A MALDIÇÃO DO DIAMANTE NA LUNDA
TCHOKWE
Algumas pessoas
acreditam que a Nação Lunda Tchokwe é abençoada com muitos recursos naturais,
onde o diamante é 75% a maior reserva do planeta no seu subsolo, para além de
outros minerais e metais preciosos timidamente como: Ouro, Cobre, Urânio,
Coltan, Petróleo (estudos e investigações em curso), etc. Existe enormes
floresta tropicais classificadas como as 4º do mundo entre a Lunda Sul e o
Moxico, disto o REINO LUNDA TCHOKWE deveria se orgulhar, não fosse a colonização,
primeiro dos Portugueses e agora de Angola.
No entanto, apesar
desta abundância de recursos naturais, onde o diamante é visível, a maioria da
nossa população vive por de baixo de menos de 0,30 cêntimos/USD dia e em outros
casos nem por isso, não existe nada, como nas aldeias onde a pobreza absoluta
tomou conta das famílias e vitimas de abusos e instabilidade por parte das
forças da ordem e segurança que aterrorizam as sanzalas.
O próprio processo
de exploração do diamante é devastador do meio ambiente, e são os pobres ou os
que vivem nas zonas rurais de exploração é que são mais afectados, porque as
conseqüências são de longo termo, as doenças com a poluição do meio ambiente
são adversas e não existem hospitais no interior da Lunda Tchokwe para acudir
esses casos nem a capacidade econômica para as pessoas afectadas serem evacuadas
para Malange ou Luanda.
Os efeitos causados
pelas empresas diamantíferas que operam na Lunda Tchokwe têm resultados em
grandes catástrofes preocupantes em termos da deterioração do meio ambiente e
da violação continuada dos direitos humanos, as populações das zonas de
extração do diamante são obrigadas a deixarem as suas terras sem qualquer
indemnização nem gratificações ou de usufrir de serviços básicos, as mesmas não
se preocupam com a erradicação da pobreza ou da redução do abismo que existe
entre a maioria dos pobres Tchokwes que vivem do nada.
A economia de Angola
depende 83% do Petróleo e do Diamante, esta é a pura realidade que muitos
angolanos e a comunidade internacional conhecem muitíssimo bem, o que não
conhecem muitíssimo bem é como vive o povo Lunda Tchokwe na miséria extrema e
absoluta.
Em 2003, cinco
países na região da África Austral estavam classificados como os maiores
produtores de diamantes do mundo – Angola, Botsuana, África do Sul, Republica Democrática
do Congo e a Namíbia, com um valor combinado de 5.8 mil milhões de dólares naquele ano. A Lunda Tchokwe durante
o conflito armado angolano foi palco de guerra e do enriquecimento pessoal de
muitos da elite que governa Angola ainda hoje, Ministros, Generais, Filhos do
Ex - Presidente José Eduardo dos Santos e de outros militantes do MPLA.
O Reino Lunda
Tchokwe, enquando Colônia de Angola nunca esteve envolvida em conflitos
militares direitamente, foi obrigada e forçada a participar em conflito civil
angolano e sua terra também envolvida num processo que não lhe dizia respeito
com um pesado fardo de muitos tchokwes mortos desde 1975 até 2002 na guerra do
MPLA e UNITA e ainda hoje continuamos assistindo assassinados por tudo que é
canto do Protectorado Português.
O maldito diamante
ceifou a vida de mais de 500.000 pessoas durante a guerra civil angolana entre
o MPLA/Governo e a UNITA. Metade das pessoas que pereceram suas vidas eram
naturais e filhos Lunda Tchokwe.
Se, entre 1992 á
2004, existiam mais 400.000 garimpeiros ilegais no interior da Lunda Tchokwe
provenientes na sua maioria da RDC e países da África do Norte, o certo é que
hoje o numero de ilegais subiu para mais de 800.000 pessoas, porque a própria
Policia de Emigração tem sido a conivente.
Denuncias vindas das
localidades de Camaxilo, Cambulo, Lucapa, Calonda e algumas vezes do Cuango
apontam o síndrome de que a Policia de Emigração e fronteiras, Comandantes de
Unidades Policiais entre outros, cobram 1.000,00
á 4.000,00 USD a ilegais da RDC e de
África do Norte e ao mesmo tempo, protegem os mesmos nas zonas de Garimpo e
dividem o resultado da venda dos diamantes obtidos no garimpo.
A dilapidação e a
mineração ilegal não contribuem para o bem – estar do povo Lunda Tchokwe, nem
ajuda na economia local, trouxe consigo outros males a sociedade; prostituição
juvenil, doenças como do HIV SIDA, assassínios de pacatos cidadãos, a
criminalidade aumentou vertiginosamente e a degradação do meio ambiente também,
tudo sob olhar do “GOVERNO COLONIAL DO
MPLA”.
Só com um Governo
Próprio, sob a bandeira Lunda Tchokwe, será possível corrigir estes graves
erros. Só com a nossa autodeterminação que é nosso direito natural legitimo
divino, histórico e jurídico poderemos realmente corrigir e estancar a
emigração ilegal, promover a justiça e o progresso social.
Sabemos que o senhor
José Eduardo dos Santos e o MPLA cumpriram aquilo que prometeram no dia 9 de
Março de 2012 no Dundo, de que o diamante da Lunda não servia para nada, nem
para construir a estrada entre Malange e o território. A prova ai esta, já não
existe mais a estrada entre Malange e a Lunda, simplesmente desapareceu por
vontade do MPLA, mas os diamantes continuam a ser explorados no rio LULU cuja
ponte desabou no seu afluente o rio Cacuilo...
O nosso povo deve
sair na manifestação dia 24 de Fevereiro de 2018, obrigatoriamente para
exigirmos do governo de Angola:
§ A
descolonização, por via da autonomia;
§ A
reparação das estradas;
§ A
revitalização do sistema de saúde publica Lunda Tchokwe;
§ A
melhoria do ensino e educação;
§ A
melhoria do salário da função publica para poder responder;
§ A
habitação condigna ao nosso povo;
E o fim das
arbitrariedades...