AUTORIDADES TRADICIONAIS VÃO BOICOTAR
ELEIÇÕES DE 2012 NA LUNDA
Saurimo (18/04) - Autoridades Tradicionais da LUNDA, desesperados com o Presidente José Eduardo dos Santos que, até a data presente ainda não se
pronunciou a favor de uma solução Pacifica da “Questão da Autonomia
Administrativa, Económica e Jurídica da Nação Lunda” e, que em três
ocasiões deslocou-se aquela Nação, isto é, dia 16 de Junho de 2011 em Menongue,
dia 9 de Março no Dundo e 4 de Abril de 2012 no Luena Moxico respectivamente.
Estas
Autoridades, esperavam do Presidente José
Eduardo dos Santos um sinal de esperança, a de que existiria um diálogo, e
que seria possível a instauração de Autonomia da Nação Lunda (Kuando
Kubango, Moxico, Lunda Sul e Norte).
Como
isto não aconteceu, decidiram que, vão boicotar as eleições que terão lugar
entre Agosto ou Setembro de 2012 no vasto território da Nação Lunda desde
Dirico até ao Dundo, aliás, posição manifestada pelo Manifesto do Protectorado
da Lunda em 2011.
Esta
decisão vem expresso numa carta que mais de uma centena de Autoridades
Tradicionais do Moxico, Lunda-Sul e
Lunda-Norte subscreveram a ser enviada ao Presidente José Eduardo dos
Santos que a Comissão de Manifesto Jurídico
Sociológico do Protectorado da Lunda Tchokwe teve acesso.
Uma
entidade tradicional bem respeitada no Moxico disse-nos o seguinte - “Olha
filho, é bom estudar, para conhecer os seus direitos, afinal aqui somos
escravos do MPLA, até o cão tem valor, quando fui na Zâmbia vi que os outros
tem valor diante de quem Governa e tem palavra, mas aqui em Angola é mentira,
até o Governador é um cão de Luanda, só nos querem para votar e quando lá
ficarem, esquecem-nos de imediato”.
Eles
exigem diálogo e o restabelecimento da Autonomia Administrativa, económica e
Jurídica e, que o Governo Angolano reconheça o direito do povo Lunda Tchokwe,
condição para que a sociedade possa participar nas eleições de 2012 ou haverá
boicote.
–
“Somos
velhos, dependemos de vocês que são jovens, podemos ajudar, mas a
responsabilidade é muito mais vossa do que nossa, por isso, se o Governo não
quer dar-nos o que é nosso, melhor é não irmos ao voto” – Lembrou-nos
“se
a primeira galinha o sal foi insípido o segundo também será o mesmo” –
concluiu o Muanangana Lunda Tchokwe.
Os
subscritores da carta, fizeram um abaixo-assinado que temos em nossa posse e,
por razões de segurança pessoal de cada um deles não podemos publicar os seus
nomes.