ENTREVISTA
DE JOSÉ MATEUS ZECAMUTCHIMA, PRESIDENTE DO MOVIMENTO DO PROTECTORADO LUNDA
TCHOKWE AO PONTO FINAL PORTAL ANGOLANO DE INTERNET
Por : Prof.Ngola Kiluange
O nosso interlocutor dispensa introdução, conhecido na nossa praça política, José Mateus Zecamutchima, concedeu-nos uma entrevista cujo teor aqui se dá :
O nosso interlocutor dispensa introdução, conhecido na nossa praça política, José Mateus Zecamutchima, concedeu-nos uma entrevista cujo teor aqui se dá :
Ponto-Final; José
Mateus, deia-nos uma retrospectiva dos últimos acontecimentos nas Lundas?
RESPOSTA: JMZ
Muito obrigado
mais uma vez pela oportunidade que o ponto final nos dá. Desde a última
vez que fui entrevistado neste canal, na Lunda Tchokwe não ouve melhorias
substanciais no geral; ouve uma mega manifestação popular contra o assassinato
de mulheres, acção de grande impacto que marcou pela primeira vez a Nação Lunda
Tchokwe, embora a média Angolana ter ignorado esta manifestação, por outro lado
esses crimes continuam a acontecerem aos olhos silenciosos do governo angolano,
ouve greve dos professores e mineiros a nível da Lunda-Norte, o drama das
demolições de residências chegou também na Lunda-Sul e no município de Lucapa,
mais de 480 famílias estão sem abrigo, assistimos
conflitos étnicos entre famílias reais no Moxico por
exemplo, fomentados pelo regime angolano que já provocaram mortes de
vários cidadãos e autoridades reais e regedores, etc., etc.
Relativamente
ao Movimento de que somos Presidente, recebemos uma carta do Gabinete do
Presidente da Republica Eng.º José Eduardo dos Santos, a dizer que vai nos
combater sem tréguas, que não reconhece o suposto Protectorado Lunda
Tchokwe, também diz que o Presidente não reconhece diálogo para conflitos
de Angola, mas este faz declarações de aconselhamento de outros povos a
dialogarem enquanto eles não fazem. Continuamos assistindo a perseguições
e a ameaças de mortes e vigiarem-nos continuamente.
Ignorar a
história, querer alterar os princípios éticos, culturais de um povo, para além
de ser crime, é comportamento próprio de colonizadores.
Quero
lembrar que o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, encontrou-se com a
Presidente da 10ª Comissão da Assembleia Nacional sobre os direitos humanos,
Petições e reclamações dos Cidadãos, senhora Genoveva da Conceição Lino, membro
do Comité Central do MPLA, para discutir questões relativas a estes processo em
22 de Novembro e 13 de Dezembro de 2012 e no dia 11 de Abril de 2013, não
podemos compreender o teor ameaçador da Carta do Gabinete do Presidente da
Republica.
No geral,
nesta perspectiva no movimento tivemos ganhos, os nossos representantes no
exterior tem feito um trabalho diplomático digno de relevo, temos uma campanha
de mobilização muito forte a todos os níveis, sem descurar a defesa
dos direitos humanos que temos feito e ajudou a estancar algumas acções
maléficas que vinham sendo praticadas na Lunda Tchokwe.
Ponto Final: Parece
profunda a divisão no seio do Movimento dos Lundas, acha?
RESPOSTA: JMZ
Esta
pergunta é pertinente, devo dizer que não existe nenhuma divisão no seio do
Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, estamos coesos e uma única direcção
a saída da conferência Nacional realizada em Luanda nos dias 15 e 16 de Julho
de 2011, que elegeu democraticamente as actuais estruturas organizativas,
aprovou um estatuto e um regulamento, definiu os objectivos e criou a
organização da Juventude e a organização das mulheres de forma autónoma, tudo
em defesa de Autonomia da Nação Lunda Tchokwe.
Por causa de
algumas práticas indecorosas que afecta a maioria dos profissionais do
jornalismo angolano viciado com a mendicidade de algumas gorjetas emitem
opiniões confusas a favor do regime manipulam tudo. Estes Jornalistas passam de
impostores protagonistas, belígera o processo ao invés de informarem com a
verdade os factos, passam a mensagem enganadora de que existe divisão no seio
do movimento ou que existe duas alas que não é verdade.
Uma pessoa
afastada da maioria constituí uma ala? Não é percebível.
