado.
Agora,
após vários confrontos militares, Dhlakama celebrou já em 2018 com o Presidente
moçambicano, Filipe Nyusi, um acordo para a realização de eleições regionais,
uma reivindicação antiga da Renamo, que conta com grandes apoios no centro do
país, perto da sua base histórica da Gorongosa.