quinta-feira, 3 de maio de 2018

MORREU AFONSO DHLAKAMA, LIDER DA RENAMO EM MOÇAMBIQUE AOS 65 ANOS DE IDADE


MORREU AFONSO DHLAKAMA, LIDER DA RENAMO EM MOÇAMBIQUE AOS 65 ANOS DE IDADE


Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), morreu. A notícia está a ser avançada pela Televisão Independente de Moçambique. O político tinha 65 anos.


A Renamo, segundo maior partido moçambicano, combateu militarmente o regime da Frellimo até 1992, sendo que em Outubro desse ano as duas partes assinaram  acordo geral de paz que colocou um ponto final a 16 anos de guerra civil. Os protagonistas deste acordo foram o então presidente do país, Joaquim Chissano, e Afonso Dhlakama, pela Renamo.



Afonso Macacho Marceta Dhlakama, de seu nome completo, nascido em Mangunde, província de Sofala, sempre ambicionou ser presidente de Moçambique mas perdeu os actos eleitorais em que participou, onde teve como adversário, Joaquim Chissano, Armando Guebuza e o actual presidente, Filipe Nyusi.

O site da Renamo descreve assim o início da sua actividade partidária.


"Em 1974, após a Revolução do 25 de Abril em Portugal e, consequentemente, o fim da guerra colonial, o jovem Dhlakama ingressou na Frellimo (Frente de Libertação de Moçambique). No entanto, pouco tempo depois abandonou esse movimento para se tornar, em 1976, um dos fundadores da RNM (Resistência Nacional de Moçambique), um movimento armado. Após a morte do primeiro presidente, André Matsangaíssa em combate, e depois de uma luta pela sucessão, Dhlakama tornou-se presidente deste movimento de oposição ao regime, que se começou a designar Renamo.


A guerra civil em Moçambique, que envolvia a Frelimo (no Governo), e a Renamo (na oposição), durou 16 anos, durante os quais Dhlakama se manteve a liderar a guerrilha. Em 1984 a República Popular de Moçambique, sob o governo da Frelimo, e a República da África do Sul, sob o regime minoritário da apartheid, assinaram o Acordo de Nkomati que previa que cada país acabasse com o apoio aos movimentos armados de oposição do outro e assim eventualmente terminar com a guerra, mas o acordo fracassou".


fonso Dhlakama auto-intitulava-se "pai da democracia" moçambicana. Os acordos de paz de 1992 nunca foram totalmente aplicados, segundo a Renamo, que reclamava a inclusão dos seus militares num sistema unificado de forças, algo que foi sempre recusado.



Agora, após vários confrontos militares, Dhlakama celebrou já em 2018 com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, um acordo para a realização de eleições regionais, uma reivindicação antiga da Renamo, que conta com grandes apoios no centro do país, perto da sua base histórica da Gorongosa.