Segundo o
velho ditado popular, ”quem corre nu atrás dum maluco nu que lhe fugiu com a
roupa ambos são considerados Malucos. se a roupa suja lava-se em casa por um
lado diz-se que quem cala consente” é por ai que vamos hoje abrir um parenteses
para dizermos aquilo que não falamos ao longo deste período todo, em que fomos
vítimas de acusações e campanha do nosso infeliz vende-pátria Quiçá demente,
que se auto-intitula dono criador da fazenda chamada Nação Lunda Tchokwe,
sem o mínimo de respeito e consideração de milhões de povos, etnias que
conformam a Lunda desde o Kuando Kubango até ao Dundo;
A Lunda
Tchokwe não é uma propriedade privada de Zecamutchima ou do cidadão Malakito,
não existe no mundo inteiro alguém que se intitule dono absoluto com todas as
consequências de um processo de descolonização e muito menos a questão da Lunda
que vem desde os anos 1885 que teve como protagonistas os Mianaganas,
Reis das suas terras.
Malakito foi
destituído por vários motivos e razões; corrupção activa, reuniu em 11 de Julho
de 2008 sozinho com elementos afectos a Casa Militar da Presidência da
Republica nas instalações do Conselho de Ministros, sito ao largo dos
Ministérios e lhe prometeram 15.000.000,00 (Quinze milhões de dólares) aceitou,
mas a maioria dos membros da direcção não aceitou tal proposta.
Preso em
Maio de 2009, por não ter cumprido com a promessa de ter que parar com as
acções do movimento em que ele já não tinha o controlo, entrega uma relação
nominal de todos os membros de Direcção a DNIC com o objectivo de os prender ou
abate-los na calada da noite em 12 de Junho de 2009.
Transferido
da cadeia de S.Paulo para a Comarca de Viana, volta a entregar uma nova relação
nominal dos membros de direcção a elementos afectos a Casa Militar da Presidência
da Republica e do grupo técnico operativo de Inteligência, agentes conhecidos
por Henrique, Daniel, Edna e xxxxxx, com quem mantinha contactos permanentes
ate a data de sua soltura.
Na cadeia
escreve uma carta ao Sr Avelino irmão mais velho do Presidente José Eduardo dos
Santos, pedindo que este interviesse junto de seu irmão para que lhe concedesse
a liberdade com a promessa de tentar acabar com as acções do movimento
reivindicativo.
Ainda na
cadeia escreve uma carta para pedir amnistia ao Presidente José Eduardo dos
Santos, isto é em 2010.
Em 22 de
Março de 2011, depois de ser liberto, escreve uma carta ao MPLA para agradecer
por lhe ter tirado da cadeia, esquecendo-se do Habias Corpus que o Dr David
Mendes teria interposto junto do Tribunal Supremo.
Saiu da
cadeia com a proposta do MPLA para ser o Director da Campanha Eleitoral de 2012
nas Lundas, recebendo dinheiros, viaturas, bicicletas e outros bens para que
fosse distribuídos as populações locais para conquistar votos a favor do
Partido no Poder em Angola, esta acção não surtiu efeitos porque foi destituído
a 12 de Abril de 2012. E, como se não bastasse ele convocou os Miananganas para
lhes comunicar que já havia negociado a partir da cadeia de Viana com o
Presidente José Eduardo dos Santos, 35.000.000.000,00 (trinta e cinco biliões
de dólares) a seu favor.
Depois da
sua destituição, ele foi a Rádio Eclésia e a Voz de América, acusando que a
actual Direcção do Movimento possuía paióis de armamentos militar, fez queixa
juntos dos Tribunais e a DNIC, pedindo que estes órgãos prendessem em 45 dias
os membros do movimento.
Se ele
intitula-se como salvador da Lunda, como é possível antes de ter a Lunda em seu
poder, exige do governo angolano uma indemnização; Fidel Castro, Nelson
Mandela, Agostinho Neto e tantos outros patriotas e nacionalistas, estiveram
nas masmorras dos seus colonizadores, nunca em algum momento ouvimos a exigirem
indemnizações.
Como suposto
jurista que se considera, chega a ponto de falsificar e alterar os documentos
dos Tribunais e da PGR, montagem da sua fotografia com a do Presidente José
Eduardo dos Santos, como se tivesse sido recebido em audiência, só para mentir
e enganar o povo. E também a falsificação de assinaturas de 55 regedores e
sobas para mostrar que tem apoio da autoridade tradicional Lunda Tchokwe. Burla
de valores monetários há cidadãos Lunda Tchokwe alimentando a esperança dos
seus filhos à estudar fora do país.
