terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Juiz do julgamento de activistas considera JES um símbolo nacional

Juiz do julgamento de activistas considera JES um símbolo nacional


O décimo sexto dia de julgamento começou com a exibição de dois vídeos confrontando Albano Bingo-Bingo, de quem se queria saber se esteve ou não no encontro onde, segundo o vídeo exibido, o professor Domingos da Cruz e o engenheiro Luaty Beirão, exemplificavam o suposto financiamento que algumas instituições atribuem a pessoas e organizações.


Sem responder às perguntas do Ministério Público, a audiência de Albano Bingo-Bingo terminou também sem qualquer questão da equipa de defesa.


O décimo réu, José Gomes Hata, foi igualmente interrogado sobre se já participou nas eleições e se respeitava os símbolos nacionais. Na ocasão o juiz Januaário Domingos José disse que considera o Presidente da República um símbolo nacional.


Mas segundo o advogado Zola Ferreira Bambi, membro da equipa de advogados e que também acompanha as audiências, os símbolos nacionais são apenas a bandeira, o hino e a insígnia: “Consideramos ser uma aberração porque os símbolos da República são apenas a bandeia o hino e o escudo ou seja a insígnia” disse.


Após as perguntas preliminares a Gomes Hata, o juiz Januário José desentendeu-se com aquele. O desentendimento terá estado relacionado com o facto de Hata ter admitido parcialmente o que estava escrito nos autos de instrução preparatória.


Segundo a acta, o que estava escrito parecia parcialmente o que ele tinha dito na fase de instrução, mas Hata afirmou que não podia confirmar a assinatura constante no referido documento. Este desentendimento levou o juiz a castigar José Gomes Hata, obrigando-o a responder durante mais de duas horas de pé. Hata denunciou ainda que tinha sido coagido a aceitar o crime de rebelião.


Em declarações à imprensa, Nzola Mbambi disse no final da sessão de interrogatório de Arante Kivuvo e José Gomes Hata, que o novo vídeo exibido na sessão desta segunda-feira tem ainda "menos elementos" em relação aos primeiros.


Disse haver no vídeo pouca nitidez e dificuldade de compreensão, daí considerar que se continua na mesma linha dos primeiros, "que até agora não convencem e não levam ao esclarecimento".


Nzola Mabambi disse que o processo está lento, pela sua complexidade, pois até ao momento a defesa considera que "tudo quanto foi apresentado ainda não constitui as provas que se esperavam".


Acrescentou que, inicialmente, previa-se que a produção de provas levaria uma ou duas semanas.


Para Terça-feira está agendada a conclusão do interrogatório de José Hata, o décimo réu a ser ouvido e o início do interrogatório do jornalista Sedrick de Carvalho.


Nesta Segunda-feira numa carta aberta ao Presidente da República, assinada por 14 dos 15 activistas, os réus falam de uma nova greve de fome e das irregularidades do julgamento.


Voanews