Foi ao
Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, deu entrada de documentos para a
criação de uma Associação Filantrópica para a defesa dos direitos humanos e fez
declarações a Rádio Voz de América com o objectivo da criação da mesma.
Temos muita
coisa a narrar sobre este cidadão que nesta entrevista não há espaço, é uma
pessoa sem carácter, mentirosa, sem escrúpulo, demente ao serviço do regime,
sem competências e perfil para algum dia liderar uma Nação.
Ponto-final: Mas
afinal quem representa quem e negoceia em nome de quem?
RESPOSTA: JMZ
Uma parte da
resposta, esta na pergunta anterior; estamos a negociar em nome do povo e da
Nação Lunda Tchokwe, porque somos parte integrante.
Ponto-Final: Traduza-nos
por miúdos essa tal ansiosa autonomia.
RESPOSTA: JMZ
Muito
obrigado Sr. Jornalista, muitas vezes não somos compreendidos quando falamos da
Autonomia da Nação Lunda Tchokwe. A Lunda é um protectorado Internacional, logo
é um país, com o direito legitimo de formar o seu próprio governo independente.
Nós pretendemos
uma autonomia do tipo Escocês, Açores ou Madeira na Inglaterra ou
Portugal. Temos a Magna Constituição onde manifestamos o nosso princípio
de governar a Lunda, anda em posse do regime de Luanda.
Ponto-Final: Sabe
dizer quanto se lucra com a exploração de diamantes nas Lundas?
RESPOSTA: JMZ
Esta
pergunta só o senhor Presidente José Eduardo dos Santos é quem pode responder,
ele é o Chefe do Executivo quem controla o que se produz em Angola e os lucros
que os diamantes produzem nas Lundas.
Ponto-Final: E
os 10% dos lucros das vendas de diamantes que o governo prontificou-se a
oferecer – parque serve?
RESPOSTA: JMZ
Essa
pergunta já fizeram-me várias vezes, não existem 10% na prática, eles só
existem no papel para adormecer os menos esclarecidos. É falsa a ideia de que o
governo atribui 10% para o desenvolvimento do Kuando Kubango, Moxico e as duas
Lundas. É uma forma enganosa para ganhar credibilidade internacional sobre
o saque indiscriminado de recursos naturais visível no território sem
a beneficência local; Desafio o regime apontar uma obra construída no
âmbito da referida percentagem em toda Lunda; Essa percentagem se existe e
porque nunca foi discutida no parlamento quanto se aprova os orçamentos ou
talvez circula nos bolsos alheios. Na realidade nada existe.
PONTO-FINAL: Quantas
companhias que operam nesse momento nas Lundas?
RESPOSTA: JMZ
É difícil
dizer com exactidão devido ao secretismo de muitas das empresas que trabalham
em baixas frequências, mas sabemos que existe mais de 200 Projectos Mineiros e
um ambicioso projecto de exploração de 3 kimberlitos na Lunda e o que virá a
ser Cuango Internacional, a exploração desde a nascente do rio Cuango no
Bié até a fronteira com a RDC, parece que não existe preocupação com as futuras
gerações e o meio ambiente.
PONTO-FINAL: Foi
convidado para uma conferencia nos Estados Unidos e Inglaterra, quer comentar?
RESPOSTA: JMZ
De facto
fomos convidados por várias Instituições e Organizações Internacionais,
sedeadas nos Estados Unidos de América, na Inglaterra e no resto da Europa, é o
fruto de um árduo trabalho diplomático que este a ser feito pelos nossos
representantes no exterior e pelo amadurecimento, seriedade e o engajamento dos
membros do movimento do protectorado Lunda Tchokwe.
Temos as
nossas condições subjectivas amadurecidas o nosso processo historicamente foi
pacifico e não admitamos garbosíssimo. MPLA com as suas catanas lutaram contra
um exército forte e venceu e acha que é invencível?
Estes
convites são bem-vindos, permitirão a que o movimento explique exactamente o
sentido da sua luta pacífica para o resgate da autonomia da Nação Lunda
Tchokwe, pese embora haver muita resistência por parte do opressor, que
aconselha o diálogo aos outros países, mas internamente não tem cultura de
diálogo não respeita a diferença de pensamento.
Prof.N'gola Kiluange
Prof.kiluangenyc@yahoo.com
Chefe Chefe de redação
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